Ensino de Línguas
Help, I need somebody...
O que podemos fazer pelo ensino de línguas nas escolas?
Ensina-se inglês nas escolas brasileiras desde, pelo menos, a 5ª série do Ensino Fundamental. Essa prática se repete pelos demais anos do Fundamental e continua durante os três anos de Ensino Médio. São, no total, sete anos de estudo dessa importante ferramenta para quem vive no contexto globalizado do mundo do 3º milênio.
Se contabilizarmos duas aulas semanais para cada série, teremos ao final de cada ano um montante de 80 aulas de inglês a cada série estudada. Ao final dos sete anos serão 560 aulas. E o que realmente se aprende ao final de tanto trabalho e esforço por parte de professores e estudantes?
Há algo de podre no reino da Dinamarca, definitivamente. E não me refiro aqui às charges publicadas pelo jornal daquele país satirizando o profeta Maomé e que motivaram levantes nos países mulçumanos contra aquela nação nórdica. Falo explicitamente sobre a necessidade de se revisar a forma como se ensina inglês nas redes pública e particular de ensino de nosso país.
Já há, evidentemente, esforços nesse sentido. A preocupação existe e demonstra que os professores, os coordenadores e as pessoas que articulam o ensino de línguas tanto no segmento público quanto no privado já estão sintonizados quanto à necessidade de mudanças que efetivamente transformem esses sete anos em ensino produtivo e útil aos educandos.
Entretanto essas mobilizações ainda são isoladas, muitas vezes fruto apenas do esforço individual de alguns grupos ou pessoas. Seus resultados acabam atingindo apenas algumas unidades escolares e não chegam a atingir as redes de ensino de uma forma mais ampla e decisiva.
But, after all, what can we do? (Mas, afinal, o que nós podemos fazer?).
Há alguns caminhos a se percorrer, e em todos eles há pedras que podem tornar os nossos passos difíceis e dolorosos...
O primeiro refere-se a um exame das práticas e métodos de ensino utilizados especificamente na área de línguas (isso, na verdade, deveria ser aplicado a todas as disciplinas, não apenas ao inglês ou ao espanhol) para verificar os acertos e erros que estão acontecendo. O ideal seria que cada unidade escolar programasse conversas entre os professores de línguas para que eles pudessem socializar as experiências bem-sucedidas e conversassem a respeito dos principais problemas de trabalho nessas disciplinas.
Uma importante alternativa a ser utilizada pelos professores em suas aulas é a aproximação dos estudantes em relação à língua inglesa através daquilo que é identificado como cultural approach, ou seja, explorando as bases culturais dos países de língua inglesa para promover o interesse e aproximar mais os estudantes do cotidiano e da realidade desses países.
Mas, voltando ao debate entre os professores acerca da melhoria das aulas de inglês, temos que ressaltar que o mote principal da conversa tem que ser, necessariamente, a busca de mais eficiência e de resultados mais duradouros e relevantes para quem estuda inglês. O que pode ser feito nesse sentido? Como fazer que o inglês se torne realmente uma segunda língua para os estudantes brasileiros?
Afinal de contas esse acréscimo de conhecimento, se integralizado, resultaria em pessoas muito melhor preparadas para ingressar no mercado de trabalho e que, como consequência disso, teriam condições gerais e benefícios ainda maiores pelos serviços que prestassem, independentemente da área em que atuassem como profissionais.
Se não bastasse isso, vale sempre lembrar que o inglês é a principal base linguística operacional da Internet e do mercado financeiro mundial. Não é à toa que o ensino dessa língua é levado muito a sério em países europeus com a Alemanha, a Espanha, a Itália ou em nações de outros continentes que crescem a ritmo acelerado como os tigres asiáticos ou o Japão.
Outro importante passo a ser dado em direção a um ensino mais eficaz de inglês seria a revisão dos materiais e a seleção de novos títulos, sintonizados com as tendências mais modernas de estudo de línguas. Nesse sentido me refiro especialmente aos livros didáticos utilizados nas salas de aula brasileiras.
Sei que as editoras se preocupam em atualizar alguns de seus principais títulos, no entanto, alguns deles estão no mercado há muito tempo e, como resultado disso, carecem de uma nova roupagem, mais interessante, dinâmica e que seja instigante e atraente para o estudante.
O estudo de línguas também deve estar na vanguarda no que se refere à utilização dos recursos provenientes da tecnologia. O uso regular de músicas, diálogos gravados, filmes tematizados especialmente para o ensino de expressões e vocabulário, livros de leitura rápida escolhidos de acordo com o nível de compreensão de cada turma, o trabalho com softwares e CD-Roms próprios para o estudo de línguas ou o próprio acesso à Internet são aliados de indiscutível valor para o aperfeiçoamento dos conhecimentos em um idioma estrangeiro.
As avaliações em língua estrangeira devem trabalhar não apenas a capacidade de se expressar pela escrita (writing), mas também avaliar as possibilidades de compreensão oral (listening), leitura (reading) e de expressão pela fala (speaking).
É claro que todas essas ferramentas da tecnologia teriam que constar no planejamento dos professores de forma detalhada quanto à sua utilização. Em que momentos seriam usadas, de que forma, para quais conteúdos específicos, em grupos ou individualmente (de acordo com as possibilidades da escola),...
As avaliações também teriam que ser atualizadas. Não é possível conceber o estudo de uma língua sem pensar em seu aproveitamento no que se refere à escrita, leitura, compreensão e fala. Enquanto continuarmos aplicando apenas provas escritas para atestar que o trabalho foi feito e que os alunos “aprenderam” inglês não haverá, de fato, o aprendizado pleno e sério que se espera...
O uso constante de dicionários, como ponto de apoio fundamental, também é uma necessidade. Para que essa prática também seja proveitosa é importante que os educadores se preocupem em orientar adequadamente seus alunos à utilização tanto dos dicionários quanto de qualquer outro recurso adicional inserido no estudo das línguas.
O inglês (e também o espanhol) não é acessório ou supérfluo na educação de nossas crianças e jovens. São muito mais do que suportes para a ampliação das possibilidades profissionais dessa clientela. A aprendizagem de uma língua estrangeira significa, na realidade, a inserção num mundo cada vez menor, com as fronteiras caindo, com os mercados se integrando, as diferenças sendo superadas...
Tornamo-nos, a cada novo dia, mais e mais cidadãos do mundo e a tendência, é que nossos filhos e netos tenham que ter mais ciência e fluência desses idiomas fundamentais para o planeta. Temos também que nos manifestar em prol de um ensino de línguas de melhor nível para que não tenhamos que pagar dobrado por um serviço que o estado deveria estar nos fornecendo com qualidade através da rede pública de ensino...
Não é cabível que para que nossos filhos possam falar outro idioma tenhamos que pagar cursos particulares, externos ao ambiente da escola pública. Não estou advogando em favor da extinção das escolas particulares de inglês ou espanhol, pelo contrário, acredito que elas devam existir e permitir aprofundamentos e o polimento das habilidades em línguas estrangeiras por parte dos interessados...
Obs.: Temos como parte dos serviços que prestamos às escolas municipais e particulares um trabalho especializado, de alto nível, realizado por profissionais gabaritados, na área de língua inglesa. Trata-se do Diálogo Idiomas e, como parte desse compromisso com a qualidade no ensino de inglês, disponibilizamos através do Planeta Educação alguns artigos e materiais através de nossa coluna Diálogo Idiomas. Qualquer dúvida, get in touch with us!