Carpe Diem
Universo no teu Corpo
Taiguara
Eu desisto
Não existe essa manhã que eu perseguia
Um lugar que me dê trégua ou me sorria
Uma gente que não viva só pra si
Só encontro
Gente amarga, mergulhada no passado
Procurando repartir seu mundo errado
Nessa vida, sem amor, que eu aprendi.
Por uns velhos, vãos motivos
Somos cegos e cativos
No deserto do universo sem amor
E é por isso que eu preciso
De você como eu preciso
Não me deixe um só minuto sem amor
Vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se unem em versos a canção
Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo
São teu corpo, amante, amigo em minhas mãos
São teu corpo, amante, amigo em minhas mãos
[Letra e Música – Taiguara]
Onde estamos? Para onde vamos? O que queremos? Quais são nossos sonhos? O que fazemos de nossas vidas? Todos já pararam em algum momento para se perguntar isso. Ou pelo menos deveriam... Qual é o universo que pretendemos para nós e para todos os outros?
Resgato as belas letras da imortal música do cantor e compositor Taiguara para destacar pensamentos que também me afligem de tempos em tempos... E que parecem ser mais e mais freqüentes, quando sempre desejei o contrário...
“A manhã que eu perseguia”, de presença, carinho, humanidade, parece realmente não existir... “Um lugar que me dê trégua ou me sorria”, soa ainda mais distante e vago... “Uma gente que não viva só pra si” é, por sua vez, algo tão utópico que a cada novo dia me parece apenas um sonho bom, daqueles que não queremos acordar para não interromper...
Será que “o sonho não acabou”, como disse John Lennon? Ou será que estamos tão imersos no cotidiano das realizações profissionais e materiais que nos esquecemos que o que realmente importa é amar e ser amado, é ser amigo e ter amigos?
Será que nos fechamos em nós mesmos e nos tornamos “gente amarga”, “mergulhada no passado” e que só quer “repartir o mundo errado” sem se importar com aqueles que nos são próximos? E o pior, sem que nem ao menos estejamos nos dando conta de que isso está acontecendo?
Até quando ficaremos no “deserto do universo sem amor”? Até quando seremos “cegos e cativos”? Liberte-se...