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Inveja: A Mediocridade do Ser Humano!
Marizete Furbino

"Quando um homem está envolvido em si mesmo, ele se torna um pacote muito pequeno." (John Ruskin)

Insta dizer que a inveja é um sentimento tão medíocre, que se torna difícil de ser “digerido”.

Esse sentimento, que é desencadeado pela desigualdade, é capaz de corroer a alma do invejoso, e o pior é que este ser humano fica tão envolvido com tal sentimento, que se sente incapaz de perceber tamanha destruição em sua própria vida.

Percebe-se de forma bem nítida que a inveja advém do apego às coisas materiais, ao desejo de obter o que o outro possui, isso tanto em se tratando de posses quanto de virtudes.

Observa-se que a inveja é um sentimento tão perverso que é como se fosse uma sede insaciável, o que faz obscurecer por completo a vida do invejoso, impedindo-o de se desenvolver e/ou crescer.

E isso se deve ao fato de que simplesmente o invejoso vive em prol da vida alheia, esquecendo-se de cuidar de sua própria vida, vivendo em função da vida do outro.

Mas de fato, é triste perceber que há pessoas que funcionam como verdadeiros “guardas”, de “olho vivo” na vida alheia.

Mais triste ainda é lembrar que, enquanto este ser humano pernicioso se preocupar com a vida do outro, sua própria vida ficará estagnada, com tendência em um curto prazo a ser conduzida a um verdadeiro caos.

Já é sabido por todos que o invejoso passa mal, chegando até a adoecer quando alguém de seu convívio começa a brilhar.

Assim, utiliza de estratégias mesquinhas, “tecendo” fofocas, tentando minar, derrubar e até destruir o outro, mas, o que se observa é que quem é derrubado e destruído é o próprio invejoso, uma vez que a inveja tem a tendência de corroer e de autodestruir, levando o indivíduo ao extermínio de si mesmo.

Contudo, a inveja deveria ser repugnante, pois carrega consigo a tristeza, a melancolia, o egoísmo, a dor e o ódio.

Mesmo ciente desses fatos, é triste e lamentável saber que convivemos com o invejoso, que ele está bem pertinho da gente, mas nós não o percebemos.

Desconhecemos tal pessoa, talvez por não comungarmos deste mesmo sentimento destruidor, ou por não querer acreditar que este ou aquele ser humano seja tão pernicioso a ponto de se tornar “jagunço” de nossas próprias vidas.

Um dia a máscara cai nitidamente, e de forma inesperada tal sentimento “aflora” com mais força, deixando-se transparecer de forma clara através do sentimento de ira, mágoa e de outros que nem precisamos citar.

Somado a isso, interessante notar que, antes de esse fato ser consumado, convivemos e comungamos muito de nossa vida com o invejoso, confidenciando fatos, dialogando sobre nossa vida pessoal e profissional, partilhando de tudo um pouco, mas eis que em um dado momento vem a decepção, momento em que a “máscara” cai e tudo vem à tona.

Assim, dói mais o fato de conceber tal pessoa como invejosa do que tal reação de inveja, uma vez que aquela pessoa era estimada e querida.

Assim sendo, torna-se importante salientar que, ao invejoso, importa que o outro não tenha o que ele deseja. Ridículo, não?

Vê-se, portanto, que o invejoso não luta para melhorar, para desenvolver e /ou crescer, pois a ele interessa ficar de “plantão” no que o outro tem e/ou possui, cujo objetivo é a destruição, uma vez que ele deseja e não os tem.

A atitude do invejoso exige que ele assista a sua própria vida de “camarote”, sendo um mero “expectador”.

Dessa forma, não faz acontecer, não age em prol de sua própria vida, mas em prol da vida alheia.

É de se observar que o invejoso é tão ganancioso no que o outro tem e/ou possui que fica “cego” diante dos valores, virtudes e princípios que deveria ter, preocupando-se em demasia em assumir seu papel de perversidade diante do outro, esquivando-se a todo o custo da amizade e consideração para com a outra pessoa.

É importante ressaltar que o invejoso aparece carregado de desgostos, altamente descontente com a sua própria vida, cheio de angústias e totalmente revoltado, inalando egoísmo.

Deixa de viver, tornando-se intragável em meio ao seu convívio, uma vez que não conspira o bem para ninguém.

Não sabe compartilhar e nem se alegrar com os demais, além das reações “monstruosas”, fazendo até a mudar de cor quando age.

Finalmente, o invejoso, essa triste figura digna até mesmo de dó, necessita enxergar-se antes de tudo, reconhecendo a mediocridade que é ou foi sua vida com atos e sentimentos estéreis, como se fosse num palco onde tivesse representado uma peça vazia de conteúdo, sem qualquer brilho.

É imperativo tal autocrítica, pois só a partir de então, se assim o quiser, deverá “arregaçar as mangas” e lutar em prol de uma vida melhor, conscientizando-se de que, se continuar tendo inveja do outro, ficará estagnado, correndo o risco de não se desenvolver e/ou crescer, morrendo do próprio veneno.

Marizete Furbino é Administradora, Consultora de Empresa e Professora Universitária Universitária no Vale do Aço/MG.

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