De Olho na História
A importância do Ensino de LI (Língua Inglesa) dentro da cultura Brasileira
Reilza de Fasi
A primeira justificativa aceitável como motivo para que a LI seja ensinada no Brasil é que o idioma faz parte da construção da cultura brasileira, e segundo César Coll “a educação designa o conjunto de atividades mediante as quais um grupo assegura que seus membros adquiram a experiência social historicamente acumulada e culturalmente organizada” (COLL, 1987, P.41), ou seja, o conceito de educação forma-se com base na somatória entre o desenvolvimento individual e a cultura, as relações entre o sujeito e o contexto no qual está inserido.
Surge a
questão: “O que tem a ver a cultura brasileira com
a língua inglesa?”
Não é preciso muitos estudos historiográficos para chegar-se à conclusão de que a cultura atual do Brasil é resultante de uma grande “mistura cultural” que envolve não apenas os costumes, mas também o idioma original de cada povo, acrescentado portugueses (os colonizadores), diversas tribos indígenas (os verdadeiros donos das terras), africanos (trazidos à força) e daí em diante acrescentamos os invasores, imigrantes e grandes potências econômicas que influenciam na economia mundial e serviram de inspiração e padrão de produção acadêmica, dentre esses temos dois grandes nomes: Inglaterra e Estados Unidos da América, ambos de Língua Inglesa.
Desde que éramos colônia de Portugal tínhamos os rumos de nossa economia e “sobrevivência” dependente da Inglaterra, isto de maneira direta ou indireta, basta olhar para o passado. Após 60 anos de União Ibérica, Portugal é restaurado, libertando-se dos domínios da coroa Espanhola, porém, em estado econômico precário e sendo considerado um país arruinado de modo que passa a depender da Inglaterra.
Este foi o início oficial da dependência brasileira, de maneira indireta. A vinda da família real portuguesa ao Brasil foi financiada pelos ingleses, seguida da proclamação da independência totalmente apoiada pelos britânicos mediante algumas trocas. Não há contestação para os fatos, é puramente histórico que foi devido à Inglaterra que os rumos brasileiros tomaram o direcionamento para que chegasse ao que é hoje.
Então, por que estes fatores não influenciariam a cultura já que mudaram a história?
Após o grande domínio mundial proveniente da Inglaterra, temos a ascensão dos EUA pós 2ª guerra mundial. Esta ascensão como potência mundial perdura até a atualidade e coincide com o crescimento dos meios de comunicação e informatização, levando às grandes massas o que for desejado.
Com isto, observamos no Brasil a aptidão crescente para a aceitação do estrangeirismo linguístico, de forma que muitos termos, principalmente da área da tecnologia, já nem são traduzidos para a LP (língua portuguesa), são simplesmente aceitados. Podemos também falar da influência cultural proveniente dos filmes e propagandas que geram o consumo de produtos estrangeiros (em geral norte-americanos).
O caso típico é o papel que o Inglês representa em função do poder e da influência da economia norte-americana. Essa influência cresceu ao longo deste século, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, e atingiu seu apogeu na chamada sociedade globalizada e de alto nível tecnológico, em que alguns indivíduos vivem neste final de século.
O Inglês, hoje, é língua mais usada no mundo dos negócios, e em alguns países como Holanda, Suécia e Finlândia, seu domínio é praticamente universal nas universidades. (BRASIL, MEC, 1998, p. 23)
Porém, a apresentação da LI desde as séries iniciais do Ensino Fundamental até a conclusão da Educação Básica é para alertar os profissionais sobre as diferenças individuais, levando em consideração a formação para a cidadania, pois a partir desta perspectiva do ensino da LI nas séries iniciais, vislumbramos a proposta de que a escola possibilite o desenvolvimento da autonomia moral, condicionando a reflexão ética e o domínio de um novo idioma.
Analisando o uso do Inglês como uma ferramenta para a formação do aluno como cidadão, a LI pode promover a autoestima para que o aluno valorize o que produz individualmente ou no grupo, favorecendo a convivência, considerando a igualdade e a identidade para que aprenda a conhecer, a fazer, a ser e a conviver dentro de seu idioma ou em qualquer outro.
O ensino da LI desempenha um fator de que a aprendizagem de LE “não é só um exercício intelectual de aprendizagem de formas estruturais (...), é sim uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo”. (BRASIL, MEC, 1998, p. 38)
Assim, o papel que a LI desempenha é auxiliar as relações sociais e culturais do aluno, possibilitando um desenvolvimento intelectual mais sólido através do aspecto cultural que o idioma possui, de forma a desenvolver as potencialidades individuais e ao mesmo tempo o trabalho coletivo, através da interatividade com o outro, pois não se pode aprender um idioma sem a interação com outros indivíduos que já o saibam ou que também o estejam aprendendo.
Isso implica estímulo à autonomia do sujeito, desenvolvendo o sentimento de segurança em relação às suas próprias capacidades.