Planeta Literatura
Na sala de aula com a sétima arte
Aprendendo com o cinema
Sabemos que "Sétima Arte" é, desde 1912, uma expressão utilizada para designar cinema. O que muitos desconhecem são as diversas possibilidades de sua utilização em sala de aula. Numa época de grande renovação tecnológica, há escolas que ainda utilizam os computadores apenas para trabalhos básicos, desconsiderando todo seu arsenal de recursos, extremamente lúdicos, que legam prazer e possibilidades a quem os utiliza, como é, também, o caso do cinema em sala de aula.
Assuntos
relacionados a esse tema são abordados no livro
“Na sala de aula com a sétima arte –
Aprendendo com o Cinema” do Editor do Portal Planeta
Educação, João Luís Almeida
Machado, que está prestes a concluir seu Doutorado pela
PUC-SP no programa Educação e já
possui titulação de Mestre em
Educação, Arte e História da Cultura
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP).
O autor afirma que, independente da forma como abordamos o cinema,
é possível percebê-lo como
expressão artística, política e
ideológica, como forma de aprender, de se comunicar, ou
ainda, como uma maneira de aprender.
Com isso, Machado diz que se ao ir ao cinema, alguém
consegue identificar a arte dos produtores, indaga-se sobre alguma
afirmação, entende-o como uma máxima
comunicativa, o tem apenas como lazer e, se até mesmo, for
um estudante realizando relatórios e pesquisas, em todas
essas ações é possível
entender o cinema como comunicação, lazer,
posicionamentos político-ideológicos, arte e
educação, partindo do princípio que o
mesmo, muito mais que uma ferramenta educacional, carrega em si a
essência do ser humano.
Em um determinado momento de sua obra, o autor afirma a necessidade de
“Fazer com que a arte, o entretenimento, os posicionamentos e
os elementos da comunicação contidos no cinema se
tornem aliados dos educadores, passa a ser o nosso objetivo”.
Segundo
as próprias palavras de Machado, está na
hora de modernizar as escolas. Cobrar de professores, coordenadores,
diretores, alterações que resultem em
práticas renovadas, aulas mais dinâmicas,
utilização de recursos que já existem
em escolas, como vídeos, Internet, livros da biblioteca,
pesquisas de campo e integração entre disciplinas.
O autor também afirma que, a partir do momento que um
professor tenha feito um planejamento de suas atividades e esteja
interado de como sua aula se desenvolverá e dos
tópicos primordiais a serem abordados, ficará
mais fácil encontrar filmes que possam ser utilizados como
recurso complementar e enriquecedor das atividades.
Essa tarefa pode não ser fácil, pois o educador
deverá “garimpar” uma
película que possa ser-lhe útil, pois os
professores podem não conhecer um título
específico onde palavras ou expressões como
“Cidadania”, “Meio Ambiente”,
“Genética, “Machado de Assis”
ou “Direitos Humanos” estejam evidenciados no
título, porém, podem conhecer livros sobre tais
assuntos e verificar se os mesmos se tornaram filmes.
Defende
ainda que a busca por um bom título passa necessariamente
por um bom planejamento, pois é através do mesmo
que se pode fazer um levantamento das possibilidades que existem em
relação ao tema que se deseja trabalhar.
É sempre necessário realizar um levantamento de
dados, seja ele em relativamente a um filme ou a um livro.
No caso de filme, João Luís advoga que o
professor deve sempre ligar a televisão pela segunda vez e,
com o controle remoto em mãos, observando-o com um olhar
clínico de quem entende sobre o assunto que pretende tratar,
fazer com que detalhes importantes sejam identificados. De posse desse
material escrito, o professor verá que criar atividades para
trabalhar com os alunos tornar-se-á muito mais
fácil.
No
que se refere aos livros, é importante considerar que
devem se realizar trabalhos diferenciados na primeira vez (conhecendo
os detalhes da história) e nas demais vezes (anotando
trechos importantes, tendo sempre a companhia de um
dicionário para facilitar a compreensão de termos
e expressões desconhecidas).
Machado, ainda aconselha ler o livro referente ao tema que se pretende
trabalhar antes de assistir ao filme baseado no mesmo, pois assim
criam-se projeções mentais dos personagens, das
locações, dos acontecimentos, das cenas e
diálogos travados entre os protagonistas.
Antes de partir para as exposições de alguns
filmes que podem ser utilizados em sala de aula, o autor afirma que
é possível e recomendável, para tornar
o trabalho ainda mais estimulante, criar
simulações e ações
lúdicas, como por exemplo, “Ambientar as aulas em
situações como uma redação
de jornal, uma estação de rádio, uma
organização não-governamental ou uma
secretaria de governos pode estimular os estudantes e fazer com que o
resultado final dos trabalhos seja ainda mais interessante”.
Por fim, através do livro “Na sala de aula com a sétima arte”, o leitor também se valerá de comentários, explicações e propostas de como utilizar determinados filmes em sala de aula. É ainda importante destacar que essas páginas não anulam as experiências de cada professor, e sim as reforçam, dando-lhes novas alternativas de trabalho.
Assim sendo, um profissional que possui rica “bagagem” de vivências que contribuíram para a formação de sua personalidade e escolhas profissionais, poderá colocar em prática várias idéias provenientes desse trabalho, mas sem se assustar, pois deverá partir do princípio de “que no caminho que trilhamos sempre existirão pedras, [e que] elas podem nos fazer dar voltas maiores ou ainda machucar nossos pés, no entanto, elas tornam nossa chegada um momento de grande satisfação”.
Ficha
Técnica do Livro
Na
Sala de Aula com a Sétima Arte
Aprendendo com o Cinema
Autor: João Luís Almeida Machado
Ano de
Edição: 2008
Editora
Intersubjetiva
(http://intersubjetiva.com.br)