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Um futuro brilhante começa na primeira infância
As bases de um futuro promissor são construídas até os 10 anos

Que mãe e pai não desejam para o filho um futuro brilhante, em que ele seja capaz de desenvolver as suas potencialidades e tornar-se um adulto bem-sucedido? O que poucos sabem, entretanto, é que as bases de um futuro promissor são construídas na primeira infância, até os dez anos de idade. Uma educação de qualidade nessa fase pode ser decisiva para propiciar o pleno desenvolvimento escolar e profissional do indivíduo.

Há evidências científicas de que é a partir de um ano e meio, dois de idade que se formam na criança habilidades que terão enorme influência sobre seu sucesso na vida: as capacidades cognitivas (relacionadas ao QI) e as não cognitivas (relacionadas ao autocontrole, à motivação e ao comportamento social). Oferecer os estímulos corretos nessa fase é dar início a um ciclo virtuoso de aprendizado, moldando habilidades que servirão de base para o surgimento de outras.

Estudos mostram que aprender toda uma gama de conhecimentos na primeira infância é bem mais rápido, econômico e eficiente do que depois. Por volta dos dez anos, as habilidades cognitivas já estão cristalizadas e se torna bem mais difícil desenvolvê-las. Não que seja impossível fazer isso, mas levará mais tempo, será mais caro e não necessariamente terá o mesmo efeito. É como a estrutura de um edifício. Tentar colocar um pilar com o prédio já pronto será um trabalho hercúleo e ainda corre-se o risco dele desabar.

Cada etapa do desenvolvimento é fundamental para a seguinte

É muito importante que a pessoa que cuide da criança conheça as dinâmicas do desenvolvimento infantil e possa exercer o papel de um bom educador. Além de ser uma fase muito rica e proveitosa para o aprendizado, cada etapa do desenvolvimento infantil é fundamental para a seguinte.

Mas o que é um bom educador? É aquele que sabe o que esperar da criança em cada idade. É aquele que ajuda a criança a vencer os estágios e a continuar o aprendizado de forma progressiva, sem frustrações que poderiam impedir um desenvolvimento normal. A vontade de acertar não basta. O bom educador conhece o que é normal e esperado em cada fase, sendo capaz de propor atividades e brincadeiras que correspondam aos seus interesses e necessidades.

Um bom colégio destaca-se pela forma como ensina. Não adianta despejar uma quantidade enorme de informações para uma criança que não é capaz de utilizá-la inteligentemente. A educação na primeira infância deve priorizar a forma com que as noções são ensinadas e não a quantidade de conhecimentos transmitidos.

Família e escola têm papéis diferentes e complementares durante o processo de educação da criança. Aos pais, vinculam-se aspectos ligados ao caráter, à personalidade, aos valores e à estrutura emocional. À escola cabe o estímulo ao desenvolvimento da inteligência, fornecendo condições para que o aluno descubra e conclua os conceitos e o conteúdo por si, capacitando-o a resolver problemas. Quanto maior a qualidade dos estímulos que a criança recebe tanto da família quanto da escola, melhor ela estará preparada para desenvolver seus potenciais e conquistar o futuro brilhante que todos os pais desejam para os filhos.

Vivien Santa Maria – Psicóloga (UFRJ) e Pedagoga (PUC-RJ), fundou e dirige a Escola Pólen há 33 anos com base na teoria piagetiana. Ministrou cursos sobre Piaget na Educação e sobre crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e Distúrbio de Déficit de Atenção em sala de aula.

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