Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br
A arte de criar personagens
Sherlock Holmes em sala de aula
Para se criar e contar
uma história é, evidentemente,
indispensável criar personagens, que podem ser principais
(protagonistas) ou secundários (coadjuvantes, opositores,
figurantes).
É em torno dos personagens (ou das personagens, como se
preferir) principais que a história se desenrola na maioria
das narrativas, como é caso do Romance (narrativa extensa
repleta de personagens, tendo uma trama principal e vários
acontecimentos que giram em torno dela) e é aqui que
é exigida a criatividade dos alunos.
O aluno só consegue tecer um bom texto ou
história quando tem bagagem cultural para isso.
Ele precisa ter conhecimento de várias modalidades de obras,
atentar para a forma como escritores caracterizam os seres que
dão vida, entre tantos outros saberes
indispensáveis para a confecção de um
bom texto.
É por isso que o incentivo à leitura é
uma constante, pois todos nós sabemos que muitas portas
são abertas quando o aluno lê e entende o que
está lendo.
O professor pode usar personagens famosos para cativar os alunos a
lerem e a darem asas ao mundo da imaginação.
É perfeitamente aconselhável, por exemplo, propor
aos alunos a criação de um personagem no
começo de um bimestre e, no decorrer deste, desenvolver
outras histórias envolvendo o mesmo personagem, sem com isso
perder a característica inicial.
Pode-se propor, também, que características da
personalidade do personagem sejam reveladas poupo a pouco, incentivando
a percepção e a capacidade de previsão
dos alunos.
Como fonte de inspiração e base para tal desafio,
o professor poderá sugerir leituras de obras mundialmente
conhecidas, uma vez que dificilmente alguém não
se sentirá atraído por elas, visto a
especialidade que alguns autores têm de nos prender a alguma
história fictícia ou não.
É o caso do grande detetive Sherlock Holmes, que vive ou
viveu há mais de um século e é,
acertadamente, muito mais conhecido que o seu próprio
criador, Arthur Ignatius Doyle.
A forma como Conan Doyle escreveu sobre Holmes fez com que, durante
muitos anos, pessoas acreditassem que tal personagem realmente tivesse
existido, prova da imensa capacidade de
atribuição de características
convincentes de Doyle, isso apenas para sermos singelos.
No site “Sherlock Brasil”
(http://sherlockbrasil.com/), há muitas
informações sobre este personagem e pode,
certamente, servir de base para o professor propor diversas atividades
em sala de aula, cativando os alunos a criarem um mundo em que eles
decidem como tudo deve ser.
A ideia de criação de um mundo
imaginário pode e precisa ser trabalhada com cautela pelo
professor, mas podemos direcionar todo o vigor de nossos jovens (muitos
não se conformam com os valores e hábitos
julgando-os ultrapassados) para a criação de um
mundo como eles gostariam que fossem, permitindo ao professor conhecer
um pouco mais de tudo aquilo que passa pela cabeça de nossos
jovens alunos ao mesmo tempo em que estes vão se
transformando em novos escritores.