A Semana - Opiniões
A escolha de uma escola para os filhos
Wanda Camargo
As famílias, quando escolhem a escola em que seus filhos farão o estudo fundamental, e principalmente o médio, deparam-se com uma série de questões importantes que é essencial resolver. Inicialmente surgem os aspectos logísticos: distância da escola a casa, os meios possíveis de transporte entre uma e outra e os horários de entrada e saída, que são determinantes, em tempos de congestionamento de trânsito, insegurança pública e até mesmo de dificuldade de algum adulto acompanhar as crianças.
A seguir considera-se a existência de vagas nas escolas escolhidas, a viabilidade orçamentária da família em caso de ensino privado, as exigências de uniformes, equipamentos, materiais de estudo, os cursos complementares que costumam ser optativos, mas que podem se tornar obrigatórios pela vontade do estudante se a maioria de seus colegas os fizerem. A infraestrutura física do estabelecimento pode ser facilmente avaliada, escolas bem equipadas para a prática de esportes, com biblioteca de bom acervo e confortável, laboratórios adequados a cada disciplina, boa área de lazer e, principalmente, corpo funcional qualificado – e isso não engloba apenas professores – podem ter vantagens para a aprendizagem. No entanto esses diferenciais impactam diretamente as mensalidades, o que deve ser avaliado criteriosamente face à possibilidade financeira e ao retorno real que se pode esperar de tudo o que é ofertado.
Um dos fatores que dificulta a avaliação é o fato do serviço educacional prestado por uma instituição de ensino ser intangível, não pode ser testado com antecedência, exceto pelas possíveis referências de algum outro familiar ou amigo mais chegado que tenha, ou tenha tido, um filho neste local, e mesmo assim sabemos que crianças ou jovens são diferentes entre si, e a boa escola para um pode não o ser para outro. É bem conhecido de alguns pais o fato de que a escola que foi excelente para um dos irmãos pode não se adequar para o outro, caso as personalidades de ambos difiram muito, o que pode perfeitamente acontecer numa mesma casa, com praticamente os mesmos condicionantes familiares.
Fato é que os serviços educacionais são produzidos durante seu consumo, professores mais dedicados e empenhados, que adotam boas metodologias, atingirão certamente os objetivos de ensino com a maior parte de seus alunos, mas não com absolutamente todos, além do docente existe o discente, e este tem seu próprio tempo de aprendizagem, suas dificuldades e preferências. A turma específica em que se insere este jovem poderá influir, pois algumas são mais vivazes, mais irrequietas, enquanto outras na mesma faixa etária podem ser mais tranquilas.
Esta variação também pode ser agravada pela própria discrepância na forma como o aluno ingressa na escola, pois enquanto alguns chegam com formação anterior mais adequada, outros podem sentir dificuldade de adaptação por insuficiência de base, separar estes dois condicionantes não é simples para os familiares, até pelo próprio envolvimento pessoal dos pais na organização dos conhecimentos prévios da criança. Também as escolas públicas apresentam imensa variedade na eficiência e qualidade de ensino, que depende em parte da infraestrutura, mas principalmente da adesão do corpo docente ao projeto educativo, o que de forma geral deve-se à dedicação de seus dirigentes.
Certamente pais atentos podem fazer a diferença na educação de nossas crianças e jovens.
# Artigo: Como entender o convívio social escolar durante a infância