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Novo ponto de encontro para a Ciência (obrigatório!)
Scientific American Brasil
Uma das máximas que durante muito tempo perdurou no Brasil dizia que “nem tudo que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, contrapondo-se as afirmações de alguns membros do governo que adotavam uma postura totalmente favorável a uma parceria total com a pátria do Tio Sam. Os tempos foram passando e, o americanismo de algumas administrações brasileiras teve que ser substituído por uma política externa de maior autonomia. Em tempos de globalização, em que se defende abertamente a criação de uma zona de livre comércio nas Américas (a chamada Nafta), a oposição aos Estados Unidos por parte do Brasil tornou-se ainda maior (afinal de contas, a competição seria um tanto quanto desigual, levando-se em consideração o tamanho das economias dos países latino americanos e dos Estados Unidos). Porém, nem tudo o que vem dos primos ricos pode ser desprezado, especialmente as contribuições relacionadas a produção no campo científico. Quando se trata do surgimento de uma publicação respeitada em âmbito internacional, respaldada por muitos anos de tradição e qualidade e que está em sintonia com os acontecimentos mais recentes em várias áreas, tem que se bater palmas e utilizar o reforço a nosso favor! É o que estamos vivendo a partir desse mês (junho de 2002) com o surgimento da revista e do site da Scientific American Brasil (www.sciam.com.br).
O site ainda é muito novo e, a ele devem ser acrescentadas páginas e links que reforcem ainda mais o que já está sendo disponibilizado. A princípio, o que se oferece são os Artigos da primeira edição da revista, links para as edições internacionais da Scientific American (SciAm no Mundo) e um canal de ligação com a Ciência Brasileira (além dos tradicionais canais de comunicação com a publicação e com o site e espaço para críticas e comentários). Pode parecer pouco mas, em se tratando de uma respeitada publicação, que conta com o apoio de um considerável grupo de colaboradores (jornalistas e especialistas de diversas áreas científicas; no caso da edição brasileira, nomes do porte do geógrafo e professor Aziz Ab’Saber, da antropóloga Betty Mindlin, do físico Cylon Gonçalves, do bibliófilo José Mindlin, do neurologista Esper Cavalheiro, entre outros, dão uma amostra da seriedade e da qualidade que os artigos devem ter), trata-se de uma referência obrigatória para os interessados nas áreas abrangidas pelos trabalhos e pesquisas publicados.
Iniciemos nossa avaliação verificando algumas das reportagens veiculadas na revista e no site (Reportagens para ler e guardar), que podem ser encontradas na homepage da Scientific American. Nessa primeira leva de artigos encontramos temas muito interessantes como:-
- O Vício da Televisão (que discute a relação complexa que se estabelece entre as pessoas e a telinha).
- A evolução do nascimento humano (discute a necessidade de auxílio para que os partos se efetivem entre os seres humanos)
- As mortes que vieram do espaço (enfoca no tema dos choques entre o planeta terra e pedras vindas do espaço e os resultados em termos de extinção de espécies).
- Transgênicos, seguros ou não? (reacende um tema polêmico dando novos encaminhamentos para os debates acerca dos alimentos geneticamente modificados).
- O Triunfo da Luz (aborda a revolução tecnológica proveniente do uso de fibras ópticas para as comunicações).
É interessante notar a variedade de temas e a atualidade dos mesmos, respondendo a demanda de diferentes campos da ciência e orientando os pesquisadores, curiosos, professores, estudiosos ou estudantes quanto aos temas e as novidades de cada assunto de forma séria e objetiva.
Outro fator positivo a se destacar refere-se ao fato de que os artigos são acompanhados de fotos, gráficos explicativos, identificação dos autores (jornalistas ou cientistas) e indicação de sites ou livros que podem ser consultados caso seja necessário um aprofundamento nos assuntos.
No setor SciAm no Mundo, há links que apresentam a história da publicação, as edições internacionais (e os caminhos para pegar uma carona em artigos que estão sendo lidos nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Espanha, Japão e Polônia) e os pesquisadores/articulistas da Scientifica American agraciados com o Prêmio Nobel (nas áreas de física, química, medicina, economia e paz mundial).
No setor Ciência Brasileira encontramos uma Radiografia da Ciência no Brasil (um panorama geral, observando avanços e retrocessos verificados nos últimos anos e a situação da pesquisa em nosso país hoje), Indicação de Institutos de Pesquisa e Sociedades Científicas brasileiras destacadas (seus endereços eletrônicos são apresentados; vemos instituições de muitas áreas do conhecimento, da Antropologia a Linguística, da Física a História, da Matemática a Botânica entre outras), relação de sites e publicações que merecem crédito por seu material informativo ou científico e a Agenda (que apresenta os grandes encontros, seminários, palestras ou feiras científicas).
É mais do que um início promissor, trata-se de um canal importante de informação e divulgação científica, credenciado, que se estabelece no Brasil. Apesar de ser um endereço novo, traz consigo toda a tradição de mais de 150 anos de publicações respeitadas. Não perca!