Assaltaram a Gramática
O Hífen e o Novo Acordo Ortográfico
Estudo da Aplicação do Hífen após o Ano de 2009
Entre as regras da gramática da Língua Portuguesa, o hífen está entre os assuntos que mais causam dúvidas.
Com o Acordo Ortográfico de 1990 que entrará em vigor a partir de janeiro de 2009, as dúvidas que o cercam ainda persistirão, e apesar de sabermos que a nova regra de grafia não será tão cobrada em concursos e vestibulares até 2012, é interessante já nos adequarmos a elas.
A seguir, há explicações sobre alguns pontos que devemos nos atentar na hora de decidir pelo emprego ou não do hífen.
Inicialmente, atente para o término da primeira palavra e o início da segunda e julgue se seu emprego é ou não correto de acordo com as situações expostas abaixo:
Só aplicar o hífen quando o término e o início dos dois elementos forem iguais, independente de estas serem vocálicas ou consonantais (anti-inflamatório, super-requintado).
As únicas exceções para esta regra é o prefixo “co” que sempre será escrito junto, e a palavra “subumano” que perderá o “h”, no demais, sempre que a segunda palavra iniciar por “h”, haverá emprego do hífen.
Se as terminações e inícios dos elementos forem diferentes, não necessitaremos do emprego do hífen, sendo que quando o primeiro elemento terminar com vogal e o segundo iniciar por “r” ou “s” estas letras deverão ser duplicadas para que não haja comprometimento na hora de ler.
As exceções são os prefixos “circum e pan” que sempre terão hífen diante de vogal (Pan – americano)
A duplicação das letras “r” e “s” ocorre porque se nos basearmos apenas na regra que diz que dois elementos com terminações e iniciais diferentes devem ser grafados juntos, escreveríamos “antireflexo” e, consequentemente, teríamos que ler o “r” como vibrante alveolar (fraca intervocálica), pois é assim que é lido todo “r” entre vogais.
Daí a importância e a exigência da duplicação do “r”, ou seja, para o pronunciarmos de forma vibrante velar, no caso, escreveremos e pronunciaremos “antirreflexo”.
Semelhante à razão da duplicação do “r”, ocorre com a duplicação da letra “s”, pois se não a duplicarmos no momento de grafar o prefixo e o segundo elemento diferentes juntos, seremos levados a ler o futuro “s” entre vogais com o som de “z”, pois é assim que se pronuncia o “s” entre vogais.
Sendo assim, se não duplicarmos o “s” nas palavras que em 2009 serão grafadas juntas, por exemplo, a palavra “antissemita”, com apenas um “s” leríamos /antizemita/, considerando o emprego incorreto da letra “z’ apenas para fins de exemplificação.
Finalizando:
Sempre haverá hífen diante dos prefixos: além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice, ex e sem. Exemplos: (ex-namorado, sem-teto, além-fronteira, aquém-mar, pós-datar, recém-chegado, pré-histórico, pró-paz). Para memorizar, usa-se hífen em prefixos acentuados, ex, sem e também vice.