Diário de Classe
Dislexia e o processo de aprendizagem
Camila Hayashi
A Dislexia é um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na leitura, escrita e soletração. É uma condição genética e hereditária, com alterações no padrão neurológico, e não está relacionada à alfabetização deficiente ou à personalidade.
Para diagnosticar esse distúrbio, é necessário consultar um profissional que dará as orientações e estímulos corretos para tratar o problema. Na maioria dos casos, a dislexia é diagnosticada na infância em que as manifestações são mais claras, mas isso não significa que o diagnóstico seja fácil.
Os principais sintomas aparecem na idade escolar e, entre os mais comuns, destacam-se:
- apresentar dificuldade de escrever ou ler / baixo rendimento escolar;
- entender o que lê somente quando lê em voz alta, para poder ouvir o som da palavra;
- omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
- estar no “mundo da lua”; dispersão;
- ter dor de barriga na hora de ir para a escola e ter febre alta em dias de prova;
- pensar por meio de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
- não ter atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
- com
muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age
como se estivesse distraído.
E de que forma a dislexia pode influir nas
relações familiares ou vice-versa? Primeiramente,
é preciso estar atento ao desenvolvimento da
criança. Qualquer sintoma deve ser um alerta para os pais e
educadores, que devem procurar ajuda médica.
Os sintomas mais comuns se manifestam na pré-escola. A dislexia costuma provocar dificuldades de relacionamento, inicialmente na escola e depois na própria família com os pais e irmãos.
Por conta do baixo rendimento escolar, dispersão e baixa autoestima, as crianças se sentem incapazes de realizar muitas tarefas e lidam com o medo, pressões e sentimentos de rejeição.
Nesse
momento, é fundamental o apoio da família! As
dificuldades serão superadas com mais êxito se a
criança se sentir amada e protegida por aqueles que
são sua referência de vida. Independentemente de
os pais passarem por alguma crise no casamento ou crise financeira, os
filhos precisam ser preservados desses problemas ao máximo.
São muitos os benefícios quando os pais e os
educadores trocam informações e buscam apoio e
estímulos em prol da criança.
O profissional mais adequado para trabalhar com o disléxico
é o fonaudiólogo, pois sua principal dificuldade
é fazer a relação letra e som. Mas
dependendo do grau da dislexia (leve, média ou severa) e do
tipo (visual, auditiva ou mista), um psicopedagogo também
poderá acompanhá-lo.
Os adolescentes e adultos disléxicos normalmente têm a autoestima muito rebaixada e necessitam de acompanhamento psicológico. Em alguns casos, quando a dislexia não é tratada, a criança tende a se tornar um adulto com dificuldades emocionais (de relacionamentos, trabalhos e tomada de decisões).
O desequilíbrio emocional traz depressão e ansiedade e pode levar ao consumo de álcool e drogas. ou seja, quanto antes for diagnosticado, melhor.
Dicas
para combater a dislexia
- Ler histórias que estejam de acordo com a faixa
etária da criança.
- Tornar
a leitura parte do cotidiano, solicitando à
criança que leia textos de seu interesse 10 minutos ao dia.
- A tecnologia também é uma aliada muito
importante! Softwares educativos desenvolvem a leitura, a
memória, a atenção e outras
áreas importantes do cérebro.
- Demonstre conceitos abstratos. Por exemplo: água passando
do estado líquido para o estado de vapor.
Apesar das complicações, engana-se quem pensa que
o disléxico não é inteligente. Com o
passar dos anos, ele saberá contornar as dificuldades e
encontrará alternativas para lidar com as suas
próprias limitações.
Trabalhar os estímulos em um disléxico desde a infância é de extrema importância. Ao fazer o tratamento, cada paciente ao seu tempo, os resultados vão garantir ao disléxico uma vida mais saudável e equilibrada. No presente e no futuro!