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Ensino de Línguas

Nadia Heifetz  Professora de Inglês, formada em Letras pela PUC-SP, estudou na Inglaterra e nos EUA, trabalhou como secretária tri-lingue (Inglês/Francês e Português) em várias multinacionais, e também como intérprete para a Câmara Americana de Comércio e o Consulado Americano. Possui mais de 25 anos de experiência, como professora de Inglês atuando em Institutos de Idiomas. É autora do baralho didático “Present Perfect Flashcards” e também de 22 Cursos de Reciclagem para professores de Inglês. Atualmente, ela se dedica a criar e desenvolver estratégias diferenciadas para ensinar Inglês de forma atraente e ministra palestras para professores interessados em inovar suas técnicas de ensino.

Ensinando Inglês com Objetos
Visualizar para aprender

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Você já pensou como seria bom para teus alunos visualizarem, na prática, tudo o que eles aprendem? A visualização faz parte do processo de aprendizagem, tornando-o mais fácil de ser assimilado e funciona para todas as faixas de idade. Crianças, adolescentes e adultos aprendem e fixam melhor a matéria quando visualizam o que lhes é ensinado. Por que então não aproveitar e trazer para aula objetos que podem a tornar mais estimulante, mais "concreta"?

Por exemplo: quando você encontrar no livro adotado pela sua escola, um diálogo por telefone entre duas pessoas e quiser que os alunos o representem, traga dois telefones celulares ou até mesmo infantis para fazer os alunos sentirem que realmente estão conversando pelo telefone.

Isto dará ao aluno a sensação real do diálogo. É interessante notar que quando um aluno SENTE o que diz e não simplesmente repete as palavras do livro de forma automática, o texto que ele lê passa a ter um significado real para ele. E com isto o aluno vai integrando gradualmente o que lê e fala. E é exatamente aí que o ensino com objetos adquire um papel importante, fazendo com que o aluno incorpore mais facilmente e de uma forma natural o que ele aprende.

Trabalhar com objetos realmente motiva bastante o aluno durante uma aula, além de torná-la mais "real", prazerosa e dinâmica. Além disso, os objetos se constituem em elementos extremamente enriquecedores e facilitadores do ensino e aprendizado de um idioma.

De uma forma geral, os objetos são ferramentas muito úteis, pela variedade de usos que oferecem. Por exemplo: pode-se ensinar vocabulário, reforçar o ensino de palavras como falsos cognatos, estimular conversação (aspecto fundamental no ensino de um idioma), revisar a matéria, fixar o aprendizado, introduzir determinados conceitos, estimular a observação (elemento muito importante no processo de aprendizagem), e ilustrar pontos gramaticais, fazendo assim com que o aluno visualize a gramática na prática.

Baseando-se na afirmação de que uma imagem vale mais do que mil palavras, um objeto por ser um elemento VISUAL E CONCRETO pode poupar tempo de explicação e acelerar o entendimento do tópico a ser ensinado.

Um aspecto interessante de se trabalhar com objetos é que eles se constituem em recursos visuais que o próprio aluno pode ter, diferentemente de flash-cards ou outros que geralmente pertencem ao professor ou à escola.

Benefício:
O aluno possuindo o objeto poderá sempre estar em contato com aquele aspecto gramatical que lhe foi ensinado em classe e que se encontra (escrito) neste.

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Por exemplo: Existe em algumas agendas eletrônicas um ícone relativo a telefone chamado "Business" e outro chamado "Personal"- Este último contrasta com a palavra "Personnel", que se refere ao Departamento do Pessoal. Estas palavras (Personal e Personnel) são muitas vezes confundidas pelos alunos brasileiros devido a sua similaridade. Ao ver esta agenda, o aluno tende a fixar melhor esta diferença até mesmo pela lógica e pelo seu uso.

Ele insere no ícone "Personal" o número de telefone de seus contatos pessoais (amigos, parentes, etc.) e vai gravando, pela prática o significado de "Personal", que significa "pessoal". Neste caso o aluno aprende usando o próprio objeto.

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Outro objeto bem interessante é o perfume importado, em cujo vidro geralmente está escrito: MADE IN FRANCE (ou outro país). Bem, só aí temos cinco aspectos que podemos explorar:

  • O verbo Make que neste caso, significa “fabricar”;
  • A preposição “In”, usada com nomes de países;
  • O próprio nome do país;
  • A voz passiva: “Made in France”;
  • O passado irregular do verbo to make (“Made”), que neste caso não faz parte de uma lista de verbos irregulares de um livro, mas de algo bem concreto, no caso, um Perfume.

Note como um simples objeto pode “concretizar” a gramática.

E cabe a você, Professor sempre fazer a manutenção do que você ensina. No caso, lembrar ao aluno do objeto que você trouxe e do aspecto gramatical contido nele.

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Outro tema gramatical muito encontrado em objetos é a forma ING, que quando acrescentada a um verbo, funciona como adjetivo. Então, temos objetos como: Playing cards, Printing Calculator, Swimming cap, etc.
Neste caso, o adjetivo mostra uma utilidade, um propósito específico, por exemplo: Em Playing cards, temos cartas para jogar e não para outra finalidade; (cards for playing and not birthday cards ou business cards); em Printing calculator, temos uma calculadora que imprime e não uma calculadora comum; em Swimming cap, temos uma touca para natação e não para chuveiro (a cap for swimming and not a shower cap).

E assim para vários temas gramaticais.

Saiba que existem objetos sonoros, tridimensionais, objetos que se mexem, dobráveis, objetos de informática, objetos de sala de aula, objetos do dia-a-dia, luminosos, com água, objetos da moda que podem ser perfeitamente aproveitados para o ensino de Inglês ou de outras línguas.

Caso você tenha interesse em trabalhar com objetos, confira no meu site pessoal o conteúdo completo do curso “Teaching English through Objects and Films”, que desenvolve a percepção e observação do professor, ampliando a sua visão em relação a objetos.

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