Planeta Educação

A Semana - Opiniões

Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Um inimigo dentro de casa
Programação televisiva inadequada

Estar dentro de casa, há algum tempo, era sinônimo de segurança e proteção, afinal de contas, qual mãe não ama ouvir o barulho da fechadura da porta, denunciando a chegada do filho no seu lar?

Ainda hoje vemos crianças sendo buscadas na escola por seus pais ou, na ausência destes, por alguém que seja de inteira confiança, numa tentativa de salvaguardar seus filhos da violência, da malícia, do engano e de tantos outros males que assolam o mundo.

Ao estarem em casa, seus pais sentem-se confortáveis, pois acreditam que seus filhos estão livres das ameaças expostas acima e de tantas outras que não são convenientes enumerar agora.

Mas será mesmo que em casa, no conforto de seus lares, as nossas crianças (incluam-se aqui nossos filhos, os filhos de nossos amigos e conhecidos, nossos alunos, as crianças que brincam diariamente na rua da nossa casa) estão realmente seguras?

Para esta pergunta, a resposta pode não atender as expectativas que muitos possam ter, pois a resposta dependerá, basicamente, do que está sendo oferecido aos nossos pequenos, ou seja, àqueles que são o futuro de toda a nação.

Digo isso porque conheço muitos pais que ao chegarem exaustos em seus lares, muitas vezes depois de um dia repleto de exigências e até mesmo de frustrações, veem seus filhos com o vigor e a energia que a idade lhes permite, não conseguem achar dentro de si forças para dispensar a devida atenção que eles esperam com tanta boa vontade.

Contudo, seus pais já não estão tão dispostos quanto eles, estão cansados, querem descansar de um dia de muito trabalho para logo amanhã recomeçar um novo dia, que possivelmente terá as mesmas características.

Com isso, a alternativa que se apresenta com mais facilidade à vista de muitos pais, dignos trabalhadores, para minar um pouco da energia de seus filhos, de forma a conduzir momentos de descanso em casa, é ligar a televisão e atrair seus pequenos ao mundo que a programação televisa apresenta.

Retorno com a mesma questão: Estão, nossas crianças, realmente seguras dentro de nossos lares?

Para que a segurança seja real nos lares de nosso país, cidade e bairro é preciso um olhar mais atencioso ao que está sendo oferecido dentro de nossos próprios lares. Isso porque de nada adianta trancarmos o portão de nossas residências e buscarmos nossos filhos da escola se não filtrarmos o que eles estão assistindo dentro de casa, ou seja, dentro do lugar que deve ser, para toda criança, o melhor lugar do mundo.

É necessário pensarmos, também, que a programação televisiva no horário que muitos de nós chegamos do trabalho nem sempre é adequada à faixa etária infantil, e nós como pais, professores e cidadãos não podemos, em hipótese alguma, fazer vista grossa a esta verdade.

Em alguns lugares públicos, como cinemas e teatros, sabemos que não é permitida a entrada de crianças de determinadas faixas etárias quando o que será exibido não é adequado à inocência natural delas, quando estas têm idade inferior ao permitido.

Não obstante a isso, lembro-me de vezes que ao estar próxima de alguns meninos e meninas, ouço-os comentando sobre cenas de algumas produções televisivas, que não são para a idade que eles aparentam ter.

Assim sendo, uma vez que lugares públicos não os permitem ser expostos a filmes e peças teatrais não convenientes a eles, deduzo que estes só estão tendo contato com tais materiais por meio de um ambiente que, senão familiar, seja da confiança daqueles que são os responsáveis legais para os seus bem-estares.

Sendo assim, concluo este artigo incentivando a todos os pais e/ou professores a olhar com mais atenção para as nossas crianças, não as permitindo assistir programas inadequados a elas, ou seja, concluo dizendo que não façam da televisão um inimigo dentro de casa.

Avaliação deste Artigo: 4 estrelas