Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br
Nova Ortografia da Língua Portuguesa
A padronização do ensino de Língua Portuguesa
Antes de começarmos a entender o porquê da
padronização que a Língua Portuguesa
será submetida a partir do próximo ano,
é conveniente esclarecermos que a mudança
ocorrerá somente na ortografia e não na
oralidade. Sendo assim, cumpre acrescentar que apesar de o trema
finalmente deixar de existir, palavras como
lingüiça e freqüente, sem o trema
continuarão sendo pronunciadas da mesma forma,
não obstante a inexistência deste.
A importância desta padronização se
dá pelo fato de termos duas línguas oficiais para
o mesmo idioma, que é por sua vez, a quinta
língua mais falada no mundo. Por isso, há intensa
dificuldade para a circulação de materiais
didáticos entre os países de Língua
Portuguesa, a saber, Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde,
Guiné Bissau, Moçambique, São
Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Portanto, acreditamos que a padronização
é benéfica para todos nós e, esperamos
ansiosamente que quando esta entrar em vigor em 2009 (uma vez que
já fora assinada pelo presidente Lula no dia 29/09/08)
não seja desacreditada por nossos profissionais e
estudantes, pois bem sabemos que toda novidade pode causar receio em
alguns, mas passado o estágio de
adaptações, usufruiremos enfim de seus
benefícios.
As alterações mais evidentes serão as
seguintes:
- O alfabeto será
acrescido de três letras, K, w e y, passando a ter 26 letras
ao invés de 23. Observe:
A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X,
Y, Z.
-
Abolição do trema, sinal gráfico de
dois pontos que indica que a letra u
é pronunciada nos grupos gue, gui, que e qui. Exemplos:
cinquenta, frequentar, tranquilo, etc.
-
O acento diferencial de algumas formas verbais também
deixará de existir. Exemplos:
Péla (verbo) – Pela (junção
de preposição e artigo); Pólo
(substantivo) – Polo (junção de por e
lo); Pélo (verbo) – Pelo (substantivo).
Atenção para as palavras que
continuarão com o acento diferencial:
-
Pôr (verbo) e por (preposição);
- Pôde (verbo no passado) e pode (verbo no presente); e
- Fôrma/forma (facultativamente).
- Não usaremos mais
o acento agudo em três casos, que são:
1.
Em ditongos abertos,
ei
e
oi,
das paroxítonas (palavras em que a sílaba mais
forte é a penúltima).
Exemplos:
Assembleia, heroico, ideia,
jiboia, etc.
2.
Em paroxítonas com as letras i
e u
tônicos que formam hiatos (encontro vocálico em
que as letras possuem sons separadamente). Exemplos:
Baiuca, boiuna, feiura,
etc.. Exceção:
Continuará acentuados se estiverem em
posição final ou estejam seguidos de "s"
(Piauí, tuiuiú).
3.
As formas verbais de argüir e redargüir
não terão mais acento agudo. Exemplos:
Arguis, arguem, redarguis e
redarguem.
-
Não usaremos mais o acento circunflexo em palavras
terminadas em oo. Exemplos:
Enjoo, voo,
abençoo, coroo, magoo, perdoo.
- O hífen
não será utilizado quando o prefixo terminar com
vogal e o segundo elemento começar com as consoantes s
ou r (sendo
estas duplicadas), e também quando o segundo elemento
começar com vogal diferente da
terminação vocálica da primeira
palavra. Exemplos: Antirreligioso,
antissemita, autoaprendizagem, autoestrada, contrarregra, contrassenha,
extraescolar, extrarregulamentação.
- O hífen
permanecerá em prefixos terminados por r (hiper, inter,
super) e o segundo elemento começar também por r.
Exemplos: Hiper
– mercado, super-homem, etc.
- O hífen
também permanecerá após prefixos
acentuados, sem, vice, ex e sempre quando a segunda palavra
começar por "h". Exemplo:
Hiper-hiperativo.
- No que se refere
à divisão ortográfica, palavras
compostas que não couberem na mesma linha terão
que terminar com hífen no final da linha e antes de terminar
de escrevê-las, teremos que inserir novo hífen na
linha que se segue. Por
exemplo: Se na linha que
estivermos escrevendo a palavra composta
“ensino-aprendizagem” for insuficiente para
escrever “aprendizagem”, colocaremos
hífen depois de “ensino” e antes de
aprendizagem que estará na linha seguinte. Isto ocorre para
clareza gráfica, ou seja, para que alguém ao ver
o hífen antes de alguma palavra, saber que ela
está composta com outra palavra.
Fonte:
Manual da nova ortografia – Nova Escola.