Assaltaram a Gramática
A Interpretação em Meio à Correria do dia a dia
Características Simplificadas
Devido às exigências do cotidiano nos vemos diante de um mundo que tem pressa para executar todas as possíveis tarefas do dia a dia.
Um mundo que exige que tudo seja feito e exposto da forma mais simplificada possível, e nós, professores ou não, temos visto tais características do mundo moderno refletir na comunicação escrita que cada vez mais se efetiva com menos palavras, ou em algumas vezes, se materializa em palavras abreviadas que evidenciam a exigência da objetividade das informações num processo comunicativo.
Isto é natural, não temos mais tempo hábil para refletirmos sobre alguma coisa por muito tempo. Na sala de aula, o professor sabe muito bem disso, pois ao pedir aos seus alunos para lerem alguma obra literária e fazerem um resumo, o que se vê é um resumo do resumo que estes leram na internet e, consequentemente, um número muito pequeno de detalhes acerca da obra que o professor desejou que seu alunado apreciasse.
O que precisamos entender é que toda essa pressa exigida pelo mundo moderno muito tem prejudicado a criatividade e a capacidade de interpretação de nossos alunos, e nós, professores de quaisquer áreas do conhecimento, bem sabemos que um aluno que tem dificuldade para interpretar algum texto, logo terá dificuldades em quaisquer estágios da vida escolar ou da vida social/cidadã.
A pressa do dia a dia tem nos legado textos cheios de adjetivos que simplificam uma ideia que poderia ser interpretada eficientemente pelo aluno/leitor, uma vez que ao resumir uma situação com apenas um adjetivo, impede-se que o aluno exerça a reflexão e a dedução sobre alguma circunstância apresentada.
Observe a seguinte frase: “A moça era linda e simpática”.
Esta frase poderia dar lugar a uma situação mais amplificada, em que nossos alunos fossem induzidos a refletirem com mais calma. A frase em questão poderia, no mínimo, ficar assim: “A moça estava vestida com roupas agradáveis, usufruía de um porte físico desejado por muitos e todos a queriam por perto”.
Ora, não fica difícil entendermos que a apresentação de uma frase dessa forma é muito mais significativa para a capacidade de interpretação de nossos alunos, uma vez que se dá espaço para a formação de pensamentos mais detalhistas e um olhar mais atencioso.
Ao
ouvirmos um discurso de algum político, percebemos que este
se utiliza de muitas palavras para dizer uma mesma coisa. Um aluno
despreparado, que não está apto a tirar
conclusões após um olhar mais demorado sobre um
texto, terá dificuldades e impaciência para ouvir
as propostas de campanhas de um candidato a cargos
políticos, por exemplo, logo, todo um futuro
sofrerá reflexos da pressa que seca a competência
de uma boa interpretação por parte de nossos
jovens alunos.
Contudo, mesmo diante de uma realidade como a apresentada no
início deste artigo, o professor que é o
responsável pela formação intelectual
dos alunos, não pode tomar as formas dessa
tendência cada vez mais forte na nossa apressada atualidade
e, quem sabe, pensar em métodos capazes de inserir um aluno
no encantador mundo da leitura.