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Universo Escolar

Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Educação Econômica – Uma necessidade
Orientações que visam o consumismo consciente

Um hábito que é, indiscutivelmente, uma forte e visível tendência na vida de muitos de nós é o fato de sermos “maria vai com as outras”, pois tudo o que é bem propagado pelos diversos veículos de comunicação é facilmente incorporado a nossa rotina sem ao menos darmos conta disso.

Tal tendência, ou seja, o fato de no primeiro sinal de moda propagada (principalmente pela mídia) sairmos às compras para satisfazer as nossas vontades e nos alinhar à maioria, pode ser considerada como uma pontinha de fraqueza de identidade.

A verdade é que a identidade de cada um de nós precisa ser trabalhada logo na nossa infância, pois este é o método mais eficaz para não nos tornamos adultos com pulso fraco, os quais são facilmente ludibriados pela beleza de ter ou de estar na moda.

Ora, temos de concordar que se não começarmos a ponderar nossa mania de querer ser igual a todo mundo e, como primeira medida para isso, sem pensar em nossa real necessidade comprarmos as mesmas coisas que todo mundo compra, em pouco tempo iremos à falência e à frustração, pois desejos não controlados sempre prejudicarão os nossos bolsos e os setores mais psicológicos de todos nós.

Para não vermos perpetuar estas tendências dos dias de hoje, o ideal será introduzir conceitos reais do valor do dinheiro às nossas crianças, pois elas sofrem diariamente os reflexos de um consumismo exagerado e sem rédeas e, com estes reflexos, não têm a mínima noção do que é preciso saber e ponderar para uma boa administração do próprio dinheiro.

Nossos pequenos não podem ser privados de tais conhecimentos, pois estes são indispensáveis para que o futuro de cada um deles seja menos conflituoso financeiramente do que é o nosso tão tumultuado presente, o qual é e está condicionado pela ausência de orientações fundamentadas na prática direta com a realidade.

Isto não significa, de maneira nenhuma, que nossos pais foram omissos. O que acontece é que no tempo de nossa infância muitos de nós não tínhamos acesso a veículos de comunicação da forma como temos hoje e, além disso, praticamente não existia a possibilidade de se financiar algo que não se tem dinheiro no ato da compra. Naquela época, só se comprava à vista, muito diferente de hoje em dia, no qual somos bombardeados pelas propagandas e compramos sem dinheiro, ou seja, financiamos em longos meses algo que nem sempre precisamos, sendo que tal consumismo nos impede de investir e de poupar.

Se a escola quer mesmo preparar o aluno para um mundo fora de seus muros, nada mais lógico do que oferecer a cada criança as orientações necessárias para saber administrar com consciência o seu próprio dinheiro, pois estas orientações as farão mais responsáveis e conscientes no exercício da cidadania.

Desta maneira, a educação econômica precisa ser inserida no currículo escolar, pois toda criança necessita ter acesso a noções de poupança, investimentos, consumismo, financiamento de bens de consumo, pois da mesma maneira que já são, elas certamente continuarão sendo assediadas pelas muitas propagandas muito bem-elaboradas, que visam o enriquecimento próprio e, desta forma, elas precisam de orientações tanto na escola quanto na família sobre como entender a sutil diferença entre o que se realmente precisa daquilo que apenas se deseja comprar.

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