Diário de Classe
O Projeto Político-Pedagógico na Formação Profissional de Educadores: Uma Reflexão Crítica e Transformadora
Professora Júlia Séccolo
Pensar hoje a Educação no sentido amplo exige-se comprometimento social, envolvendo segmentos políticos, culturais e sociais. Pensar a Educação em sentido restrito exige-se participação efetiva das escolas e dos seus respectivos gestores, assim como toda a equipe escolar e comunitária.
Existe uma crença já há muito estabelecida que “Só a Educação para mudar o mundo”. Isso pesa muito nas costas dos profissionais envolvidos com o trabalho de formação da criança e do adolescente. Mudar o mundo é muito complexo, vago, fora de cogitação em tempos reais do século XXI.
Na sociedade brasileira em que vivemos hoje, democrática e conturbada, gerenciada e aberta ao mesmo tempo, os elementos constituidores (professor, alunos, coordenadores, gestores) do trabalho educativo perdem-se ou não acreditam muito no que fazem.
Essa crença historicamente construída é muito cômoda e confortável aos políticos porque, de certa forma, os exime parcialmente das suas responsabilidades e joga para a escola de forma centralizadora o processo ensino-aprendizagem.
O aluno aprende, conhece, interpreta, transforma e modifica significativamente o seu universo pessoal e, consequentemente, o mundo que o rodeia. Isto é muito ingênuo e muito sutil nos tempos de hoje.
Mas não é o que acontece na realidade. Precisamos focar com mais intensidade a formação profissional dos educadores que saem hoje das universidades e vão para as escolas exercer a profissão.
Daí a necessidade de destacar a importância e função do projeto político-pedagógico na questão da formação do educador, este enquanto buscador de uma identidade profissional e social, numa perspectiva globalizadora e integrada às áreas de conhecimento e disciplinas curriculares.
Os educandos em formação profissional precisam reconhecer que o mundo moderno, por meio de suas diversidades pessoais completamente heterogênicas, apresenta grandes dificuldades de efetivação do processo de ensino-aprendizagem num contexto escolar, lugar onde simbolicamente representa a sala de aula e onde ele vai atuar como mediador dessas duas realidades geográficas – educação ampla e educação restrita.
Isso vem apontar alguns indicadores necessários às mudanças de posturas profissionais, que acusa, muitas vezes, uma prática pedagógica ultrapassada, alienada e descontextualizada da realidade, a qual está presente no aluno-aprendiz.
Por isso, por meio dessa reflexão pode-se pensar na proposta objetiva de desenvolver projetos de trabalho como alternativa de melhorar a qualidade de ensino, no qual estamos inseridos e em que atuamos para uma prática transformadora, crítica e responsável. Como? De que forma?
Por meio de uma consciência coletiva e responsável dos professores, coordenadores, reitores, diretores e, principalmente, alunos e comunidades envolvidos na dinâmica escolar e universitária, discutir a proposta pedagógica e inserir projetos reais que tenham conexão com a rede das escolas-campo que irão atuar nos estágios supervisionados.
A partir
daí, definir diretrizes e estratégias
atribuídas aos alunos/profissionais da
Educação num contexto próprio de
aprendizagem, gerando atividades e comprometimento de uma
consciência globalizadora e significativa para todos, dada a
ordem de importância dos temas, relevância e
abrangência de ação.
Júlia Aparecida Séccolo é pedagoga com Pós-Graduação Lato Senso – Gestão Educacional, formada em Programação Neurolinguistica e é formada internacionalmente em Coaching, atuando em Treinamentos, Palestras e Workshops.