Planeta Educação

Aprender com as Diferenças

 

A Grande Revolução leva o debate da inclusão para a Feira
Feira do Livro

Os interessados no tema da inclusão das pessoas com deficiência puderam participar da série de palestras “A Grande Revolução”, promovida pela Associação Gaúcha de Pais e Amigos dos Surdocegos e Multideficientes (Agapasm), no dia 31 de outubro, às 14 horas, na Casa do Pensamento.

Ana Costa, do Ministério do Trabalho, falou sobre o mercado de trabalho para os portadores de deficiência. Para ela, já há bastante espaço para o grupo nas grandes cidades, mas a situação ainda é difícil no interior. As pessoas surdas têm grande dificuldade por que não há comunicação em libras nas empresas.

Algumas conseguem algum espaço, mas ficam segregadas, sem tomar conhecimento das informações mais básicas. Para os cadeirantes, às vezes, há acessibilidade na empresa, mas não na cidade, o que os impede de chegar ao trabalho. Segundo Ana, as empresas reclamam especialmente da falta de qualificação dos portadores de deficiência, por isso o Sistema S desenvolveu uma série de cursos profissionalizantes para esse público.

A existência de uma política pública criada para prever o que vai acontecer com o deficiente desde o seu nascimento foi a sugestão apresentada por Elisete Baruel, da Planeta Educação. Uma política de educação inclusiva abrangeria não só os deficientes, mas também índios, negros, moradores de rua e pessoas em recuperação por uso de drogas. 

Mesmo com as dificuldades, ela acredita que já houve uma evolução. Em 1998, havia 43.923 alunos matriculados em classes comuns. Em 2006, eram 325.316 alunos. Porém, o que os portadores de deficiências precisam é de um atendimento especializado, não especial. “Não queremos dois sistemas, um comum e um especial. Queremos um sistema único, com atendimento especializado”, explica.

A cadeirante Juliana Carvalho, apresentadora do programa Faça a Diferença, da TV Assembléia, divertiu o público com sua linguagem despojada. Seu tema era a sexualidade da pessoa com deficiência. Ela teve uma inflamação na medula aos 19 anos e perdeu a sensibilidade da pele de ¾ do corpo. Logo conseguiu voltar a estudar e a trabalhar, mas retomar a vida sexual foi o que levou mais tempo.

Pesquisando na internet, não encontrou quase nenhuma informação sobre o assunto. Por isso resolveu contar as suas experiências num livro (“Na minha cadeira ou na tua?”).

Por fim, o oftalmologista Luciano Bellini falou sobre saúde ocular. Deu especial destaque para a catarata, que é uma das doenças mais comuns no Brasil e que é reversível. Depende apenas do acesso das pessoas aos tratamentos médicos.

No final da tarde, a partir das 18 horas, o mediador do evento Alex Garcia, presidente da Agapasm, autografou o livro “A Grande Revolução”, em parceria com a cearense Rozelane Pessoa.

Fonte: http://www.feiradolivro-poa.com.br/noticias_det.php?noticia=793

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