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Ensino de Línguas

Luciana Mota Brito de Almeida  Graduada em Letras - Português/Inglês - Universidade Salesiana Santa Teresa D’Àvila de Lorena - SP; Pós-Graduanda no curso de Psicopedagogia clínica e Institucional pela Itecne; Possui 8 anos de experiência em sala de aula como mediadora de inglês.

Party no Apê...
O uso de paródias no ensino da Língua Inglesa

Maior desafio da educação atualmente é fazer com que o aluno produza. Segundo SEKEFF (2002), utilizar música na educação é defender a necessidade de sua prática em nossas escolas, bem como auxiliar o educando a concretizar sentimentos em formas expressivas e auxiliá-lo a interpretar sua posição no mundo; é possibilitar-lhe a compreensão de suas vivências e conferir sentido e significado à sua condição de indivíduo e cidadão. 

Como toda comunicação envolve conflito, poder, ideologia e negociação, o educando precisa aprender a lidar com esses valores de forma competente e autônoma e aí, mais uma vez, emerge a possibilidade da música como agente mediador, auxiliando-o na construção de um diálogo com a realidade.

Então, se a música proporciona isso tudo ao educando, a paródia – que significa uma imitação burlesca, cômica, própria para fazer rir – proporcionará muito mais, pois despertará a criatividade e fará com que os alunos tomem consciência crítica dos seus atos, levando-os até mesmo a produzir suas próprias paródias. 

Assim, os alunos poderão criar, encenar, cantar e expor seus sentimentos, facilitando o seu desenvolvimento e estabelecendo uma maior aproximação do educador.

A Língua Inglesa, portanto, será abordada de uma forma totalmente motivadora, proporcionando ao aluno a capacidade de desenvolver o raciocínio e a interação, sem deixar de ser uma oportunidade educativa na qual será possível praticar o uso da gramática, promover o desenvolvimento do aluno, criar situações reais de comunicação e, até mesmo, prender a atenção dos alunos (o que geralmente é uma tarefa difícil no atual sistema de educação).

Tomemos, por exemplo, os itens gramaticais “What color is this?”, “What’s this?”, “What’s that?”. Por que não utilizar o ritmo de uma música já conhecida dos alunos para que todos fixem rapidamente o conteúdo dado? Esse fato é visível, pois quem não gostaria de aprender cantando no ritmo da música “Festa no apê” do cantor Latino?

“What color , what color is this?
It is red, it is a red color.
What’s this? It’s a doll! (aproveitar para mostrar a boneca Emília que poderá ser introduzida a partir de um projeto educacional na obra de Monteiro Lobato).
What’s that? It’s a bird.”

E o famoso ritmo de carnaval da TV Globo? Por que não abordar a volta às aulas cantando exatamente o que está na mídia, praticando itens linguísticos?

“Here I am
Back to school
And here I want to learn
To study, to read, to sing,
To Love my family and my friends
Here I am”

Cabe lembrar que Piaget e Vygotsky, pais da psicologia cognitiva contemporânea, enfatizaram que o conhecimento é construído em ambientes naturais de interação social e é estruturado culturalmente. Cada aprendiz constrói seu próprio aprendizado baseado em experiências de fundo psicológico resultantes de sua participação ativa no ambiente.

Noam Chomsky, também, revolucionou a linguística nos anos 50 ao afirmar que a língua é uma habilidade criativa e não memorizada, pois não são as regras de gramática que determinam o que é certo e errado, mas sim o desempenho de um orientador carismático que aborde temas de comunicação, criando, assim, uma intermediação entre o educador e a participação ativa do aluno. Dessa forma, através da paródia podemos contextualizar gramática ou fatos reais para que os alunos pratiquem ou fixem a Língua Inglesa com mais facilidade.

É importante saber que a paródia deve ser aplicada de acordo com a faixa etária, interesse e gostos musicais dos educandos, pois – de acordo com os PCNs – a linguagem é um meio pelo qual uma vasta gama de relações é expressa, sendo indiscutível o seu papel na compreensão mútua, na promoção de relações políticas e comerciais, e no desenvolvimento de recursos humanos. Assim, cabe ao professor desenvolver métodos que proporcionem esse interesse ao aluno, para que a interação resulte no seu bom desenvolvimento.

Assim, ao ensinar “do” e “does” para iniciantes, por exemplo, uma sugestão é utilizar a conhecida música Whisky a Go-Go, do grupo Roupa Nova. Como os dois auxiliares são sempre confundidos com o verbo “to be”, o melhor é parodiar essa situação. Para isso, vista uma garota e um garoto de “does” e “do” e alguém com “am”, “are” e “is”, representando o “To be”. Deixe, então, o “to be” em um canto chorando, pois não pode convidar ninguém para dançar, pois não tem como perguntar “Do you Wanna dance?” utilizando o verbo “to be”. Dê o pronome “she” para as meninas e “he” para os meninos , e os demais para ambos. Assim, durante a paródia, eles convidarão os pronomes para dançarem (mas somente com quem podem fazer perguntas).

“Foi numa festa de auxiliares
E o “to be” que tentou, tentou
O “do” negava e sempre perguntava
Quando encontrava “I”, “you”, “we” e “they”
E o “does” o acompanhava
Sempre com “he”, “she” e “it”
A noite inteira o “to be” tentava
Porém , não conseguia dançar não!
Era muito engraçado
O “do” o “does” e o “to be”
O “to be” que é forte e valente
Não conseguia porque “do” e “does” venciam:

E perguntava: “Do you Wanna dance?” (e o “Does”: “Does she wanna dance?”)
E pro “To BE” um choro a mais! Don’t cry!!!!

I, you, we, they com “do” e o “does” com “He”, “she”, “it”
“do”.... “does”, “do”, “does”
“do”, “does”
“do”, “does”
“do”, “does”, “do”, “does”, “do”, “does”!!!”

Portanto, antes de trabalhar com Paródias em sala de aula, precisamos nos lembrar das palavras de Celani (2001), de que é fundamental partirmos de uma análise das necessidades dos alunos e do uso a que vai ser submetido o inglês para, a partir daí, fixarmos os objetivos da disciplina.

Bibliografia:

CELANI, Maria Antonieta Silva. Ensino de Línguas estrangeiras: ocupação ou profissão? pp.17, 88. Pelotas: Educat, 2001.

SEKEFF, Maria de Lourdes. Da música: seus usos e recursos. 2001, PP.120.

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