Assaltaram a Gramática
Dependências Pessoais
Emprego dos Pronomes Possessivos
Temos uma forte tendência para utilizar todos os pronomes como se fossem a mesma coisa. Não obstante, se faz necessário entender que para cada pronome pessoal, há um pronome possessivo ou demonstrativo que lhe é conveniente. Isto ficará claro com as dicas a seguir, observe:
Os pronomes pessoais concordam em número (singular, plural) e gênero (feminino, masculino) com o objeto possuído e em pessoa com a pessoa do discurso.
Primeira Pessoa
Para a 1ª pessoa do singular, ou seja, para a pessoa que está falando, usamos os pronomes possessivos (aqueles que têm algo em sua dependência ou posse) meu, minha para uma coisa possuída e meus e minhas para mais de uma coisa possuída. O plural requer os pronomes nosso, nossa (referindo a um objeto possuído) e nossas e nossos (referindo a mais de um objeto possuído).
Um possuidor
Uma
coisa possuída: meu, minha.
Mais de uma coisa possuída: meus, minhas.
Vários possuidores
Uma
coisa possuída: nosso, nossa.
Mais de uma coisa possuída: nossos, nossas.
Segunda Pessoa
Para a 2ª pessoa do singular, ou seja, a pessoa com quem estamos falando, usamos os pronomes teu e tua para um objeto possuído, e vosso e vossa para mais de um objeto. O plural da 2ª pessoa requer os pronomes teus, tuas, vossos e vossas.
Um possuidor
Uma
coisa possuída: teu, tua.
Mais de uma coisa possuída: teus, tuas.
Vários possuidores
Uma
coisa possuída: vosso, vossa.
Mais de uma coisa possuída: vossos, vossas.
Terceira Pessoa
Para a 3ª pessoa do singular e do plural, ou seja, para pessoa de quem está sendo falado, usamos seu e sua para um elemento possuído e seus, suas para mais de um elemento possuído.
Um possuidor
Uma
coisa possuída: seu, sua.
Mais de uma coisa possuída: seus, suas.
Vários possuidores
Uma
coisa possuída: seu, sua.
Mais de uma coisa possuída: seus, suas.
Cuidado!
O mau emprego dos pronomes da 3ª pessoa (seu, sua, seus, suas) pode causar ambigüidade.
Por exemplo:
"Maria contou-me que seu filho desaparecera com seus documentos". A pergunta é inevitável: A quem pertenciam os documentos? A Maria ou ao filho dela?
Perceba que fica claro na frase que o filho era de Maria, pois o pronome possessivo “seu” foi usado próximo da pessoa a que estava se referindo, mas o emprego do segundo “seu” não permitiu clareza.
Agora observe a clareza adquirida quando se insere as palavras dele ou dela (junção da preposição de com os pronomes possessivos ele/ela).
"Maria contou-me que seu filho desaparecera com os documentos dela".
"Maria contou-me que seu filho desaparecera com os documentos dele".
Assim, sempre traga os pronomes possessivos para perto daquilo que se refere ou utilize as palavras dele ou dela.
Fonte: Língua, Literatura & Redação – José de Nicola