A Espada era a Lei - 23/10/2007
Capítulo I
"Brincar, Sorrir e Sonhar, são coisas sérias!"
Luís Campos
Salvador - Bahia - Brasil
A Espada era a Lei
Notas sobre esta Transcrição
1. Com a letra "Q" seguida de um número, identifico o quadrinho.
2. Com um “*” identifico as Onomatopéias.
3. Com a letra "N" identifico o Narrador.
4. Alguns quadros, nos quais as cenas eram quase as mesmas, foram suprimidos, mas isso não interfere na compreensão da história. Em outros, acrescento informações para melhor compreensão destes;
5. A ledora foi Anair Campos, minha irmã, cuja ajuda foi valiosa para a realização deste trabalho, a quem agradeço a força;
6. Espero contar com todos para a disseminação desta obra entre os Deficientes Visuais, especialmente as crianças, a quem é dedicada;
7. Este material destina-se às pessoas portadoras de Deficiência Visual, sendo vedado seu uso com fins comerciais;
8. A história transcrita aqui foi levada às telas como desenho animado dos Estúdios Walt Disney e publicada em HQ pela Editora Abril Jovem na coleção "Clássicos Disney em Quadrinhos", em 1990.
9. A expressão "Xiii" nesta transcrição foi substituída por "Chii" porque o Dosvox fala a primeira como se fosse o número 13;
10. Os quadros são numerados por capítulos, por isso sempre se iniciam com "Q1".
Sinopse: A Espada era a Lei
cobtêm êxito tornando-se o lendário Rei Arthur.
A história apresenta sete capítulos, vamos ao primeiro!
A Espada era a Lei.
Capítulo I
Q1. Vê-se um castelo no alto de uma colina, uma árvore seca e alguns cavaleiros vestidos em armaduras e montados em seus belos cavalos chegando ao castelo. Vêem-se também outras pessoas em trajes normais da época.
N: Muitos anos atrás, quando a Inglaterra era jovem e os cavaleiros eram valentes e ousados, um bondoso rei havia falecido... Ninguém pudera decidir quem seria o herdeiro legal do trono! Parecia que o país seria sacudido pela guerra ou salvo somente por um milagre...
Q2. Vê-se árvores, uma capela, pessoas à porta desta e ao lado uma enorme pedra tendo uma bigorna sobre ela, com uma espada fincada nesta bigorna.
N: E esse milagre surgiu na cidade de Londres... Uma resplandecente espada cravada numa bigorna sobre uma grande pedra! Abaixo da empunhadura da espada, havia estas palavras inscritas em letras de ouro: "Aquele que tirar esta espada da pedra e da bigorna será, por direito, Rei da Inglaterra!"
Q3. Um homenzarrão tenta arrancar a espada da bigorna, sendo observado por alguns guardas do castelo e transeuntes.
N: Contudo, embora muitos tentassem com todas as suas forças, ninguém conseguiu sequer mover a espada!
Q4. Vê-se folhas secas pelo chão, a pedra com a espada e o castelo ao fundo. Não há pessoas neste quadro.
N: E assim, o milagre não aconteceu e a Inglaterra continuou sem rei! Com o tempo, a maravilhosa espada foi esquecida!
Q5. Um homem num cavalo em disparada, olha para trás assustado, pois é perseguido por dois outros cavaleiros com as espadas na mão. Eles cavalgam numa estrada ladeada por árvores.
N: Iniciou-se uma era negra, sem lei nem ordem! Os homens viviam uns temendo os outros... E os fortes exploravam os fracos...
Q6. De uma cabana entre algumas árvores sai um homem idoso, de longa barba branca que caminha em direção a um poço.
N: Exceto um homem, um mago chamado Merlin, que vivia nas profundezas da mais sombria floresta da Inglaterra...
Q7. Merlin, com ar cansado, chega no poço e joga o balde lá dentro. Ao fundo vê-se sua cabana e alguns arbustos diante desta.
Merlin - Arre! Idade das trevas, pois sim! Idade da inconveniência, isso sim!
Q8. Merlin carrega o balde e vai caminhando em direção à cabana.
Merlin - Sem encanamentos! Sem eletricidade! Sem coisa alguma!
Q9. Quando Merlin está próximo à cabana, com o balde cheio de água na mão, embaraça uma das pernas na corda que prende o balde e quase leva uma queda. Derrama um pouco de água no chão, mas consegue manter-se em pé, após livrar-se da corda. Ao fundo vêem-se algumas árvores.
Merlin - Upa!
Q10. Merlin está abrindo a porta da cabana.
Merlin - Raios! Tudo não passa de uma grande confusão medieval!
Q11. Merlin está dentro da cabana enchendo uma chaleira que está sobre um fogão de lenha. Acima deste vê-se uma chaminé de pedras. No centro da sala há uma mesa com três xícaras sobre esta e duas cadeiras. Pendurada na parede há uma casinha e próximo à mesa vê-se um poleiro e uma coruja sobre este. A um canto da sala vê-se outra mesa com alguns apetrechos de química e magia.
Merlin - Hummm! Deixe ver! Onde estava eu? Ah, sim! Ele deverá estar aqui dentro de... hummm...meia hora!
Arquimedes (Batendo as asas)- Quem? De quem está falando?!
Merlin - Já lhe disse, Arquimedes, não sei seu nome! Só sei que alguém muito importante vai aparecer aqui para o chá! O destino o guiará até mim para que eu o oriente para o seu verdadeiro lugar no mundo!
Arquimedes - Você diz que ele chegará dentro de meia hora? Tem certeza?
Merlin - Claro! E ele virá por este telhado que nos cobre!
Q12. Arquimedes voa do poleiro que está sobre a mesa para sua casinha pendurada na parede. Merlin está sentado à mesa.
Arquimedes (Assustado) - P-pelo telhado?
Merlin - Sim, Senhor!
Q13. Merlin continua sentado e fuma um cachimbo. A coruja também continua na casinha.
Arquimedes - Imagino que também saiba qual é a cara dele!
Merlin - Decerto! Vou lhe mostrar, meu cético amiguinho! Ele será um menino, de uns onze ou doze anos de idade!
Q14. Arquimedes volta ao poleiro que está sobre a mesa.Merlin, ainda sentado, diz algumas palavras mágicas e vê-se sobre sua cabeça a imagem de um homem com um arco na mão e um alforje de flechas ao ombro e um castelo ao fundo. A coruja, com cara de espanto, fica olhando a imagem que se formou.
Merlin -Hoko Póko! Ponham o rapaz em foco!
Q15. Vê-se a imagem do homem mais nítida e Merlin olha admirado.
Merlin - Ora, esse... Não! Não pode ser esse! Esse rapagão deve ter uns vinte anos!
Q16. Na imagem formada sobre a cabeça de Merlin vê-se a figura de um rapaz magrelo.
Merlin - Espere! Ali está ele! Oh-Oh! Um garoto magriço de doze anos!
Q17. Vê-se na imagem o menino correndo aos pulos por uma estradinha.
Arquimedes - E onde acha que ele se encontra neste momento?
Merlin - Oh-Oh! É um verdadeiro gafanhoto! Veja como ele salta!
Q18. Vê-se o homem com o arco na mão com um pé sobre uma pedra e atrás deste o menino saltitando. Ao fundo vê-se uma árvore quase seca.
Merlin - Não estou fazendo suposições, Arquimedes! Sei onde ele está! A menos de um quilometro daqui, logo além da floresta!
Q19. Vê-se o homem andando e o menino sobre a árvore.
Kay - Quieto, Verruga!
Verruga - E-estou quieto, Kay!
Kay - Mesmo porque não pedi para você vir junto! Aha! Lá está! Que alvo!
Q20. Vê-se um veado a alguma distância. Verruga está recostado ao tronco de uma árvore seca, sentado sobre um galho, com as pernas cruzadas. Vê-se Kay com o arco armado e apontando em direção ao animal.
Kay - Hoje à noite teremos veado ao jantar! Atenção, agora!
Q21. Vê-se Verruga caído sobre Kay e o galho quebrado no chão. Com o tombo do Verruga sobre si, Kay dispara a flecha sem direção.
* CRRAC! TUMB! TÓIMM!
Verruga - Opa!
Kay - Seu trapalhão! Você me fez errar!
Verruga - D-desculpe, Kay! Foi sem querer!
Kay - Desculpe! Você vai ver uma coisa, quando eu o apanhar! Vou lhe torcer o pescoço, seu moleque!
Verruga - Oh não, Kay!
Q21. Verruga sai correndo e Kay corre atrás dele, mas tropeça numa pedra.
Verruga - Vou buscar sua flecha! Tenho certeza que posso achá-la!
Kay (Ao tropeçar) - Ugh!
Q22. Verruga entra na floresta e Kay fica parado olhando para ele.
Verruga - Deve estar aqui pelo mato!
Kay - Não me diga que você vai entrar aí! A floresta está cheia de lobos!
Verruga (Olhando para trás) - N-não tem medo!
Kay - Pois bem, então vá! A pele é sua, não é minha!
Q23. Vê-se Verruga dentro da floresta e um lobo atrás dele, sem que ele o perceba. Verruga está segurando, diante de si, um galho flexível de uma pequena árvore.
Verruga - Acho que a flecha veio parar aqui! Não pode ter ido mais longe!
Q24. Verruga passa por baixo do galho e o solta. O galho atinge o lobo e o joga contra uma árvore. Verruga não percebe o que aconteceu.
* VUPT! SCRAMB!
Lobo (Vendo estrelinhas) - Ugh!
Verruga - Deve estar por aqui!
Q25. Vê-se Verruga andando e o lobo atrás dele lambendo os beiços.Verruga continua sem percebê-lo.
Lobo - Hummm!
Verruga - A flecha tem que estar por aqui! Deve ter ficado presa em alguma árvore!
Q26. Vê-se a flecha presa num galho que está sobre o telhado da cabana de Merlin.
Verruga - Lá está ela! Eu sabia que ia encontrá-la! Eu sabia!
Q27. Verruga sobe na árvore e o lobo, por centímetros, não morde sua perna. Ele nada percebe.
Lobo - Nhac!
Verruga - Talvez agora o Kay não fique tão zangado comigo!
Q28. Verruga está sobre um galho da árvore tentando pegar a flecha que está em outro galho.
Verruga - Será que posso alcançá-la?
Q29. O galho que Verruga está se quebra e ele cai sobre o telhado da cabana do Merlin.
* CRAC!
Verruga - E-epa! Aaaai!
Q30. Verruga cai sobre o telhado da cabana e este se quebra com seu peso.
* VAP!
Verruga - Uuuui!
Q31. Verruga cai sentado numa das cadeiras dentro da cabana, deixando um grande buraco no telhado e levantando uma nuvem de poeira.
* PANC!
Verruga (Suspirando) - UFA!
Q32. Vê-se Merlin sentado à mesa, Arquimedes no poleiro sobre esta e Verruga já aprumado na outra cadeira.
Merlin - Ora, ora! (COF) Afinal você apareceu mesmo para o chá! He, he!
Verruga - A-apareci?
Merlin - Mas está um pouco atrasado, sabe?
Verruga - E-estou?
Merlin (Levantando-se para pegar o chá) - Bem! Aham! Meu nome é Merlin! Como é o seu?
Verruga - Oh, meu nome é Arthur, mas todos me chamam de Verruga!
Merlin - Verruga? Humm!
Verruga (Olhando para Arquimedes) - Puxa, que coruja bem empalhada!
* FLAP FLAP
Arquimedes (Batendo as asas) - Empalhada? Ora essa!
Verruga - Ué! É viva e fala!
Arquimedes (Com as asas abertas) - Sim! E por certo falo bem melhor que você!
Q33. Arquimedes voa para sua casinha e Merlin serve o chá à Verruga.
* HUMPF!
Merlin - Ora, vamos, Arquimedes! Quero que conheça o Verruga!
Q34. Verruga se levanta e coloca uma xícara com chá na casinha do Arquimedes. Merlin está de pé ao lado de Verruga em frente à casinha da coruja.
Verruga - Desculpe tê-lo chamado de empalhado...
Merlin - Você precisa perdoá-lo! Ele é um garoto ainda!
Arquimedes (Amuado) - Garoto? Garoto? Ah ah! Não vejo nenhum garoto!
Q34. Arquimedes pega a xícara, entra em sua casinha, fecha a porta e lá dentro bebe o chá que Verruga colocou para ele. Merlin e Verruga caminham em direção à mesa.
* BAH! VAP! BLAM! GLUB! GLUB! GLUB!
Merlin (Sorrindo) - Eh, eh! Não ligue para ele! É um tanto nervoso!
Q35. Merlin e Verruga sentam-se à mesa. Merlin coloca chá para o menino. Ao fundo vêem-se algumas estantes cheias de livros e a mesa com os apetrechos de química e magia.
Verruga - Como o Senhor sabia que...
Merlin - Que você ia aparecer por aqui? Acontece que sou um mago! Um adivinho! Um vidente!
Tenho o poder de prever tudo!
Q36. A coruja está na porta da sua casinha, Merlin em pé e Verruga continua sentado.
Arquimedes - Tudo, Merlin?
Merlin - Bem... Deixe-me ver... Admito que eu não sabia exatamente quem viria para o chá... Mas como você pode ver, previ à hora e o lugar exatos... Ainda que eu não soubesse seu nome!
Verruga - Como o Senhor é inteligente!
Merlin - Bem, vejamos! Você teve algum estudo?
Verruga - Oh, sim! Estou treinando para ser escudeiro! Estou aprendendo as regras de combate, da esgrima, dos torneios e da cavalaria...
Merlin - Não! Não! Não! Refiro-me a uma verdadeira educação! Matemática, História, Biologia e Ciências Naturais!
Q37. Merlin pega alguns livros na estante e os coloca na mesa, diante do Verruga.
Merlin - Você não pode crescer sem uma educação decente! Por isso, vou ser o seu tutor!
Verruga - Mas eu preciso voltar ao castelo de Sir Heitor! Ele é o meu protetor e deve estar precisando de mim na cozinha!
Merlin - Pois bem! Vamos fazer as malas e partir! Observe!Você gostará disto!
Q38. Merlin coloca uma mala sobre um banco, pega sua varinha mágica e diz algumas palavras mágicas.
Merlin - Higitus figitus zumba visigodos! Quero a atenção de vocês todos! Vamos fazer as malas!
Q39. Vê-se bule, xícaras, pires voando em direção à mala.
* VUP! ZUM! ZAP!
Merlin - Não! Não! Não!
Q40. Vê-se tudo que estava indo para a mala retornar à mesa. Merlin aponta a varinha mágica para os livros.
* ZAP! ZUM! VUP!
Merlin - Os livros sempre em primeiro lugar, você sabe! Vão diminuindo de tamanho! Precisamos arranjar espaço para todos!
Q41. Os livros ficam pequenos e vão parar dentro da mala que se fecha. Arquimedes voa para o chapéu de Merlin.
* CLAPT!
Verruga - Puxa! Que modo de fazer as malas!
Merlin - Pois então, menino! Como é que você queria pôr toda aquela coisa numa só maletinha?
Q42. Com Arquimedes em seu chapéu, Merlin se encaminha para a porta da cabana, seguido por Verruga.
Verruga - Ah, mas eu achei formidável!
Merlin - Sim, é mais ou menos isso! Mas não vá pensar que todos os seus problemas serão resolvidos com magia, porque não serão!
Verruga - Mas eu não tenho nenhum problema!
Merlin - Qual o quê! Todo mundo tem problemas!
Q43. Vêem-se os dois já fora da casa. Merlin, ao fechar a porta, prende a barba nesta.
* BLAM!
Merlin (Metendo o pé na porta para soltar sua barba) - Ui! Eu não lhe dizia? Este é o mal do nosso mundo de hoje!
* ZAP!
Q44. Eles caminham na floresta. Atrás deles, sem que percebam, vê-se o lobo lambendo os beiços.
Merlin - Todos vivem dando cabeçadas contra um muro de tijolos! Só usam os músculos no lugar da mente!
Q45. Eles estão atravessando um pequeno rio e o lobo continua seguindo os dois sem que estes o percebam. Verruga atravessa o rio pulando de pedra em pedra.
Merlin - Você precisa desenvolver sua mente! Aprender coisas mais elevadas é o que interessa! Conhecimento, sabedoria... Eis o verdadeiro poder!
Q46. Agora estão subindo uma colina e o lobo vem atrás.
Merlin - Por isso, a primeira coisa que faremos amanhã é começar! Você terá oito horas de estudo diário!
Verruga - Mas eu não tenho tempo! Tenho as minhas tarefas de pajem no castelo!
Merlin - Tarefas de pajem? Bah! Mudaremos tudo isso!
Q47. Merlin tropeça numa pedra que se solta e desce a colina que eles subiam. Verruga, que caminhava um pouco atrás de Merlin, salta sobre a pedra e esta continua descendo a colina e provocando uma pequena avalanche.
Merlin - Upa! Vamos sacudir a sua vida!
* BONC! BONC!
Verruga (Pulando sobre a pedra) - Sim, Senhor!
Q48. Merlin e Verruga estão quase no alto da colina. Ao fundo vê-se o lobo, que deu meia-volta, descendo a colina correndo com as pedras soltas descendo atrás de si. Merlin e Verruga nada percebem.
* BONC! BONC! BRRAM! PANC! BONC!
Merlin - Como espera chegar a ser algo na vida sem educação? Mesmo nestes rudes tempos medievais você precisa saber onde anda, não acha?
Verruga - Sim, Senhor!
Q49. Vê-se Merlin e Verruga no alto da colina e, lá embaixo, para não ser atingido pela avalanche de pedras, o lobo se joga no rio.
* TICHIBUM!
Merlin - Você precisa planejar para o futuro, menino! Precisa achar uma direção! Humm! Por falar nisso, em que direção fica seu castelo?
Verruga - Acho que é para o outro lado!
Merlin - Quê? Ah, sim, sim! Mas claro! Bem, então é melhor irmos andando!
Q50. Vê-se Merlin e Verruga descendo a colina. Ao longe se vê um castelo.
Merlin - Vamos, rapaz! Aperte o passo! Precisamos chegar lá antes do escurecer!
FIMDO PRIMEIRO CAPÍTULO!!
1 angelicafonseca - sALVADOR
SUAS ESTORIAS SAO SUPER ENGRAÇADAS UM ABRAÇO PARA VPCE E A SUA FAMILIA
28/06/2009 15:10:32
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