Marcelo Guilherme Moreira Diretor de Produto da Planeta Educação:
- Mestrando em Direção Estratégica pela Universidad Europea del Atlántico, Santander ES;
- Graduado em administração pela Universidade Federal de Ouro Preto;
- Tecnólogo em Processamento de Dados pela Universidade São Judas Tadeu.
Ao vencedor, as batatas!
Marcelo Moreira
Como
explicar o sentimento de perda diante de uma não
vitória? Há como?
Penso que a história muitas vezes nos mostra que sim.
É grande a galeria de desportistas campeões que
não nos saem da lembrança
Mas existem exemplos claros que a competição
sadia valoriza a todos que se propõe a participar, a brigar,
a dar sangue, a dar amostras de seus talentos.
Não quero aqui ressaltar o jargão politicamente
correto que diz “O importante é
competir”. Não! O importante é fazer,
é mostrar, é realizar e, partindo deste
princípio, não existe um vencedor, existem
vencedores.
Vencer é bom, gostoso, alimenta nosso ego, mas
não se pode esquecer o caminho percorrido, a
realização que é fazer, que
é construir uma história por meio do que se pode
sonhar.
Provavelmente pouca gente se lembra da vencedora da maratona feminina
das olimpíadas de 1984
(http://www.youtube.com/watch?v=t2_Xu7AXAdY), duvido que
alguém queira ver um velho vídeo da americana
vencedora, no qual ela está ultrapassando a linha de
chegada...
Mas existe uma imagem desta prova que está eternizada. A 37a
colocada, a Suíça Gabriele Andersen de 39 anos
que adentrou o estádio olímpico de Los Angeles
toda torta e passando mal, caminhava com muita dificuldade, mas
não tirava os olhos da linha de chegada.
Eu me lembro como se fosse hoje, eu tinha 13 anos, os olhos de minha
mãe lacrimejavam ao ver aquela mulher sem forças
caminhando como se estivesse bêbada.
Em um determinado momento, um médico correu pra ela, mas ela
não permitiu aproximação. O
médico então passou a andar do seu lado e,
comovido, gritava palavras de incentivo.
Outros profissionais de saúde passaram a andar na beira da
pista, sem se aproximar. Gabriele, sem forças, cruzou a
linha de chegada e caiu, mas os três médicos
não deixaram que o corpo daquela gigante tocasse o
chão.
Naquele momento Gabriele entrou pra história. O mundo
aplaudia e chorava de boca aberta pela 37a colocada. A primeira
colocada, esta é apenas mais uma campeã.
Não quero aqui minimizar a conquista dos
campeões, a eles os louros e o mérito de ter
mostrado algo diferente que os colocou nesta
condição.
O que quero aqui é exaltar aqueles que tinham na
competição um motivo para desfilar seu talento,
mostrar seu trabalho, tenho certeza que, neste caso, a mensagem
terá sido transmitida.