Universo Escolar
Meu filho está mordendo os amiguinhos. E agora?
Natália Cortelli Cardenuto
É natural que os pais se preocupem quando o seu filho começa a morder as pessoas, sejam elas: amiguinhos, professora ou até mesmo os próprios familiares.
Com dois ou três anos de idade as crianças ainda não conseguem se expressar verbalmente, logo, a maneira que encontram para se comunicar e interagir com os outros, mostrando na maioria das vezes descontentamento, é pelos meios físicos, como morder, bater e puxar o cabelo.
É preciso entender o porquê da criança estar mordendo. Observe em que momento seu filho mordeu o outro. Pode-se dizer, por exemplo: Estavam todos conversando e de repente a criança me mordeu? Talvez ela queira chamar atenção. A professora da escola está grávida e vira e mexe ele morde o amiguinho. Será que não quer chamar atenção da professora? A criança ao longo do tempo vai percebendo que o comportamento negativo lhe dá atenção com mais rapidez do que o comportamento positivo, que pode levar um tempo a ser percebido. “Estava em um parque e meu filho mordeu o coleguinha que estava brincando”: Talvez ele quisesse pegar o brinquedo que o outro tinha em mãos.
É necessário um olhar atento de observação dos pais, para que consigam compreender o porquê desse comportamento.
O fato das mordidas fazerem parte de uma fase do desenvolvimento das crianças não significa que elas devem ser ignoradas ou aceitas pelos pais.
Quando a criança morde o outro, é importante a mediação de um adulto, para fazer com que ela reflita sobre o que fez. É importante que o adulto lhe mostre que existem outros meios de conseguir o que quer.
Ao identificar a situação, primeiramente entenda porque ele poderia ter tido aquela atitude. Mostre ao seu filho que não aprova este tipo de comportamento e use firmemente frases como: “eu entendo que você queira muito aquele brinquedo, mas fazendo isso machuca seu amigo, vamos pedir?”
Toda atitude deve ser mediada por um adulto através de falas claras. Com o passar do tempo a criança vai aprendendo que não é necessário usar de meios físicos para conseguir o que deseja ou para expressar algo que a descontenta. Quanto mais cedo os pais e educadores conseguirem fazer esse movimento de observação, percepção e intervenção, mais fácil será ensiná-los a se comunicar, mesmo que ainda sem falas, podendo ser através de gestos, sem agressão física. Com isso, tão logo as crianças aprenderão que a mordida é desnecessária.
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