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Ton Ferreira Consultor de Governos da Planneta Educação, uma empresa do grupo Vitae Brasil. Mestre em Projetos Educacionais de Ciências pela USP; MBA em Gestão de Pessoas pelo Centro Salesianos e Pós-Graduado em Ética, Valores e Cidadania pela USP; graduado em Matemática pela UNESP. Experiência na área Gestão de Pessoas e de Formação Continuada, Docência e Palestras com foco em educação, ciência e tecnologia.

Ser ou não ser professor? Eis a questão!
Adreiton Ferreira

Em uma de suas matérias, a Revista Nova Escola nos alertou para um problema bem caótico. Uma pesquisa realizada nos revelou que apenas 2% da população brasileira pensa em seguir a área docente. Por que será que a demanda está tão baixa?

Abaixo estão elencados alguns problemas que os próprios professores sempre apontam, justificando a insatisfação em lecionar:

- Falta de reconhecimento profissional (pessoal e financeiro).
- Falta de respeito dos alunos.
- Falta de comprometimento do grupo gestor das escolas.
- Falta de ferramentas inovadoras.

Poderia ficar citando n problemas do cenário educacional, porém, eles tornam-se posteriores e talvez consequentes de uma outra prerrogativa: há muitos profissionais em sala de aula que não são habilitados a lecionar. De acordo com o INEP, atualmente temos mais de 710 mil professores que estão na área docente, porém não são licenciados para tal.

Na Matemática, por exemplo, encontramos engenheiros, administradores e economistas “ensinando” o teorema de Pitágoras mesmo sem saber quem foi Pitágoras, onde ele viveu, o porquê desse teorema ser estudado e qual sua aplicabilidade.

Aliás, será que esses profissionais sabem que esse teorema não é de Pitágoras de fato? Essas pessoas acabam deturpando a verdadeira matemática, pois, na maioria das vezes, não têm uma fundamentação teórica e metodológica, as quais são essenciais aos educadores no processo de ensino-aprendizagem.

Além disso, muitas delas estão em sala de aula “fazendo um bico” e têm vergonha até mesmo de dizerem que estão lecionando. Imagina um economista ou um engenheiro civil dizer que é professor de matemática da sexta série de uma escola estadual!

Portanto, antes mesmo de levantar problemas relacionados à área docente – problemas elencados no início do texto – primeiramente o indivíduo deve refletir a seguinte questão: quero SER professor ou ESTAR na profissão?

Citando mais uma vez o exemplo da disciplina Matemática, é muito simples entrar em uma sala de aula e reproduzir milhares de exercícios, impor as fórmulas que resolvem tais exercícios, “ensinar truques e macetes” e fazer com que os alunos sejam alienados e mecanizados a “aprender” essa falsa matemática.

Quem faz isso não pode ser considerado um professor, afinal, qual o objetivo da Educação mesmo? Formar cidadãos conscientes, que saibam interpretar, seres pensantes, questionadores, competentes a enfrentar a sociedade que os norteiam. E será que é isso que acontece hoje nas salas de aula?

Ser professor requer, além da fundamentação teórica e metodológica, o gostar pela profissão como em todas as outras profissões. Temos que nos sentir bem e satisfeitos pessoalmente naquilo que fazemos e não pensarmos simplesmente em salários.

Parece demagogia, porém, é justamente por isso que se encontram muitos profissionais frustrados no mercado de trabalho, eles começam a frequentar um determinado curso superior pensando somente no retorno financeiro que virá, e não em um retorno pessoal.

Atualmente, tem-se um contexto na Área Educacional e, se realmente um cidadão quiser SER professor, deve encarar esse contexto como um desafio de sua profissão. É por meio deste desafio que virão os progressos.

Já dizia Albert Einstein:

"Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. "Sem crise não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la."

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