A Semana - Opiniões
Sustentabilidade num mundo de ansiosos e depressivos?
O que é possível fazer?
Foi exibido, no começo de setembro deste ano de 2009 em Nova York, o documentário "No Impact Man". Através dele ficamos conhecendo a história de Colin Beavan. Este homem decidiu passar um ano (2006/2007) gerando o menor impacto ambiental possível – o que incluía as atitudes da mulher, da filha (na época com 2 anos) e do cachorro. A exibição fez parte da série Green Screens (Projeções Verdes) do cinema do Lincoln Center, que apresenta filmes com propostas relacionadas ao desenvolvimento sustentável.
Entre as medidas adotadas durante o ano em que implementou esta experiência, Beavan e familiares adotaram os seguintes procedimentos:
- Deixaram de consumir carne vermelha.
- Passaram a comprar apenas alimentos produzidos em centros produtores que estavam a, no máximo, 400 km de sua residência.
- Não utilizavam elevadores, usando apenas as escadas, apesar de viverem no 9º andar.
- Deixaram de andar de carro e até mesmo de metrô. Adotando bicicletas e triciclos.
- Aboliram produtos como xampu, pasta de dentes e papel higiênico, trocando-os por bicarbonato de sódio para os cabelos e água para a higiene pessoal.
- Abriram mão de confortos como máquina de lavar louça, ar-condicionado ou, mesmo, televisão.
- Pararam de comprar água engarrafada.
- Adotaram a prática regular de reciclar seu lixo.
- Começaram a limpar, voluntariamente, as praias locais.
- Plantaram árvores.
Os sacrifícios em prol da sustentabilidade são grandes, em certos casos, enormes e, certamente, demandam muito compromisso por parte das pessoas que os assumiram, mas valem a pena e devem ser pensados com carinho e atenção por todos. Talvez não seja necessário chegar a alguns extremos praticados por Colin Beavan e sua família, mas certamente há maneiras menos radicais de se tornar uma pessoa envolvida com a causa da sustentabilidade, ou seja, atuando o máximo possível dentro dos ditames do ecologicamente correto.
Diminuir a quantidade de lixo, reaproveitar ao máximo o que puder ser reutilizado, reciclar o lixo (tanto o orgânico através de técnicas como a transformação destes detritos em adubos quanto os inorgânicos, com o reaproveitamento de metais, plásticos, pneus, papel, madeira...), não desperdiçar água (nos banhos, torneiras, lavando automóveis, com vazamentos em casa...), utilizar fontes de energia renováveis e limpas (como a eólica, a solar ou mesmo os combustíveis a base de matérias-primas como a cana de açúcar), ajudar a manter limpas as áreas públicas (como parques, praças, praias...), plantar árvores, fiscalizar os serviços públicos de limpeza e saneamento para que não surjam lixões ou para que o esgoto não seja jogado em rios, lagos ou mares...
O mais importante, em qualquer destas ações, é olhar para o futuro, ainda que com os pés fincados nos dias de hoje, ou seja, pensando na preservação do planeta, em sua reconstituição, na recuperação de seus habitats naturais, na preservação das espécies e, é claro, na própria sobrevivência da humanidade...
A pesquisa que está virando filme e livro, conduzida ao longo de dois anos por Colin Beavan, também está disponível para maior conhecimento de todos através da internet no blog NO IMPACT MAN e, entre vários temas de impacto e importância ali retratados, também discute a qualidade de vida que temos hoje e suas repercussões para todos.
Na postagem "Treating anxiety and depression could save the planet", Beavan revela ser ansioso e deprimido em muitos momentos de sua vida e, como educador, venho a público trazer a tona real preocupação quanto ao fato de que o que ocorre com o blogueiro responsável pelo projeto No Impact Man está cada vez mais se expandindo e atingindo maior quantidade de pessoas, de todas as idades, inclusive adolescentes e crianças...
O nível de stress ao qual a humanidade tem sido submetida é acentuado e está ocasionando uma crise de saúde pública mundial, em proporções epidêmicas, maiores do que, até mesmo, a gripe suína, tão apregoada através da grande mídia. Nunca tanta gente sofreu de ansiedade e/ou depressão neste planeta, isto é um dado muito relevante, vale exame e preocupação por parte das pessoas. Estamos errando pra valer! É preciso rever a forma como conduzimos nossas vidas...
Beavan, por exemplo, constatou que ao dar mais tempo para si mesmo, permitindo-se um sono mais tranquilo, alimentação saudável e não atribulada (corrida), mais tempo para relacionar-se com outras pessoas, atividades físicas regulares, possibilidade de acesso a algum tipo de lazer ou hobby, entre outras coisas, sua saúde melhorou consideravelmente! Mas é claro, podem pensar muitos de vocês, todos sabem isto! Os médicos falam da importância destas práticas para nossas vidas, para ter uma existência saudável... Mas quem realmente está fazendo isto? Esta é a questão principal... Fazer e não apenas saber!
É hora de mudar para sobreviver, ou melhor, para viver mais e com qualidade os anos que temos pela frente nesta Terra de Deus, preservando o meio ambiente e também nossa própria saúde!