Aprender com as Diferenças
A Espada era a Lei
Capítulo II
Notas sobre esta Transcrição
1.
Com a letra "Q"
seguida de um número, identifico o quadrinho.
2.
Com um “*” identifico as Onomatopéias.
3.
Com a letra "N"
identifico o Narrador.
4.
Alguns quadros, nos quais as cenas eram quase as mesmas, foram
suprimidos, mas isso não interfere na compreensão
da história. Em outros, acrescento
informações para melhor compreensão
destes;
5.
A ledora foi Anair Campos, minha irmã, cuja ajuda foi
valiosa para a realização deste trabalho, a quem
agradeço a força;
6.
Espero contar com todos para a disseminação desta
obra entre os Deficientes Visuais, especialmente as
crianças, a quem é dedicada;
7.
Este material destina-se às pessoas portadoras de
Deficiência Visual, sendo vedado seu uso com fins comerciais;
8.
A história transcrita aqui foi levada às telas
como desenho animado dos Estúdios Walt Disney e publicada em
HQ pela Editora Abril Jovem na coleção
"Clássicos Disney em Quadrinhos", em 1990.
9.
A expressão "Xiii" nesta transcrição
foi substituída por "Chii" porque o Dosvox fala a primeira
como se fosse o número 13;
10. Os quadros são numerados por capítulos, por isso sempre se iniciam com "Q1".
Sinopse: A Espada era a Lei
Um jovem garoto desajeitado, protegido e aprendiz do Mago Merlin, ouve dizer que aquele que conseguisse retirar uma espada mágica de uma pedra, seria declarado Rei da Inglaterra, e resolve aceitar o desafio, o que provoca risos dos outros interessados. Mas para surpresa de todos, o garoto obtêm êxito tornando-se o lendário Rei Arthur.
A
Espada era a Lei.
Capítulo II -
Novas do Torneio
Q1. A cozinha do castelo. Vê-se uma grande mesa com oito cadeiras, um fogão à lenha com duas chaleiras sobre ele, uma pia, panelas e pratos.
Há
na parede um brasão e uma cabeça de veado
empalhada. Kay está com os pés sobre a mesa e tem
uma coxa de javali na mão e seu pai conversa com ele.
Três cachorros aguardam os ossos, embora haja alguns ossos
pelo chão.
Pai
- Sim, Senhor! Que
serviço! Onde se viu um pirralho daqueles entrar sozinho
naquela terrível floresta? Você não
devia tê-lo deixado fazer isso, Kay!
Kay
(Jogando o osso no chão)
- Olhe, Pai! Eu não sou o guardião do Verruga!
Pai
- Pois eu sou! Adotei o
menino e, sendo seu pai adotivo, sou responsável por ele!
Q2.
Verruga entra na cozinha. Os cachorros latem ao vê-lo.
AU! AU! AU!
Pai
- Ah! Então
é você! Escute aqui, Verruga! Que
história é essa de entrar pelo mato e me deixar
de cabelos brancos?
Verruga
- Desculpe, Senhor!
Pai
- Desculpar-se
não basta! Quatro horas de trabalho extra na cozinha!
Apresente-se ao cozinheiro!
Verruga
- Mas... Mas...
Q3.
Merlin entra na cozinha. Arquimedes está em seu
chapéu.
Pai - Nada de mas! Mexa-se! É preciso muito rigor para dirigir um castelo como este!
Arquimedes
- Concordo plenamente!
Pai
- Hein? Quem é
você?
Merlin
- Meu nome é Merlin! E este é Arquimedes, uma
coruja muito instruída!
Pai
- Coruja
instruída? Oh, oh! Essa é boa! Sei que
é um mágico, Marvin! Você encantou esse
bichinho, não é?
Merlin
- Meu nome é Merlin! E sou o mais poderoso mago do mundo!
Pai
(Sorrindo) - Oh, oh! Deixe
disso, homem! Que bobagem!
Merlin - Vou demonstrá-lo! Higitus figitus migitus mo! Vento
e neve, num giro breve!
Q5.
O vento zune e cai neve na cozinha.
FUUUUUUCH!
Pai
(Tremendo de frio) - Ei!
Brrrr! Que-que diabos é isso?
Merlin
(Sorrindo) - É
uma nevada enfeitiçada!
Pai
(Com o corpo coberto de neve)
- P-pare com isso, Marvin! E-estou convencido!
Q6.
O gordo está petrificado.
Merlin
- Ala-ka-zan!
N:
A neve derrete-se...
Pai
- E-espero que
você n-não vá fazer nenhuma magia negra!
Merlin
- Não se
preocupe! Minha magia só é usada para efeitos
educacionais! Na verdade, é para isto que estou aqui... Para
educar Arthur!
Pai
- Educar o Verruga? Nada
disso! Eu é que dirijo este lugar, por isso pegue sua valise
de truques e suma-se!
Merlin
- Muito bem!
PUF!
Pai -
Céus! Ele sumiu!
N:
Embora haja sumido, ouve-se a voz de Merlin...
Merlin -
Mas ainda estou por aqui! Se eu sumir, você nunca
saberá se eu estou ainda aqui ou não,
não é mesmo?
Pai
- Você ganhou,
Marvin! P-pode ficar!
PUF!
Merlin
(Reaparecendo) - Obrigado!
Você é muito generoso!
Pai
- N-não
há de quê! Mas só lhe posso oferecer
cama e comida! Você ficará na torre dos
hóspedes! É o melhor aposento da casa!
Q7.
Merlin já no aposento. Como chove, há alguns
vasilhames sob as goteiras.
N:
Depois...
Merlin
- Melhor aposento da casa,
hein? Pois sim! Mas, se aquele velho danado pensa que vai se livrar de
mim, está enganado! Ele ainda não me conhece!
Arquimedes
- Que tal se
voltássemos à floresta?
Merlin
- Não! Aquele
menino precisa ser educado!
BAM! BAM! BAM!
Merlin
- Ué! Quem
poderia visitar Sir Heitor à uma hora dessas?
Uma
voz que vem de fora do castelo -
Abram! Tenho grandes novas de Londres!
Q8.
Sir Heitor, Kay e o recém-chegado na cozinha.
Visitante
- Heitor, meu velho!
Vão realizar um grande torneio no dia do ano novo!
Heitor
- E daí,
Pellinore? Isso não é novidade! Eles sempre fazem
isso!
Q8.
Sir Heitor, Kay e Pellinore à mesa, tomando café.
Pellinore
- Ah, mas isto é
diferente! O vencedor do torneio ganhará...a coroa!
Sir
Heitor - Glup! Quer
dizer... O vencedor será o rei da Inglaterra?
Pellinore
- Rei de toda a Inglaterra!
Q9.
Verruga entra na cozinha com as mãos cheias de pratos.
Verruga
- ?
Sir
Heitor - Kay, meu rapaz,
você poderia vencer, se caprichasse nos treinos!
Você será sagrado cavaleiro no próximo
natal e aí partirá para Londres!
Kay
- Claro, por que
não!
Sir Heitor - Verruga, você não gostaria de ir a Londres?
Verruga
- Puxa, Sir Heitor!
Sério mesmo?
Sir
Heitor - Se você
cumprir suas tarefas, poderá ser o escudeiro de Kay!
Verruga
- Oh, cumprirei, sim!
Q10.
Sir Heitor em pé, Kay montado num cavalo, vestido numa
armadura com uma lança na mão. Eles
estão no pátio do castelo e lá longe
se vê Verruga segurando uma manivela sobre a qual se
vê um boneco.
Sir
Heitor - Lembre-se...
Segure firme a lança, afrouxe a sela, aperte os joelhos,
jogue o peso para a frente e não tire os olhos do alvo!
Kay
- Está bem!
Está bem!
Sir
Heitor - E você,
garoto, vá movendo esse boneco!
CRRAT! CRRAC! CRREC!
Verruga
(Gritando) - Sim, Senhor!
Q11.
Sir Heitor em pé, Verruga mexendo o boneco e Kay galopando
ao encontro deste. O boneco segura uma lança com uma bola na
ponta.
Sir
Heitor (Gritando) - Atacar!
Não, não, não! Procure o alvo!
Q12.
A lança de Kay tocou na bola da lança do boneco e
Kay saiu voando e foi cair de cabeça no chão.
FUNC! TOIM! CRÁS!
Q13.
Sir Heitor em pé, Kay estatelado no chão, vendo
estrelinhas e Verruga segurando o cavalo deste pela rédea.
Sir
Heitor - Kay!
Você não aprende o que digo? Segure a
lança firme!
Q14.
Sir Heitor junto a Kay que já está de
pé.
Sir
Heitor - Lembre-se, uma
justa não é só questão de
músculo... É uma ciência altamente
desenvolvida!
Kay
- Sim, sim!
Q15.
Merlin e Arquimedes observam o treino de Kay da janela da torre.
Merlin
- Bah! Ciência,
pois sim! Um boneco tentando derrubar outro boneco com uma vara!
Arquimedes - Sim, e o Verruga fica tão entusiasmado com isso quanto os outros!
Merlin
- Esse é o
problema!
Q16.
O quarto de Merlin na torre. Merlin está sentado numa
cadeira, com um livro na mão e Arquimedes em seu poleiro.
Merlin
- Farei com que seu
entusiasmo se volte para a direção certa!
Arquimedes
- Bah! Quero só
ver isso!
Merlin
- Pois vai ver! Pretendo
tapeá-lo, é claro! Usarei de magia! Recorrerei a
todos os truques do livro, se for necessário!
Q17.
Merlin, com Arquimedes no chapéu, e Verruga estão
do lado de fora do castelo. No fosso que circunda o castelo nadam
alguns patos e peixes. Ao fundo vê-se a ponte
levadiça abaixada.
Merlin
- Bem, depois que
você se tornar escudeiro, será um cavaleiro,
não?
Verruga
- Ah, bem que eu gostaria!
Daria tudo para sair montado num grande cavalo branco, enfrentando
gigantes e dragões! Mas... Ai, ai... Sou
órfão e um cavaleiro precisa ser bem nascido!
Só espero ser um bom escudeiro para o Kay!
Merlin
(Pensando) - Escudeiro
daquele asno? Bah! Ele devia ter uma ambição
maior! Mas vou mudar tudo isso!
(Dirigindo-se à
Verruga) - Escute, jovem,
lembra-se de quando eu disse que poderia nadar como um peixe? Pois eu
quis dizer igual a um peixe!
Verruga
- Quer dizer que o Senhor
poderia transformar-se num peixe?
Merlin
- Decerto! E posso
transformar você num peixe, também!
Verruga
- Ah, seria bem divertido!
Fim do Segundo Capítulo!