Planeta Educação

Assaltaram a Gramática

Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

O suicídio
O verbo suicidar e o pronome reflexivo

Antes de começarmos a discutir sobre este verbo, considero necessário relembrarmos que a partícula “se” é reflexiva e, por isso, faz com que a ação do verbo volte para o sujeito de uma frase ou revele mutualidade, segundo o dicionário Aulete.

Sendo assim, para que o emprego desta partícula seja correto, o verbo não pode ter uma carga semântica que, por si só, reflete ou indique a ação que está sugerindo.

São muitos os verbos que precisam deste pronome (se) para fazer a ação voltar para si mesmo ou para indicar o sujeito de uma frase, como os verbos dignar-se, arrepender-se, esforçar-se, entre outros.

Contudo, no caso do verbo “suicidar”, não há esta necessidade, ou seja, o verbo suicidar não é pronominal, uma vez que a lexicografia traz a definição para ele como a ação de “acabar com a própria vida e/ou matar-se”.

Isto é bastante lógico porque não é comum ouvirmos pessoas dizendo que alguém suicidou alguém, quem suicida, suicida a si mesmo, evidentemente, dispensando assim a necessidade de um pronome reflexivo, como a partícula "se".

Todavia, nós todos sabemos que ninguém utiliza o verbo em questão desacompanhado do pronome “se”, por isso, ainda que neste caso identifica-se um pleonasmo, ou seja, a repetição desnecessária de um conceito ou redundância de um termo, não há maiores problemas em dizer “suicidar-se”, uma vez que a expressão já está consagrada pelo uso.

Fonte: http://www.nlnp.net/suicida.htm; Aulete – Dicionário Digital, Imagem extraída do blog Lira, palavras soltas.

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