Cinema na Educação
Pax
Porta Curtas Petrobras - Direção de Paulo Munhoz
Um só mundo, vários caminhos. Para onde olharmos, por quais caminhos passarmos, a tudo o que pudermos atentar, em todos os lados veremos diferenças. Flores e árvores de diferentes tamanhos, cores, odores. Casas e edificações que, mesmo quando semelhantes, guardam algumas estruturas, elementos e componentes diversos. Veículos de duas, quatro ou mais rodas. Animais que latem, miam, relincham ou cacarejam. Alimentos doces, salgados, amargos, apimentados.
Às vezes gostamos mais de uns que de outros. Há certas coisas que, até nos permitimos desgostar completamente. Jiló, fígado ou mesmo brócolis, por exemplo, são alimentos que muitas e muitas crianças [e adultos] certamente abrem mão, evitam consumir. Conheço pessoas que não vestem certas cores ou, ao menos as evitam. Há ainda aqueles que não toleram um delicioso passeio na praia, preferindo o campo ou as montanhas [ou vice-versa].
De qualquer forma, esses casos servem apenas para ilustrar o quanto o mundo é diverso. E essa diversidade, a despeito da opinião de alguns, é mais que necessária e valiosa. Lembro-me, por exemplo, de alunos com os quais trabalhei e que me diziam querer que outros professores fossem iguais ou parecidos comigo. Imediatamente lhes dizia que há méritos, beleza e caminhos diversos e que, com certeza, o melhor é ter variedade, o caminho real para o crescimento e a aprendizagem.
Diversidade pede tolerância, compreensão, respeito, educação e diálogo. Quando essa diversidade refere-se a questões mais delicadas e polêmicas, como religião, política, futebol ou mesmo economia, temos que ser ainda mais capazes de ouvir, de entender os motivos alheios, de também nos fazer escutar e argumentar.
“Pax”, animação com massinhas de Paulo Munhoz, produzida em 2005, nos desperta para esse tema através do diálogo/debate entre líderes espirituais de diferentes correntes – representando quatro das maiores religiões do mundo [Catolicismo, Islamismo, Judaísmo e Budismo]. Como animação, destinada a um público misto, em especial as crianças, torna-se um divertido libelo em favor do entendimento ao mesmo tempo em que tenta despertar o senso crítico dos espectadores mostrando [com bom humor] como todos querem a mesma coisa [a paz, a harmonia, o entendimento entre os povos] sem que se mostrem dispostos a ouvir o outro, compreender suas razões, dialogar buscando uma resposta que seja boa para todos...
Obs.: Além da diversidade e da tolerância/intolerância, a animação permite e incentiva uma compreensão da religiosidade e das diferentes igrejas/seitas e, ao mesmo tempo, pode despertar reflexões sobre Deus e o Diabo, monoteísmo e politeísmo e ainda sobre ONGs [Organizações Não Governamentais].
Por João Luís de Almeida Machado, que acredita em Deus, tem uma fé e uma igreja e que, ainda assim, respeita as demais crenças...