Planeta Educação

Aprender com as Diferenças

Maria Amélia Vampré Xavier Diretora para Assuntos Internacionais da Federação Nacional das APAEs - FENAPAES em Brasília, Assessora Especial de Comunicação de Inclusion InterAmericana e Assessora da Vice Presidência de Inclusion InterAmericana – Brasil , Relações Internacionais do Instituto APAE e da APAE em São Paulo, atua na Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social do Governo do Estado de São Paulo, na Rede de Informações do COE, no Sorri Brasil e no Instituto Carpe Diem em São Paulo.

Falando Sobre o Estudo Global
"Educação de qualidade para todos - quando estivermos incluídos também" - 2009

Páginas 12 e 13 do documento “Better Education For All – When We´re Included, Too” - Documento preparado por Inclusion International e INICO, da Universidad de Salamanca (www.inclusion-international.org) - Pessoas com deficiência intelectual e suas famílias falam sobre Educação Para Todos, Deficiência e Educação Inclusiva.

Achamos fascinante a discussão que ocorre no Brasil, sobre a educação inclusiva propriamente dita, e também sobre os rumos da educação em nosso país, considerada de baixo nível pelos padrões das Nações Unidas, malgrado profissionais da área, políticos e a sociedade civil reconheçam que foram feitos avanços importantes, mas numa escala muito menor, muito mais pobre do o desejável.

Hoje temos no Brasil um número maior de escolas e um número maior de crianças está nas escolas públicas regulares, inclusive um número sempre crescente de crianças com deficiências variadas. Embora haja montanhas de obstáculos a serem transpostos, temos de admitir que demos passos avante e isso nos orgulha. Todavia, ao medir nossos índices com os de outros países na América Latina, vemos que a distância que nos separa de países melhor organizados é muito grande.

Daí o fato de voltarmos, com frequência, a mencionar documentos significativos de Inclusion International, das Nações Unidas, de quantas organizações existirem que tenham a educação de nossas crianças como uma preocupação chave para o contínuo desenvolvimento de nosso país.

Vamos, pois, ao texto de hoje e vamos refletir sobre o que nos diz o Relatório Global a que aludimos acima:

“Para fazer uma revisão tanto dos compromissos internacionais feitos à inclusão e o conhecimento que as famílias têm acerca do que funciona, o que não funciona e a razão porque é assim, o processo de obter informações para o relatório vincula vozes locais e conhecimento a processos globais a fim de se atingir Educação para Todos.

A fim de garantir que este relatório reflita as perspectivas de famílias e autodefensores, contatamos nossa rede de trabalho ao redor do mundo. Isto incluiu:

- Nossas organizações afiliadas

- Outros grupos de base popular focados em pessoas com deficiência intelectual

- Grupos que trabalham no mundo todo sobre questões de educação inclusiva

- Especialistas e funcionários de instituições internacionais

- Colegas e amigos

- Ministérios da Educação e outros funcionários governamentais, sempre que possível.

Usando este conhecimento cumulativo e diferenciado que foi desenvolvido acerca de educação inclusiva, este documento oferecerá estratégias para “fazer uma escalagem” de nossos esforços pela inclusão. Ele considerará os desafios e oportunidades para movimentar o desenvolvimento de educação inclusiva incluindo-a em planos para atingir Educação para Todos a nível de país, e de que forma esses esforços nacionais podem ser apoiados através de investimentos e políticas globais.

Desenvolvemos um processo de pesquisa participatória em cada uma das cinco regiões de Inclusion International:

-  Europa
-  Oriente Médio / África do Norte (MENA)
-  África e o Oceano Índico
-  As Américas, e
- Ásia ligada ao Pacífico

Consultamos diversas fontes diferentes sobre a abordagem que poderíamos utilizar e usamos esse “input” a fim de criar ferramentas para coletar informações acerca da situação atual da educação inclusiva a nível nacional. A fim de facilitar estes processos, identificamos um grupo de coordenadores regionais que conduziram a iniciativa em países participativos em sua região. Esta consulta regional forneceu a base para o desenvolvimento do Relatório Global.

Desenvolvemos um jogo de ferramentas a serem usadas por famílias, crianças, autodefensores e professores durante a coleta de informações. As ferramentas foram desenvolvidas e a seguir adaptadas pelas regiões para uso em seu contexto específico.

As ferramentas e recursos usados para coletar informações, histórias, perfil de país e os resultados totais de pesquisas para os Perfis de Países, famílias e professores, podem ser encontrados no website Educação Inclusiva de Inclusion International.

Embora as ferramentas tivessem sido elaboradas para ajudar as organizações com base nas famílias, e para coletar informações em seu país, elas também ajudaram a mobilizar e engajar comunidades em torno da questão da educação inclusiva. De todos os países ouvimos que as discussões focais em grupo eram um mecanismo importante para atingir as famílias e fortalecer sua compreensão e capacidade de promover a CDPD e a educação inclusiva.

Coletamos histórias e informações de mais de 75 países acerca de exclusão e inclusão em educação – histórias que refletem as razões pelas quais as crianças são excluídas da escola, e as questões que impedem a inclusão verdadeira na educação. Recebemos informações sobre:

- Boas práticas em escolas, salas de aula e comunidades

-  Circunstâncias nas quais crianças continuam a ser excluídas da escola

- As questões e os desafios que crianças, pais e professores enfrentam para impedir que ocorra a inclusão verdadeira.

As histórias e informações coletadas são a base deste relatório.  Você encontrará muitos exemplos e ilustrações no decorrer deste relatório. Além disso, quisemos compartilhar muitas histórias que recebemos em sua forma original. Para lê-las, procure nosso website sobre educação inclusiva.

Documento na íntegra:
http://inclusion-international.org.cluster.cwcs.co.uk/wp-content/uploads/Better-Education-for-All_Global-Report_October-2009.pdf

Trecho traduzido do inglês e digitado em São Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier, Diretora para Assuntos Internacionais da Fenapaes, Brasília, Rebrates, SP, Carpe Diem, SP, Sorri Brasil, SP, Membro Honorário Vitalício de Inclusion International, em 6 de novembro, 2010.

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