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De Olho na História

Gildete Nunes de Sousa Martino Graduada em Licenciatura Plena em História e especialista em Interdisciplinaridade.

A relação homem e mulher no contexto histórico
Profª. Esp. Gildete Martino

Ao falarda relação homem e mulher é muito importante retomar o modo como as mulheres e homens eram tratados durante o processo histórico, enfatizando as diferenças existentes entre eles no âmbito social, político e econômico que permearam durante séculos.

Podemos afirmar que o sexo é político, pois também contém relações de poder, as relações interpessoais têm um componente de poder e hierarquia, ou seja, homens versus mulheres, pais versus filhos, brancos versus negros, patrões versus operários e hetero versus homossexuais. 

Segundo ALVES e PINTANGUY (1981: 11) na Grécia antiga a mulher ocupava posição equivalente a do escravo, sentido de que tão somente estes executavam trabalhos manuais extremamente desvalorizados pelos homens livres.

A mulher era excluída do mundo do pensamento, tinha somente como objetivo ser agradável companheira dos homens, enquanto que estes detinham o poder e impunham toda a sua superioridade.

Na Roma antiga, existia uma instituição jurídica denominada pater-famílias, a qual era atribuído ao homem todo o poder sobre a mulher, filhos, servos e escravos.

Num discurso de Marco Pócio Catão, ele demonstra com clareza a relação de poder existente entre o sexo feminino e masculino quando diz: “Os senhores sabem como são as mulheres, façam-nas suas iguais imediatamente, elas quererão subir às suas costas para governá-los.”

Somente na Gália e Germânia existiam umas exceções, em que a mulher ocupava o espaço semelhante ao dos homens, onde podiam participar das guerras, conselhos tribais e ocupavam-se da agricultura e do gado. Historicamente, a maior participação da mulher na esfera extradoméstica esteve sempre ligada ao afastamento do homem por motivo de guerra.

Na Idade Média, por exemplo, com a morte do marido, a mulher assumia o papel de mestre nas oficinas, mas a desvalorização do trabalho feminino era bem visível porque estas, apesar de exercerem a mesma função, recebiam remuneração inferior ao do homem. 

No âmbito educacional, durante a Idade Média há registro de uma minoria de mulheres frequentando as universidades.

Apesar da participação na vida social e econômica das mulheres durante este período, eram vistos ainda como o sexo frágil e indolente, fazedoras de bordados e bandolins, sempre à espera de um cavaleiro. 

No início da época moderna com a consolidação do sistema capitalista, ocorre a desvalorização da força do trabalho da mulher, pois acarretava em rebaixamento do nível salarial geral, mas mesmo com toda dificuldade elas lutaram por décadas, tentando alcançar o mesmo nível do sexo oposto. 

Entretanto, na época contemporânea, vemos a mulher crescendo e posicionando-se no âmbito social, cultural, político e econômico.

Hoje, podemos presenciar mulheres ocupando altos cargos em grandes empresas, governando países, estados ou municípios. 

Assim, fica claro que a relação de poder entre os sexos e a diferenciação de papéis são baseados mais em critérios sociais do que biológicos

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