O direito da escolha ainda é seu. Troque de canal.
Maurício Seriacopi
O
direito da escolha ainda é seu. Troque de canal.
Quando criança, gostava que chovesse para tomar banho de
chuva na rua
e fazer de cachoeira as águas torrentes que desciam dos
canos das lajes.
Gostava do calor para tomar sorvete, gostava do frio para tomar
café da tarde assistindo Sessão da Tarde com
minha mãe e seus deliciosos bolinhos de chuva,
também conhecidos por bolinhos de virar.
Não importava a previsão do tempo. Minha maior
preocupação era a de colocar uma blusa antes de
sair, principalmente se minha mãe mandasse colocar.
Acho que toda mãe tem uma bola de cristal escondida,
é impressionante a assertividade em
relação ao tempo.
Mas, o que aconteceu com nossa capacidade de gostar da vida?
Parece que os pessimistas e reclamões estão se
proliferando de maneira epidêmica.
Se chover, perguntam por que chove. Se fizer frio, por que faz frio. Se
fizer calor, por que faz calor. Se tiverem emprego, reclamam. Se
não tiverem, lamentam. E se for segunda-feira,
então, meu Deus.
O nível de descontentamento ou carência do ser
humano tem feito das redes sociais, em especial o facebook, verdadeiros
divãs e muros das lamentações.
Lembro-me da música de Lulu Santos, “Toda Forma de
Amor”, em especial do trecho “Eu não
pedi pra nascer, eu não nasci pra perder, nem vou sobrar de
vítima das circunstâncias”, e me
pergunto por que essas pessoas não trocam de canal?
Onde foi parar o direito de escolha por uma vida cheia de banhos de
chuva, sorvetes e diversões?
É preciso observar a metade cheia do copo. Andar mais
descalços, lambuzar-se, amarrar a blusa na cintura, contar
piadas, e rir delas também, enfim, é preciso
viver.
Afinal, como diz o poeta, “Você é bem
como eu, conhece o que é ser assim, só que dessa
história ninguém sabe o fim... a gente vai
à luta e a gente se dá bem”.
Portanto, antes de lançar seu próximo desabafo ou
reclamação, pense como ficará sua
imagem depois disso.
Se você conhecer alguém que goste de ouvir somente
lamentações e de estar perto de pessoas
negativas, por favor, avise-me.
Sou capaz de encabeçar um manifesto para render a ela uma
homenagem perpétua em praça pública.
“Você tem todo direito em deixar a vida te levar.
Mas, não reclame se, mais tarde, perceber que foi levado
para onde não queria ter ido.”
Maurício Seriacopi é palestrante, coach, gestor e
consultor empresarial com mais de trinta anos de experiência
nas áreas comercial e gestão de pessoas liderando
equipes multiprofissionais em empresas de todos os portes.