Amanda do Nascimento Morgado Psicóloga e orientadora educacional na empresa Planeta Educação; Possui experiência no desenvolvimento de projetos de qualidade de vida, desenvolvimento profissional e atendimento psicológico individual e familiar. E-mail: amanda.morgado@fk1.com.br
O Que Você Quer Ser Quando Crescer?
Refletindo Sobre a Escolha Profissional
Às vésperas das inscrições
para os principais vestibulares do país, muitos jovens
costumam procurar serviços de
orientação profissional para escolher a carreira
que seguirão durante suas vidas.
Em meio a um turbilhão de dúvidas, um dos
principais pontos de reflexão incide sobre como a
decisão que farão afetará diretamente
sua qualidade de vida.
De início, quando crianças, sonham em ser
bombeiros, astronautas, jogadores de futebol, bailarinas.
Estimuladas pela família ou baseadas em
arquétipos do herói, do invencível, da
pureza, essas crianças começam a delinear o seu
próprio projeto de vida, imaginando e ilustrando como
serão quando crescerem.
Conforme o tempo vai passando, novas experiências
são adquiridas, novos conceitos são assimilados e
muitas famílias incorporam o papel de destruidoras de
sonhos.
“Como é que você quer ser bailarina,
filha, se não consegue nem abrir um espacate na
educação física da escola?”.
“Músico? Sim, você pode tocar quando
quiser. Mas qual será sua profissão?”.
Já adolescentes, novas ambições e
desejos são constituídos, associados
não só à sua própria
individualidade, como também à personalidade de
seus pais.
O pai de Eduardo é médico e ele gostaria muito
que o filho seguisse sua profissão.
Além de ser muito compensador financeiramente, acredita que
a profissão lhe dê status, poder e grande
reconhecimento.
Mas Eduardo tem pavor a ferimentos, cortes, sangue e, principalmente,
à biologia.
Se já não bastasse a angústia e
insegurança diante da escolha profissional e da promessa de
ter ou não uma carreira de sucesso, esse jovem se depara com
um verdadeiro conflito familiar.
O pai de Eduardo tem mais do que um sonho para seu filho, já
tem o seu destino traçado. O medo de fracassar, de
decepcionar as pessoas e de fazer a escolha errada é forte.
Como solucionar esse impasse?
Pesquisas apontam os benefícios que programas de
orientação profissional podem trazer
não só ao jovem indeciso, quanto
àquele que já possui certa
convicção do caminho que pretende trilhar.
Em primeiro lugar, é importante que o jovem
conheça suas inclinações
profissionais.
O que ele gosta e não gosta de fazer? O que lhe desafia? O
que lhe motiva? Quais são suas habilidades? Que tipo de
conhecimento gostaria de adquirir? De que forma pretende contribuir com
a humanidade?
Eduardo gosta de plantas. Sempre ajudou a cuidar do jardim. Rega, aduba
e conversa com elas.
É capaz de fazê-las sobreviver quando
já estão caídas. Também tem
verdadeira paixão por aeromodelos. Projeta,
constrói, conserta e se interessa muito sobre seu
funcionamento aerodinâmico.
Gostar de plantas e ter habilidade em seu manuseio não
parecem suficientes para escolher uma carreira como biologia, ainda
mais quando não se tem afinidade com ela.
Por outro lado, procurar entender a física que possibilita o
voo pode ser um indício de inclinação
às ciências exatas.
Tendo um pouco de mais de clareza e conhecimento acerca de si mesmo, o
segundo passo é investigar as profissões
existentes, os cursos oferecidos pelas universidades e o mercado de
trabalho.
Muitas profissões surgiram com o avanço
tecnológico, envolvendo a urgência pela
preservação do planeta, o crescente contingente
populacional, o relacionamento familiar e social e o incremento do
poder aquisitivo.
Analisar médias salariais, campos de
atuação, desenvolvimento de atividades, demandas
do mercado e potenciais locais de trabalho nacionais e regionais
constituem-se como fatores fundamentais na escolha consciente por uma
profissão.
E todo esse processo deve ser acompanhado pela família, que
não deve atuar de forma autoritária, impondo ao
filho um sonho que não é dele, mas
também não pode ser negligente, deixando o jovem
tomar a decisão que lhe cabe, mas sem apoio algum.
À família, incumbe o papel de facilitar a escolha
da carreira pelo jovem, seja oferecendo
informações pertinentes sobre o assunto ou
proporcionando suporte emocional.
Participando de programas de orientação
profissional e sendo amparado por sua família, certamente
muitos “Eduardos” demonstrarão mais
segurança e confiança quando, finalmente, tiverem
que decidir o início de seu futuro profissional.