Felipe Barbosa Miléo Orientador Educacional do Programa Línguas Estrangeiras na empresa Planeta Educação; Graduado em Turismo pela Universidade Anhembi Morumbi e Pós-Graduado em Administração Hoteleira pela University of Birmingham – Inglaterra; Tem larga vivência em grandes empresas no exterior e experiência no ensino da Língua Inglesa. E-mail: felipe.mileo@fk1.com.br
Sempre se encontra um “tempinho” para o Inglês
Que tal aproveitar as oportunidades para aprender?
Falar
que Inglês é imprescindível para todos
nós hoje em dia é “chover no
molhado”.
Outra coisa também muito comentada no meio do aprendizado de
línguas é o famoso “não
tenho tempo pra isso” ou qualquer outro bordão
relacionado com a falta de tempo.
O tempo é, sem dúvida, uma questão
fundamental em nossas vidas. Os primeiros homens a viverem na Terra o
contavam com base na constante observação de
fenômenos naturais.
Hoje em dia, apesar de possuirmos inúmeras maneiras de
contar o tempo, fazemos a medição com base em
nossas necessidades, estas que nos fazem até mudarmos a
quantidade de horas em um dia. Quem nunca disse a seguinte
sentença: “Meu dia tem menos que 24
horas!”?
De tempos em tempos, as pessoas tendem a crescer profissionalmente,
portanto, o nível de conhecimento necessita acompanhar tal
evolução.
Um dos exemplos disso é a língua Inglesa. Para
alguns, ela é uma aliada importantíssima na
evolução da vida social, acadêmica e
profissional. Para outros, é a maior das vilãs
relacionadas ao aprendizado, maior ainda que a temida
matemática.
Porém, muitas pessoas hoje em dia não culpam mais
os métodos ou as metodologias para o insucesso no
aprendizado, mas sim o tempo.
As pessoas normalmente trabalham muito, estudam, dormem etc., mas,
mesmo assim, precisam aprender Inglês. Uns tentam, outros
conseguem, outros fazem vários cursos e desistem, enquanto
alguns nem mesmo têm a oportunidade.
Resido no interior de São Paulo e, voltando outro dia de uma
viagem, precisei entrar na cidade de São Paulo, via Castelo
Branco – Marginal Tietê, com a finalidade de chegar
à Via Dutra.
Um trajeto de aproximadamente 16 km, que normalmente sem
trânsito faz-se em vinte minutos, levou duas horas para ser
concluído. Fico então pensando quanto tempo se
perde em cidades desse porte, tais como São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte etc.
As pessoas poderiam aprender algo enquanto estão dentro de
carros e ônibus, ou seja, durante esses momentos que,
aparentemente, não estão fazendo nada produtivo.
Durante o percurso de minha viagem, pensei: Por que não
aproveitar esse tempo para aprender?
A partir daí, o argumento “eu não tenho
tempo pra isso” não será mais
válido, pois a questão passa a ser a
administração do tempo para algo produtivo.
Vejamos um exemplo:
Na maioria dos carros hoje em dia, quatro pessoas podem ser acomodadas
com segurança, ou seja, um motorista e três
passageiros.
Deixamos o motorista de lado, pois este precisa de
atenção para dirigir. Contamos, então,
com pelo menos duas ou, no máximo, três pessoas
com a mente aberta para novas experiências. Então,
a grosso modo, vamos fazer algumas contas!
Digamos que, por dia, passem pela Marginal Tietê uma
média de 385 mil carros nos seus 24,5 km de
extensão. No trecho em questão, que é
de aproximadamente 16 quilômetros, passam, então,
236 mil carros por dia, ou seja, são 9,8 mil carros por
hora.
Teoricamente, em duas horas passaram 19,6 mil carros. Se a
média de duas pessoas por veículo for tomada como
base, temos, então, em duas horas uma
população de 39,2 mil pessoas, o que é
um pouco menos que a população de Porto Feliz,
interior paulista.
Esse período, aparentemente perdido, dentro dos carros pode
ser dedicado para aprender por meio de atividades relacionadas ao
áudio, tais como uma língua estrangeira.
Por exemplo, com lições, atividades de
repetição de vocabulário e, dependendo
da qualidade do relacionamento das pessoas dentro do carro, existe
até a possibilidade de interação entre
os ocupantes.
Para os professores particulares, entre um deslocamento e outro, a
possibilidade de aulas particulares dentro dos carros pode ser um nicho
de mercado a ser explorado.
Agora, imaginem um ônibus que está cheio de
crianças voltando de uma excursão e que, por
algum motivo, ficou preso no trânsito dessas grandes cidades.
Será que não é possível
criar alguma atividade que dure por volta de uma hora, de modo que eles
aprenderem, mesmo que não uma língua estrangeira,
mas outra matéria qualquer? Pelo menos, é
possível praticar algo relacionado ao ensino.
O que não podemos mais é culpar o tempo pela
falta dele mesmo. Se o gerenciarmos competentemente, conseguiremos
aprender, estudar e, consequentemente, tornarmos cidadãos
com mais conhecimento.