Planeta Educação

A Semana - Opiniões

Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Palavras que promovem a paz
Ferramentas para a construção de bases sólidas para uma vida melhor

Imagem de um braço levantado segurando chaves de fendas em sua mão diante do azul do céu

Palavras são como ferramentas, as quais podem ser usadas para diversas finalidades, passando sempre pelo processo de comunicação, ou seja, ao usarmos palavras estamos em diversas situações comunicando algo a alguém.

Há alguns anos, um senhor me disse que “toda palavra pode ser dita a toda pessoa – dependendo da forma como é falada”. Isto é verdade, pois tal como um artista diante de uma pedra de diamante que precisa passar pelo processo de lapidação, assim também nossas palavras precisam ser moldadas para transmitir a paz, e não a guerra como temos visto acontecer em diversos momentos.

O que acontece é que muitas vezes estamos acostumados à guerra, ao sangue, às lágrimas a tal ponto que não zelamos mais por aquilo que dizemos, antes, simplesmente falamos jogamos para cima do outro todas as nossas insatisfações, sem nos importar com o impacto que nossas palavras podem causar à outra pessoa.

Há, ainda, quem se utiliza desta prática dizendo que assim faz porque é sincero, ou seja, sem cera, sem maquiagem. Muito mais que uma ferramenta, tais pessoas estão sob o risco de usar as palavras como armamentos que ferem não apenas o corpo, mas todo um sistema psicológico, virando as costas como se nada de tão grave tenha acontecido.

Não é maquiar o que estamos sentindo, mas ter o cuidado para expressarmos nossos pensamentos da melhor maneira possível, de modo que aquele que nos ouve não tenha o foco desviado diante da maneira grosseira que estamos, por um acaso, usando.

Assim como causadora de dores, a palavra pode trazer paz ao coração, dado que é tão prazeroso nos deliciarmos em leituras que falam de paz, de amor e de segurança.

Nossos jovens, adolescentes e crianças carecem cada dia mais de palavras assim, pois diariamente estão expostos à violência em forma de brigas num programa televisivo mesmo. O que dá mais audiência do que brigas, iras, traições e desonestidades?

Muitos de nós, professores, vemos as violências da televisão incorporada à rotina de vários de nossos alunos. Tanto a forma de andar, falar, agir e como também reagir mostram-nos claramente os reflexos da exposição exagerada diante do mal, diante daquilo que é ruim.

Com os olhos atentos ao mal, nossos jovens acostumam-se a ele com uma velocidade assustadora. Há quem diga que os olhos são as janelas da alma, é por meio do olhar atencioso que muitos sentimentos descem ao coração, fixando lá moradia e, assim como numa casa em que há guerra, não há paz no coração que se permite dar abrigo ao que é ruim ou, pelo menos, aquilo que deveria ser tido como ruim, como indesejável.
Nossa missão como professores e também pais é muito nobre para ser deixada de lado. Como pais, não dá mais para fazermos do videogame e da televisão babás para nossos filhos e, como professores, não dá mais para fingir que não estamos vendo o mau caminho que está sendo trilhado por muitos de nossos alunos.

É hora de nos motivar, de buscarmos solução, de buscarmos a paz e, para tal, é muito interessante pensarmos em nossas palavras como ferramentas para construirmos bases sólidas para uma vida melhor aos nossos filhos  alunos.

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