Planeta Educação

Aprender com as Diferenças

 

Possíveis Relações De Inclusão e Interação de Surdocegos no Ensino Regular
Dacilvania Laurentino Nobre

Muitas transformações vêm ocorrendo nos últimos anos na área educacional de acordo com o contexto sociocultural vivido pelos sistemas de ensino atuais, principalmente no que diz respeito à inclusão de todo tipo de indivíduo que tem direito ao acesso de ensino, o que é determinado nas leis garantidas pelo sistema democrático do país. 

Buscando ser uma fonte informativa, neste trabalho apresentamos as ideias em torno do significado de inclusão e interação e como esses dois processos funcionam, ou deveriam funcionar, juntos ou separadamente; falamos da proteção legal que garante o acesso dos indivíduos com necessidades especiais, em especial os portadores de deficiências sensoriais como os surdocegos ao sistema de ensino regular e consequentemente o desenvolvimento de relações de integração e interação no meio educacional, social e cultural.

Mostra-se aqui o quão relevante é o respaldo legal que protege todos os portadores de necessidades especiais e a importância disso no ensino regular dos dias atuais e na sociedade como um todo quando da necessidade da formação de profissionais habilitados a trabalharem especificamente com este público, que se utiliza por exemplo da Língua Brasileira de sinais, a Libras e o sistema Braille de leitura.

Como todos os outros educandos, esses alunos têm suas capacidades, dificuldades pessoais e limitações. Algumas se desenvolvem com facilidade, outras demoram mais. 

Algumas recebem grandes doses de estimulação e poucos progridem, porque sua história biológica lhes impõe limites, outras recebem pouca estimulação e mesmo assim se desenvolvem bem.

Assim, baseado nas garantias asseguradas aos portadores de necessidades especiais/deficientes sensoriais o presente artigo busca apresentar algumas considerações sobre inclusão e interação desses educandos como meio de esclarecer e combater de certa forma o preconceito e a exclusão socioeducacional ainda existente.

Nos dias atuais, graças aos avanços científicos e tecnológicos, associados às mudanças de comportamento da sociedade temos muitos meios de facilitar a vida dos portadores de necessidades especiais para que se sintam parte do mundo e vistos como pessoas que têm capacidade de viver como outra qualquer, apesar de suas limitações. 

Os avanços científicos (mais ligados ao processo de inclusão) dizem respeito a uma maior participação de profissionais da área de Pedagogia, Psicologia, Sociologia e outros profissionais ligados ao acompanhamento do desenvolvimento e comportamento dos educandos de forma a auxiliá-los e orientá-los na sua vida escolar.

Temos também os avanços tecnológicos (necessários ao processo de interação) cada vez mais comuns, principalmente com a utilização da internet que promove a interação da escola com o mundo externo facilitando a comunicação, a coleta de informação e troca de experiências entre professores, educandos e cidadãos de forma geral.

Assim, graças a diversos avanços, podemos observar que a vida dos portadores, assim como de outros educandos, pode melhorar, pois agora contamos com recursos que não só promovem o rompimento de barreiras, mas também incentivam, chamam as famílias, os amigos e vários profissionais para que abracem causas que contribuam para a maior inserção possível deles dentro do convívio social de forma geral.

Quando falamos sobre a inclusão de indivíduos portadores de surdocegueira nas escolas de ensino regular devemos questionar se realmente há inclusão ou interação ou ambas as relações juntas, porque a LDB (Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96) coloca direitos nos artigos 58 e 59, mas sabemos que não está se cumprindo a lei, pois os educadores estão tendo muitas dificuldades em trabalhar com esse público, mesmo porque os surdos conquistaram o direito a sua língua ser reconhecida na Lei 10.436 decreto 5.626.

Para Manzo (1971 p. 32 citado por Marconi e Lakatos, 2000 p. 66), a bibliografia pertinente “oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente” como é o caso da Surdocegueira no Brasil.

Assim, baseado nas pesquisas realizadas em materiais de diversos autores, este artigo apresenta conceitos, informações e considerações em torno do assunto proposto, o que norteou as conclusões e o trabalho como um todo que busca ser mais uma colaboração e contribuição para a sociedade acadêmica e social ligadas direta ou indiretamente à área da Educação.

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