Planeta Educação

A Semana - Opiniões

João Luís de Almeida Machado é consultor em Educação e Inovação, Doutor e Mestre em Educação, historiador, pesquisador e escritor.

Planos (e sonhos) para 2008
O que queremos para o ano que se inicia...

Amigos-na-praia

Encontre os amigos! Ria! Divirta-se!

Estou lendo um livro muito curioso, pautado em rigorosa pesquisa científica feita nos Estados Unidos, quem tem como autor um doutor em administração pela Universidade de Geórgia e grande especialista no assunto a que se refere à obra em questão... Trata-se do título “A mente milionária – Como pensam os ricos”, publicado no Brasil pela editora Novo Conceito e que, creio eu, traz embalado em suas páginas o sonho máximo da maior parte das pessoas que vivem no Brasil e no mundo, ou seja, enriquecer...

Não acredito que a simples leitura do livro possa levar qualquer pessoa a ganhar muito dinheiro e entrar para o seleto grupo dos milionários mundiais (ou ao menos brasileiros). Nem penso que esse seja o meu objetivo pessoal, ainda que entenda e saiba do valor do dinheiro em nossas vidas. Creio até que qualquer ganho material que temos ao longo de nossas existências nada mais é do que conseqüência de muito trabalho, estudo, dedicação e capacidade de relacionar-se bem com o mundo e com as pessoas.

Apesar de saber o quanto é importante para alguns ganhar muito dinheiro, e de compartilhar a idéia de que esse recurso é importante no mundo capitalista, gosto de pensar que, na realidade, as grandes riquezas que possuímos são a nossa própria vida, a saúde, nossas famílias, os amigos, princípios que nos dêem dignidade e respeito próprio, a capacidade de trabalhar e ainda a possibilidade de ajudar aos outros.

O mais interessante nesse ínterim é que, a partir de pesquisa com quase 800 milionários americanos, qualificados pelo autor como “ricos no balanço patrimonial” e não como os novos-ricos, ou como aqueles que são identificados na obra como “ricos na declaração de renda”, Thomas Stanley descobriu que as razões do sucesso financeiro dessas pessoas se relacionam muito pouco com a sorte, com heranças familiares ou mesmo com grande capacidade intelectual (que levaria as pessoas a qualificá-los como gênios) e muito mais com fatores aos quais qualquer pessoa pode ter acesso...

Família-unida

Curta sua família!

E quais seriam então as pedras de toque desse sucesso pessoal, profissional e financeiro?

De acordo com o autor, pautado em pesquisas sérias, entrevistas e depoimentos de quase 800 milionários americanos, seriam necessários os seguintes aspectos...

  1. Integridade (seja sempre honesto com as pessoas).
  2. Disciplina (Oriente suas ações, exerça o necessário autocontrole).
  3. Sociabilidade (Procure se relacionar bem e respeitosamente com todas as pessoas).
  4. Procure contar com o apoio de seu parceiro (cônjuge) e família em todas as situações.
  5. Trabalhe com dedicação, esmerando-se sempre mais do que todas as outras pessoas.

Simples demais? Você já faz tudo isso? E ainda não atingiu a plena riqueza?

Imagine então o seguinte, pense em tudo o que já construiu ao longo de sua vida pessoal e profissional... Sua família, seu patrimônio (mesmo que modesto), suas ações profissionais que ajudaram outras pessoas da firma ou clientes, suas atuações extra-profissionais que permitiram alegria a pessoas necessitadas e não tão abonadas como você, sua interação com os amigos e todas as horas felizes que passaram juntos, seus estudos e os avanços que conseguiu com eles,...

Será que você não é mesmo uma pessoa rica? Senão em dinheiro ao menos em felicidade?

Mundo-melhor

Trabalhe por um mundo melhor!

Mas aí volta aquela velha pergunta que não quer calar... E a TV de LCD? Ou o carro novo na garagem? A casa naquele bairro mais elegante? A reforma do imóvel em que resido? Queria tanto trocar o meu computador? Pensava em viajar para a Europa ou levar os meus filhos para a Disney, mas a grana está curta...Sem dinheiro não é possível ser feliz...

Será mesmo? Já se imaginou doente numa cama? Pensou na hipótese de estar desempregado? E se um de seus filhos tivesse problemas com drogas ou estivesse indo mal na escola? Quantas pessoas vivem situações muito infelizes e estão bem ao nosso lado, precisando de uma palavra de carinho e de conforto... E tenho certeza que você já ajudou alguém em situação parecida com essas... Assim como já foi socorrido por algum amigo ou parente quando as coisas pareciam realmente caminhar para o pior...

Somente isso já nos dá uma dimensão do quanto temos em nossas vidas e de como não damos o devido valor a tudo o que recebemos. Isso me faz lembrar de um magnífico filme antigo chamado “A felicidade não se compra”, do diretor Frank Capra, estrelado por James Stewart e Donna Reed (a respeito do qual já tive a oportunidade de escrever um artigo para a coluna Cinema na Escola).

Nesse filme, a certa altura dos acontecimentos, desiludido com algumas perdas financeiras que poderiam levar sua firma a falência, o protagonista George Bailey (James Stewart) pensa em se matar, mas é salvo por um anjo enviado a Terra por Deus. Apesar disso, os problemas com dinheiro continuavam a existir e, por esse motivo, George diz ao anjo que tudo seria muito melhor se ele nem ao menos tivesse nascido...

Ao que o anjo resolve lhe mostrar o quanto o mundo seria diferente se apenas aquela bondosa e respeitosa alma que era George Bailey não tivesse vindo ao mundo... Seu irmão teria morrido, seu ex-chefe numa farmácia de manipulação seria preso por produzir remédio com veneno (por engano), sua esposa não teria se casado, seus filhos não nasceriam, as casas que ajudou a construir jamais teriam sido erguidas,... Ou seja, resumindo tudo, a vida seria muito mais triste...

Por isso penso que os milionários pesquisados por Thomas Stanley estão certos... O mais importante são as famílias, os amigos, a dedicação ao trabalho honesto que temos, a capacidade de nos disciplinarmos para nos realizarmos pessoal e profissionalmente e, acima de tudo, a nossa integridade e dignidade.

Sucesso financeiro pode então ser esquecido, deixado de lado? Não. De forma alguma, batalhe sempre por melhores condições e pela valorização que merece a partir do trabalho justo e honesto que realiza. O que não pode acontecer é o dinheiro se transformar no propósito máximo de sua vida, senão...

Por isso penso que para 2008 os planos e os sonhos devem incluir, em especial: bondade, fraternidade, dignidade, família, amigos, trabalho, saúde, amor e muita paz.

Esses são os votos de todos nós, do Planeta Educação para todos os nossos amigos.

Avaliação deste Artigo: 3 estrelas