Excelência em Educação, Compromisso de Todos
Deise Urias de Morais
A escola não sabe o poder que tem. Essa
afirmação pode parecer um simples
chavão ou mesmo uma espécie de ideologia
simplista. Nem um, nem outro.
A escola é o cerne das
transformações sociais (ou deveria ser), pois
é onde ocorre (parafraseando Paulo Freire) “a
humanização do ser humano”.
No entanto, para que o fenômeno da
transformação/humanização
do ser (e, por conseguinte da sociedade) ocorra de maneira eficiente,
devemos pensar a escola como um organismo vivo, tão vivo
quanto nosso próprio corpo.
Analogamente, pensemos: para que possamos nos manter
saudáveis (física e mentalmente) e socialmente
ativos,
precisamos de harmonia e equilíbrio no funcionamento de
nossos órgãos (todos eles).
Se, por qualquer
motivo, parte desse sistema se danifica ou se compromete, as
probabilidades de apresentarmos problemas no funcionamento do nosso
organismo são elevadas.
Tais problemas apenas não
ocorrem, ou pelo menos não de maneira acentuada, quando
outro órgão “assume” a
função desempenhada pela parte comprometida.
De maneira análoga, a escola pode (e deve) ser vista como o
todo que abarca o funcionamento de partes várias (os
órgãos da escola).
O professor, os alunos, o
gestor, os funcionários (da limpeza, da secretaria etc.), os
pais de alunos e todos aqueles que, de maneira direta ou
não, interferem no cotidiano da escola são
responsáveis pelo bom funcionamento do “organismo
escolar”.
Dessa forma, cada um deve tomar ciência de sua
“indispensabilidade” dentro do macrocosmo escola.
E
mais: devemos nos apressar em aprender a ser o
órgão valente, que traz para si maior carga de
labor em nome do bom funcionamento do organismo.
E não se trata de trabalhar pelos outros, mas de cumprir de
maneira real o que lhe é de dever. E também de
escolha.
Afinal, educar é, antes de tudo, um ato de escolha:
constituir-se como agente educador transcende, indubitavelmente, a
posse de um certificado de graduação; implica
comprometimento social e responsabilidade humanitária.
Por isso, a busca pela excelência em
educação exige mudança de postura dos
indivíduos envolvidos no processo.
Necessitamos com
urgência do comprometimento e da responsabilidade dos
agentes; não de uns poucos, mas de TODOS.
No momento em que cada um se assumir como órgão
de um só corpo e se comprometer com suas
funções (inclusive e principalmente sociais),
veremos aflorar as transformações
passíveis de serem realizadas pela escola, pois essa
terá descoberto seu poder.
Deise
Urias de Morais é
Graduada em Letras pela Universidade de Taubaté - Unitau,
pós-graduanda em Metodologia do Ensino de Língua
Portuguesa pela Universidade Gama Filho. Atua como professora,
palestrante, consultora de Língua Portuguesa (com foco no
ensino de produção de textos) e revisora de
artigos e trabalhos científicos. Autora de material
didático para o curso de Letras a distância -
Unitau, disciplina Linguagem e Interação
(d.uriasdemorais@gmail.com).