De Olho na História
O Enigma das Pirâmides
Pirâmide
As pirâmides de Gizé
Entre as várias construções erguidas ao longo dos tempos, sem qualquer sombra de dúvidas as pirâmides egípcias são as que despertam o maior fascínio e que geram as maiores dúvidas, os grandes enigmas a serem respondidos. Quem as construiu? Quanto tempo levou até que as mesmas fossem erguidas? Qual o propósito das pirâmides? De que materiais foram feitas? Como era a vida dos trabalhadores que ergueram as pirâmides? O que se guardava dentro dessas colossais construções? Essas e muitas outras perguntas são feitas com certa regularidade por pessoas de diversas nacionalidades e origens culturais (inclusive por nós, brasileiros).
Primeiramente é necessário lembrar que existem três grandes pirâmides, erguidas na fase da história egípcia conhecida como Antigo Império. São conhecidas como pirâmides de Queóps, Quéfren e Miquerinos.
Grandes barcas eram utilizadas para o transporte de matérias primas básicas para a construção de templos e pirâmides. O entalhe ao lado nos mostra uma dessas embarcações que cruzavam o rio Nilo levando, entre outros produtos, uma enorme rocha para compor as paredes de uma dessas construções. |
Antes do surgimento dessas pirâmides eram construídos templos de grande envergadura, verdadeiras tumbas, nas encostas de montanhas de pedra, com tetos planos, chamados de Mastabas. Para que ficassem escondidas e se evitassem roubos, essas construções ficavam em locais secretos, distanciados e, além disso, eram recobertas com areia em suas coberturas.
Mas o que motivava a construção de templos e tumbas como as Mastabas e as Pirâmides?
Os egípcios acreditavam que os faraós (líderes do regime teocrático local, considerados semideuses) ao morrerem se tornavam reis para governar junto a Osíris (o Deus dos mortos) enquanto seu sucessor, o novo faraó, incorporava Hórus (o Deus dos céus e protetor do sol). Esse ciclo era simbolizado pelo nascer e por do sol.
Há teses que defendem que as pirâmides foram construídas com o auxílio de
extraterrestres, alegando que não haveria conhecimento e tecnologia na época para
sustentar o surgimento dessas construções. A charge acima ironiza essa hipótese.
Diziam ainda que uma parte do espírito do faraó, chamado de Ka, continuava em seus corpo depois de sua morte. Se não fossem tomados os devidos cuidados com o corpo do faraó que havia falecido, ele não teria condições de assumir suas responsabilidades como o novo rei dos mortos. Isso provocaria um desequilíbrio que afetaria não apenas seu reinado entre os mortos, mas também o Egito. Pragas e outros desastres naturais abateriam o país, causando a fome e a miséria.
Para evitar que essas desgraças acontecessem no Egito eram construídas as Mastabas e as Pirâmides, assim como era providenciada a mumificação do corpo do faraó morto, a retirada de suas vísceras (que eram colocadas em vasos de argila, pedra, ouro ou mármore), a realização de rituais fúnebres, o armazenamento de alimentos na câmara mortuária onde iria ficar o corpo do faraó e, em muitos casos, eram deixados serviçais e soldados vivos junto com o cadáver. Depois de tudo isso a pirâmide (ou a mastaba) era lacrada.
Diferentemente do que pensam muitas pessoas, as pirâmides não foram construídas por escravos. Os trabalhadores que ergueram essas majestosas construções eram egípcios. Eram contratados ou pagavam tributos pelo uso da terra trabalhando nas grandes construções públicas (que não se limitavam aos templos, mas também a edifícios públicos, canais de irrigação, barragens, pontes, estradas,...).
Trabalhadores egípcios produzem, em pedreiras,
material para a construção de pirâmides.
Ao redor dos locais onde foram erguidas as pirâmides foram encontradas padarias, açougues, cervejarias, silos para a estocagem de cereais, casas, cemitérios e, até mesmo, locais onde trabalhavam enfermeiros e "médicos" para atender aqueles que fossem vítimas de acidentes no trabalho (era comum que os trabalhadores sofressem com o esmagamento de dedos ou mãos, pés quebrados pela queda de instrumentos de trabalho ou ainda tivessem que sofrer amputações).
Os especialistas estimam que entre 20 e 30 mil trabalhadores se revezaram na construção das pirâmides da região de Gizé, por um período aproximado de 80 anos. Não há indícios de que mulheres trabalharam regularmente na construção das pirâmides. O posicionamento das pirâmides de Gizé era definido a partir de estudos desenvolvidos por sacerdotes-astrônomos, que estipulavam o angulamento das edificações de acordo com a posição de constelações sagradas.
As fotografias acima nos mostram locais onde se extraíam pedras para a construção de templos e pirâmides. Reparem na preocupação com o corte das rochas (foto à esquerda); Percebam que há perfurações na parede de pedras (foto à direita), indicando que ali eram instalados andaimes onde ficavam os trabalhadores que cortavam a rocha.
Muitas vezes as pedreiras que forneciam pedras para as construções ficavam a grandes distâncias dos locais de trabalho, para resolver esse problema os egípcios transportavam as pedras por barcos, através do rio Nilo. Na construção, para que os enormes blocos de pedra fossem transportados de um lugar para o outro eram construídas rampas e, havia uma grande preocupação com o polimento das pedras, para que ficassem lisas e pudessem deslizar mais facilmente através das rampas até o local onde seriam instaladas. Além do trabalho e esforço dos homens, alguns instrumentos eram utilizados, como guindastes simples (puxados pelos trabalhadores e por animais) e andaimes.
Acima temos uma espécie de trenó utilizado pelos egípcios para
transportar as pedras que compunham as pirâmides.