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Sociedade Protetora dos Homens
Célio Pezza

Foto de Célio Pezza, autor do artigo Se procurarmos um pouco, encontraremos ONGs e Sociedades Protetoras para rios, mananciais, praias, oceanos, matas ciliares e para quase todos os animais que existem, desde cães e gatos até macacos, zebras, elefantes, peixes ornamentais etc.

A Suíça tem fama de ser um país com as mais rígidas leis sobre a proteção dos animais.

Lá existem cursos obrigatórios para donos de cães e gatos e, sem eles, uma loja não pode vender o animal.

Existe uma legislação que obriga os donos de peixes de aquário a darem anestesia nos peixinhos caso resolvam jogá-los na latrina e dar a descarga, na esperança de que encontrem um rio mais adiante.

Já um porquinho-da-índia ou um pássaro só podem ser vendidod em casais, pois são considerados animais sociais.

No caso dos gatos, seus direitos estão bem-detalhados e existem normas para que possuam até brinquedos para afiar as unhas.

Já nos Estados Unidos, um grupo de artistas ativistas de Minneapolis criou funerais em miniatura para uma série de insetos, com fotos dos defuntos, flores, velas, brinquedinhos etc., só para chamar a atenção dos moradores da cidade que, na correria do dia a dia, acabam por matar e mutilar centenas de insetos como abelhas, formigas, borboletas e muitos outros.

Os pobres seres, após serem esmagados nos vidros de um carro, ficam esquecidos, sem que ninguém dê atenção.

O próprio presidente Obama certa vez matou uma mosca durante um programa de televisão e foi mais criticado por isto do que pelas mortes no Iraque.

A associação PETA (People for Ethical Treatment of Animals) disse que o fato de ele matar uma mosca na televisão indica que não é perfeito.

Curioso é que, no meio de tudo isto, não existe uma Sociedade Protetora dos Homens, preocupada com todos os crimes a que estamos sujeitos no nosso dia a dia, a todos os roubos oficiais sob o nome de impostos, a péssima qualidade do ar que somos obrigados a respirar que está cheio de poluentes de todas as espécies, a condição de miséria pelo desemprego e exclusão social, a fome que mata milhões de crianças e adultos, o péssimo atendimento em hospitais da rede pública, enfim, o descaso total com a vida.

Deveríamos criar, de imediato, uma Sociedade dedicada a este ser que está esquecido no mundo todo e, apesar de aumentar em quantidade, sofre sério risco de extinção, tal qual um mico-leão-dourado, uma tartaruga ou um animal qualquer protegido pelas centenas de ONGs e Associações.

Célio Pezza é escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Nova Terra - Recomeço.  Saiba mais em www.celiopezza.com Blog: http://celiopezza.com/blog

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