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A Aula Expositiva Pode Ser Um Sucesso?
Professora Msc. Inge R. F. Suhr

A aula expositiva vem sendo questionada na atualidade por vários educadores por ser uma prática que coloca o aluno num papel passivo, de pouca participação e o professor como transmissor de uma verdade pronta e acabada.

Mas defendemos que, quando bem-estruturada, essa prática tem seu valor em momentos, tais como a apresentação de um conteúdo novo, a síntese do que foi trabalhado durante um determinado tempo, dentre outras.

Entretanto, como transformá-la em algo atraente, participativo e rico?

1 - Preparar, planejar (mesmo que apenas em sua cabeça) como será a aula: Como introduzirei o assunto? Como ganharei a atenção do grupo? Como farei nos momentos em que baixar o nível de interesse ou concentração do grupo? Que atividades os alunos farão? Como verificarei (na própria aula) se os alunos estão entendendo? Como farei o fechamento do tema? Quanto tempo, aproximadamente, levará cada uma dessas etapas?

2 - Dominar bem o assunto, mas não assumir “ar de sabe-tudo”. Assumir uma postura espontânea, mas não espontaneísta.

3 - Explicando melhor: procure ser “leve”, sem aquela rigidez exagerada dos colégios do século passado, mas deixando claro que é um momento importante, no qual você espera a atenção e a participação de todos os “cérebros” ali presentes.

4 - Iniciar fazendo “links” com a realidade e buscar o tempo todo a contextualização do conteúdo a ser transmitido com aspectos do dia a dia, da profissão, do noticiário etc.

5 - Organizar a fala de modo a ter uma introdução (isca para o assunto), o desenvolvimento (parte principal da aula) e um fechamento (conclusão) que deve favorecer a síntese do assunto tratado no dia.

6 - Usar vocabulário específico da área (científico), mas sempre traduzindo também em termos mais corriqueiros. Às vezes, a falta de compreensão dos termos dificulta a manutenção da atenção.

7 - Utilizar apoio visual (pode ser o quadro mesmo, mas também o powerpoint, as imagens etc.). Este deve ser de boa qualidade (mesmo no quadro sua letra deve ser grande e legível) e visível de longe (fundo da sala).

8- Aprimorar a expressão corporal, pois é muito mais agradável prestar atenção em um professor que é expressivo do que naquele que não demonstra alegria, empolgação, emoção.

9 - Manter contato visual com o grupo de alunos, demonstrando que a aula é para eles e com eles, e não com a parede.

10 - Variar o tom e a intensidade da voz, cuidar com a dicção e com o ritmo (não podemos ser monótonos, mas também não podemos “correr demais”).

8 - Tomar cuidado com os cacoetes de fala, pois há uma tendência a nos desligarmos do conteúdo e prestarmos atenção nos cacoetes de fala. Você deve se lembrar de algum professor que tenha recebido o apelido de “né”, “e então”, ou algo assim!

11 - Trazer anotações (tópicos) do conteúdo para orientar a sua fala e evitar que se perca o “fio da meada”. Por outro lado, se as perguntas ou intervenções do grupo dirigirem a um tópico que é mais do final da aula, trazer para o agora, pois a fala não precisa ser 100% linear e é bom aproveitar o interesse ou a dúvida que surgiu.

12 - Favorecer e mesmo incentivar a participação dos alunos com perguntas, exemplos, casos... Quanto mais eles se sentem partícipes e não apenas “telespectadores” da aula, mais se envolvem e maior é a chance de sucesso na aprendizagem.

13 - Observar a postura dos alunos e perceber se o nível de atenção está bom ou não, se estão demonstrando cansaço ou estão fazendo outras coisas. A partir daí, adequar a exposição.

14 - Circular pela sala, mesmo continuando a explicar o assunto. Mudar o foco de atenção é uma estratégia para diminuir o cansaço e tende a coibir as atitudes inadequadas de alguns alunos mais “desligados” ou “agitados”.

15 - Dividir a fala em blocos de, no máximo, 20 minutos, intercalados por outras atividades, tais como um exercício, ou ainda, contar um caso, dar espaço para os alunos se manifestarem. A seguir, retomar a exposição, sempre com o limite de 20 minutos.

16 - Encorajar os alunos a tomarem nota do que você está explicando, mas não no formato “cópia”. De tempos em tempos, interrompa e peça a eles que registrem em seus cadernos os pontos principais do que foi tratado até aquele momento. Se desejar, você pode também fazer uma síntese coletiva no quadro, que será copiada pelos alunos, mas lembre: eles é que devem sugerir o conteúdo da síntese coletiva. Você, neste momento, é apenas o escriba!

Professora Msc. Inge R. F. Suhr é Coordenadora Pedagógica de Ensino Presencial do Grupo Uninter.

Avaliação deste Artigo: 5 estrelas