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Erika de Souza Bueno Coordenadora Educacional da empresa Planeta Educação; Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo; Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família; Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). E-mail: erika.bueno@fk1.com.br

Na sala de aula com a sétima arte
Aprendendo com o cinema

Sabemos que "Sétima Arte" é, desde 1912, uma expressão utilizada para designar cinema. O que muitos desconhecem são as diversas possibilidades de sua utilização em sala de aula. Numa época de grande renovação tecnológica, há escolas que ainda utilizam os computadores apenas para trabalhos básicos, desconsiderando todo seu arsenal de recursos, extremamente lúdicos, que legam prazer e possibilidades a quem os utiliza, como é, também, o caso do cinema em sala de aula.

Assuntos relacionados a esse tema são abordados no livro “Na sala de aula com a sétima arte – Aprendendo com o Cinema” do Editor do Portal Planeta Educação, João Luís Almeida Machado, que está prestes a concluir seu Doutorado pela PUC-SP no programa Educação e já possui titulação de Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP).

O autor afirma que, independente da forma como abordamos o cinema, é possível percebê-lo como expressão artística, política e ideológica, como forma de aprender, de se comunicar, ou ainda, como uma maneira de aprender.

Com isso, Machado diz que se ao ir ao cinema, alguém consegue identificar a arte dos produtores, indaga-se sobre alguma afirmação, entende-o como uma máxima comunicativa, o tem apenas como lazer e, se até mesmo, for um estudante realizando relatórios e pesquisas, em todas essas ações é possível entender o cinema como comunicação, lazer, posicionamentos político-ideológicos, arte e educação, partindo do princípio que o mesmo, muito mais que uma ferramenta educacional, carrega em si a essência do ser humano.

Em um determinado momento de sua obra, o autor afirma a necessidade de “Fazer com que a arte, o entretenimento, os posicionamentos e os elementos da comunicação contidos no cinema se tornem aliados dos educadores, passa a ser o nosso objetivo”.



Segundo as próprias palavras de Machado, está na hora de modernizar as escolas. Cobrar de professores, coordenadores, diretores, alterações que resultem em práticas renovadas, aulas mais dinâmicas, utilização de recursos que já existem em escolas, como vídeos, Internet, livros da biblioteca, pesquisas de campo e integração entre disciplinas.

O autor também afirma que, a partir do momento que um professor tenha feito um planejamento de suas atividades e esteja interado de como sua aula se desenvolverá e dos tópicos primordiais a serem abordados, ficará mais fácil encontrar filmes que possam ser utilizados como recurso complementar e enriquecedor das atividades.

Essa tarefa pode não ser fácil, pois o educador deverá “garimpar” uma película que possa ser-lhe útil, pois os professores podem não conhecer um título específico onde palavras ou expressões como “Cidadania”, “Meio Ambiente”, “Genética, “Machado de Assis” ou “Direitos Humanos” estejam evidenciados no título, porém, podem conhecer livros sobre tais assuntos e verificar se os mesmos se tornaram filmes.

Defende ainda que a busca por um bom título passa necessariamente por um bom planejamento, pois é através do mesmo que se pode fazer um levantamento das possibilidades que existem em relação ao tema que se deseja trabalhar. É sempre necessário realizar um levantamento de dados, seja ele em relativamente a um filme ou a um livro.

No caso de filme, João Luís advoga que o professor deve sempre ligar a televisão pela segunda vez e, com o controle remoto em mãos, observando-o com um olhar clínico de quem entende sobre o assunto que pretende tratar, fazer com que detalhes importantes sejam identificados. De posse desse material escrito, o professor verá que criar atividades para trabalhar com os alunos tornar-se-á muito mais fácil.


No que se refere aos livros, é importante considerar que devem se realizar trabalhos diferenciados na primeira vez (conhecendo os detalhes da história) e nas demais vezes (anotando trechos importantes, tendo sempre a companhia de um dicionário para facilitar a compreensão de termos e expressões desconhecidas).

Machado, ainda aconselha ler o livro referente ao tema que se pretende trabalhar antes de assistir ao filme baseado no mesmo, pois assim criam-se projeções mentais dos personagens, das locações, dos acontecimentos, das cenas e diálogos travados entre os protagonistas.

Antes de partir para as exposições de alguns filmes que podem ser utilizados em sala de aula, o autor afirma que é possível e recomendável, para tornar o trabalho ainda mais estimulante, criar simulações e ações lúdicas, como por exemplo, “Ambientar as aulas em situações como uma redação de jornal, uma estação de rádio, uma organização não-governamental ou uma secretaria de governos pode estimular os estudantes e fazer com que o resultado final dos trabalhos seja ainda mais interessante”.


Por fim, através do livro “Na sala de aula com a sétima arte”, o leitor também se valerá de comentários, explicações e propostas de como utilizar determinados filmes em sala de aula. É ainda importante destacar que essas páginas não anulam as experiências de cada professor, e sim as reforçam, dando-lhes novas alternativas de trabalho.

Assim sendo, um profissional que possui rica “bagagem” de vivências que contribuíram para a formação de sua personalidade e escolhas profissionais, poderá colocar em prática várias idéias provenientes desse trabalho, mas sem se assustar, pois deverá partir do princípio de “que no caminho que trilhamos sempre existirão pedras, [e que] elas podem nos fazer dar voltas maiores ou ainda machucar nossos pés, no entanto, elas tornam nossa chegada um momento de grande satisfação”.

Ficha Técnica do Livro
Na Sala de Aula com a Sétima Arte
Aprendendo com o Cinema
Autor: João Luís Almeida Machado
Ano de Edição: 2008
Editora Intersubjetiva
(http://intersubjetiva.com.br)

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