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Diário de Classe

 

Ano novo, escola nova: como lidar com o período de mudança
A troca deve ser vista como um processo de adaptação. Muito diálogo e amparo são importantes nesse momento

O período é o de volta às aulas. Muitos alunos estão ansiosos para rever os amigos, os professores e para conhecer os novos alunos.

Esses últimos, por sua vez, vivem a angústia de imaginar como será o ano em uma nova escola. A mudança – à primeira vista traumática – deve ser vista como um processo de adaptação e receber total apoio dos pais.

Os fatores que motivam a mudança são os mais variados: troca de endereço, incompatibilidade da família com a proposta da escola, não adaptação da criança ao projeto escolar, entre outros

Segundo Francisca Paris, pedagoga, mestre em educação e diretora de serviços educacionais da divisão de sistemas de ensino da Editora Saraiva, os pais sempre devem expor os reais motivos da escolha de uma nova escola. “A mudança pode ser vista de uma forma benéfica porque a vida é assim, nada é estático ou imóvel. Sejam verdadeiros e comuniquem os reais fatores que os levaram à decisão”, explica a pedagoga.

No entanto, nem sempre as justificativas convencem os pequenos. Neste caso, deve ficar claro que o poder de decisão é dos pais, pois a criança não tem condições de avaliar se uma escola é melhor ou não.

“Ela pode externar um mal-estar e manifestar um sofrimento, mas, se os pais estiverem seguros de que a decisão foi a melhor, não devem ceder às birras. Muito diálogo, muita escuta e amparo são importantes nesse momento. Levar a criança ao novo ambiente, deixar que ela os veja abraçando os educadores e conversando com eles e até frequentar a escola por alguns dias são dicas que costumam dar certo”, orienta Francisca.

Aos pais, cabe a percepção de que na vida acontecem diversas situações de adaptação, por isso esta fase deve ser respeitada. “Os filhos precisam perceber que os pais confiam nos educadores e no projeto da nova escola. As crianças comunicam-se e criam laços facilmente, basta observá-las em uma praça ou parque. Logo farão novos amigos”, acrescenta a pedagoga.

Apesar de o sofrimento ser imensurável e variar de acordo com a faixa etária, os jovens tendem a sofrer mais com a adaptação. É nessa fase que os adolescentes formam grupos, que são fundamentais na construção de sua identidade e autonomia.

Nesse período, acontece o fortalecimento dos laços com os amigos e, consequentemente, o rompimento das relações com os pais. “Propor o afastamento do grupo pode parecer-lhes trágico, mas também nessas circunstâncias são os pais os decisores e, caso decidam mudar os filhos adolescentes de escola, vale também o apoio. Pode-se propor uma reunião com os novos colegas da classe em casa para facilitar o entrosamento”, sugere a educadora.

Para Francisca, o envolvimento dos educadores também é fundamental nessa fase delicada. “Os professores têm como tarefa profissional ajudar no processo de adaptação. É preciso que alguém da escola apresente o novo colega aos demais e conte sua história ao corpo docente. Atitudes como aproximar-se do novato, mostrar os diferentes ambientes da escola e colocar-se à disposição para ajudá-lo em momentos de dificuldade são iniciativas que dão resultado”, recomenda.

Mediante todos os esforços, se o aluno ainda apresentar dificuldades em adaptar-se, a decisão pode ser repensada e Francisca aponta dois caminhos: ou decide-se por uma nova mudança ou tenta-se, junto do filho, encarar a frustração como processo de amadurecimento.

Algumas dicas para uma mudança menos traumática:

- Fiquem ao lado (física e emocionalmente) dos filhos diante do novo.
- Sejam verdadeiros e comuniquem os reais fatores que os levaram à decisão.
- Acompanhem os passos da mudança.
- Encorajem os filhos diante dos primeiro temores.
- Conversem com os professores e solicitem uma comunicação mais próxima.
- Perguntem sobre os desafios de cada dia.
- Incentivem novas amizades.
- Ajudem nas primeiras tarefas, que podem parecer estranhas.
- No caso das crianças, proponham um período de adaptação.
- Promovam uma “noite do pijama” em casa e convidem os novos amigos.
- Não negligenciem as solicitações da escola, mas cumpra-as para a criança não ficar constrangida.
- Observem a cultura escolar e a sigam para a criança não se sentir deslocada.
- Fiquem sempre alertas: se os sinais de sofrimento não reduzirem, procurem ajuda junto à escola.

*Divulgado por Ex-Libris Comunicação Integrada/Ana Carolina Esmeraldo.

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