Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br
Rancor: Um Peso Insuportável
Conflitos da Vida Pessoal
A
começar pelo significado da própria palavra, o
rancor é uma das causas mais frequentes que, diariamente,
levam tantas pessoas a buscar auxílio médico.
Trata-se de um ressentimento (re-sentir ou sentir novamente) agudo e
perverso, que revisita incessantemente episódios que nos
causaram alguma forma de dor.
O pior de tudo é que nem nossas crianças ficam
isentas desse mal, uma vez que adultos de sua convivência
acabam transferindo a elas a angústia que há
dentro de si.
É um peso insuportável, é como se
colocássemos sobre frágeis taças de
vidro um fardo muito superior à estrutura delas.
Em pouco tempo, qualquer pessoa que por ali passar não
verá nada mais além do que cacos espalhados em
algum lugar qualquer.
Com pessoas, entretanto, tudo é diferente, pois
ninguém parece estar disposto a encarar que não
conseguirá suportar por muito tempo o peso
indescritível do rancor.
O fracasso pessoal, em casos assim, é apenas um dos aspectos
mais visíveis, pois dentro de cada rancoroso há
“re-sentimentos” que o torturam impiedosamente,
roubando-lhe preciosas noites de sono e insubstituíveis dias
de paz.
Às crianças, tudo isso é transferido
por meio desprezo, do mau humor, da impaciência e do
pessimismo.
Esses ressentimentos, contudo, não precisariam, nem ao
menos, existir.
Se soubéssemos nos amar de verdade, se tivéssemos
aprendido a “seguir”, se fôssemos capazes
de não esperar recompensas de pessoas tão
passíveis de falhas como nós...
Ah, se conseguíssemos nos reger mais adequadamente, nada
disso precisaria nos sufocar tanto.
Seríamos recompensados com um viver mais
desejável, uma velhice mais sadia, uma juventude menos
conflituosa e uma infância mais feliz.
Mas não podemos voltar no tempo e dar um novo
“tom” à música que nos
submetemos a dançar em algum momento de nossa
história.
Então, respire fundo e recomece...
Não dê mais moradia ao rancor e ao ressentimento,
abra espaço para sentimentos mais saudáveis.
Eles, certamente, irão
beneficiar não somente a
sua vida, mas o viver de todos aqueles que, direta ou indiretamente,
fazem parte do seu mundo.