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Diário de Classe

Kátia Tamara Luiz se formou Pedagoga pela Unicamp; É Analista de Produto Junior na Planeta Educação e possui experiência acadêmica em Política Educacional e Formação Continuada. E-mail: katia.luiz@vitaebrasil.com.br.

Repensando nossa prática docente
Kátia Tamara Luiz

Foto de professor em sala de aula. Crédito: mklapper/flickr


É interessante pensar que nós educadores, ou a maioria de nós, defendemos que o aluno deve construir o próprio conhecimento, de que ele precisa ser educado para uma autonomia intelectual e que ele deve participar de forma crítica nesta educação. Mas quando nos tornamos alunos novamente, quando somos nós os cursistas de alguma formação, nos tornamos incoerentes com este pensamento. Esperamos que o outro possa oferecer a resposta para nossas dificuldades profissionais e não construímos esta resposta com o outro, através do diálogo, da troca de experiências, da pesquisa e da avaliação de si mesmo.

Abstemo-nos da reflexão de nossa própria prática e quando somos provocados a refletir entramos em conflito, pois não estamos habituados e repensar e avaliar aquilo que nós mesmos produzimos. Aguardamos que o outro nos proporcione a riqueza de informações, indicações e orientações que a própria prática pode apresentar.

Entretanto, apesar de doloroso muitas vezes, este conflito é importante para nossa (re) construção, para nossa constituição de “professores pesquisadores” da e na prática educativa. Somente ele, o conflito, pode nos levar a pensar sobre o trabalho que desenvolvemos e a partir disto formular novas teorias e, assim, produzir outras formas de atuação.

Não podemos nos esquecer de que toda prática é produzida a partir de uma teoria e toda teoria, por sua vez, resulta de uma prática. Dessa forma, tornar consciente quais teorias fundamentam a atuação é um grande e importante desafio docente, pois reorienta nossa atuação.

Acerca desta retomada da reflexão, do diálogo, da troca, da experiência, nosso querido filósofo, sociólogo e crítico literário Walter Benjamin, defende que estamos desprovidos da experiência e, por isso, nos tornamos pobres. Pobres, pois, não valorizamos mais os conselhos dos mais velhos e mestres, pobres porque tudo se tornou substituível e fugaz.

Voltemos, então, à nossa própria experiência docente, voltemos às nossas experiências pessoais e àquelas que outros nos transmitiram. Voltemos a trocar experiências e, assim, construir nosso próprio aprendizado.


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