A Inclusão Social do Autista é um caminho difícil, mas que deve ser enfrentado - 26/09/2007
Karen Borowski
Isolamento: essa é a característica central do autismo. A criança que prefere ficar sozinha em vez de com a mãe, que não gosta de ser colocada no colo e não olha para as pessoas com freqüência e duração normais, ou tenha atraso na fala até os dois anos possui características que indicam que ela pode ser portadora da doença. Caso os pais as observem em seus filhos, devem procurar um médico.
O termo
autismo era usado inicialmente para caracterizar vivências
ricas em pensamentos e emoções, das
representações e sentimentos pessoais, com perda
da relação com os dados e exigências do
mundo circundante.
O psiquiatra norte-americano Leo Kanner usou o termo autismo infantil
depois de ter sido reconhecido como responsável por algo
novo.
Em 1943, ele descreveu, em sua publicação intitulada Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo, um grupo de onze casos clínicos de crianças. Elas apresentavam extremo isolamento - não tinham habilidades para se relacionarem com outras pessoas e situações -, falha no uso da linguagem para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.
Para o psiquiatra, o autismo era causado por pais altamente intelectualizados e pessoas emocionalmente frias e com pouco interesse nas relações humanas da criança. Algumas dessas especulações com o tempo se mostraram incorretas, como a frieza afetiva dos familiares.
“O que se pensa hoje é que o autismo infantil, em geral, não tem a riqueza do pensar, do fantasiar e do imaginar como o adulto com esquizofrenia em estado autista - isolado, dominado por suas vivências delirantes e alucinatórias -, embora ambos tenham em comum o isolamento do mundo exterior”, diz o psiquiatra Walter Camargos.
Às vezes o autismo é confundido com outras doenças que têm sintomas parecidos. Ele é mais confundido com o retardo mental e, em aproximadamente 75% dos casos, há superposição dos dois transtornos.
O diagnóstico de paralisia cerebral é também comumente dado aos portadores de autismo.
Outras doenças costumam estar associadas ao autismo, como retardo mental, epilepsia, paralisia cerebral, transtornos de linguagem, hiperatividade, transtornos obsessivos-compulsivos, tiques e transtornos de humor e de ansiedade. De acordo com Camargos, as características do autismo devem surgir até os três anos de idade.
Elas são: relacionamento interpessoal comprometido; atraso significativo ou ausência da linguagem verbal, mímica e gestual; comportamentos repetitivos e estereotipados; e interesses restritos.
“Há também o comprometimento em três organizações estruturais do funcionamento mental-psíquico: as Funções Executivas, a Teoria da Mente e a Teoria da Coerência Central”, completa.
As Funções Executivas são as capacidades de avaliar uma situação ou cenário, planejar a melhor solução, executá-la e avaliar sua execução. O comprometimento é encontrado principalmente nos portadores de Transtorno de Déficit de Atenção.
Já a Teoria da Mente é a capacidade de se colocar no lugar do outro para entender intenções, mentiras e piadas, e responder a elas adequadamente. Por último, a Teoria da Coerência Central é a capacidade que as pessoas têm de, ao olhar um cenário, agregar todas as informações visuais num só contexto.
“É como ver um mapa da região Norte do Brasil e ver o Rio Amazonas com seus afluentes. Alguém com o déficit, por exemplo, traria os afluentes sem o Rio Amazonas”, explica o médico.
Causas
O autismo não causa outras doenças, mas outras doenças podem favorecer seu desencadeamento. Os fatores externos que causam o autismo são as doenças infecciosas da gravidez, como a rubéola, a sífilis e a toxoplasmose; as doenças infecciosas do cérebro, como a meningite; as lesões traumáticas; o uso de drogas pelos pais; além de doenças genéticas que cursam com retardo mental.
As causas genéticas que influenciam no aparecimento da doença ainda não foram totalmente esclarecidas. “A freqüência de que gêmeos idênticos tenham, ambos, autismo chega a 90%. Para os gêmeos não-idênticos a concordância chega a 36%”, exemplifica o médico.
As estatísticas sobre a doença têm a prevalência de 1:150 a 250 da população. A incidência é de quatro a cinco homens para cada mulher, mas quando a doença se dá no sexo feminino é mais grave. O psiquiatra explica que em toda psiquiatria infantil as doenças acometem mais os meninos e, como regra geral, quando as meninas são acometidas, são por quadros mais graves. Essa proporção seria mais um indicativo das questões genéticas.
De acordo com o psiquiatra, o autista pode ficar curado do ponto de vista funcional, mas dificilmente vai ter uma reabilitação completa do ponto de vista técnico.
“Aos olhos de um profissional da área o autista não pode ficar completamente reabilitado, mas do ponto de vista da população, sim, da mesma forma que há inúmeras pessoas que possuem transtornos como o autismo e que nunca foram diagnosticadas nem tratadas”.
Preconceito
Para ajudar os autistas, é fundamental que a família e amigos os tratem normalmente, tentando entendê-los em sua forma de ser e assim tentar ajudá-los, propiciando tratamento em todas as áreas que precisem.
O tratamento é basicamente feito com reabilitação: psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, escola, fisioterapia, musicoterapia, etc.
“Muitas pessoas relutam em levar a criança ao psiquiatra com medo de associação à loucura. Só com informações maciças essa idéia errônea pode ser modificada”, opina Camargos.
Ele explica que o autismo é uma doença como o diabetes, a hipertensão e a epilepsia.
“Uma criança autista diagnosticada e tratada aos 12 meses tem mais chances do que se diagnosticada e tratada aos 7 anos. Imagine uma criança diabética ao nascimento e só diagnosticada e tratada aos 7 anos? Estaria com problemas irreversíveis. O ideal é que essas crianças sejam encaminhadas a psiquiatras e neurologistas da área infantil”.
Assim, quem só identifica o autismo na fase adulta costuma ter grau menor da doença ou foi diagnosticado erroneamente.
Os autistas possuem todas as variações possíveis de inteligência, mas nem todos estão aptos à inclusão escolar, que depende de uma série de condições da escola, de seus profissionais e da capacidade da criança.
Alguns são muito inteligentes e se dão bem pedagogicamente em escolas regulares, apesar de não conseguirem se socializar, pois não entendem o mundo humano e social. Outros necessitam de outras escolas, e aqueles cuja inteligência é mais comprometida têm mais possibilidades em escolas especiais.
Muitas pessoas acham estranho o comportamento dos autistas. Mas é importante integrá-los à sociedade, pois eles possuem dificuldades em fazê-lo. Há diversas técnicas para eles se sociabilizem e cada uma tem um nível de eficiência de acordo com o perfil psicossocial de cada um.
Os autistas devem ser estimulados a desenvolverem todas as atividades, sem discriminação.
Para
Saber Mais:
http://topicosemautismoeinclusao.blogspot.com/
http://br.groups.yahoo.com/group/educautismo/
"Educautismo: por um mundo onde todas as pessoas possam ser igualmente
especiais." - Jaqueline Batista.
Contato: topicosemaautismoeinclusao@gmail.com
1 Lais Aguiar - Juazeiro do Norte CE
Olá... Minha filha foi diagnosticada com AUTISMO a uma semana atrás... Eu não sei o que fazer, ela tem 4 aninhos, sei que tenho que ajudar ela, ter paciencia... Ela faz tudo isso que foi falado pelos os outros exemplos! Por favor, entrem em contrato comigo.. Preciso de orientaçõess!!
22/04/2013 15:30:03
2 Alexsandra - Distrito de RamadA sao francisco PB
Tenho um filho diagnosticado com autismo...4 anos aqui no sertao tem sido muito dificio p mim requer com seus tratamento mas minha dedicacao Amor e paciencia ja tem dado um efeito grande,ele tem interagido frequento lugares com ele e n permito q olhem p ele com diferenca ...paciencia acima de tudo,,e muito muito Amor...
23/01/2013 15:32:27
3 Ana - Caucaia
Excelente artigo, pena que poucos dão a devida importância, pois tenho uma sobrinha de 11 anos com autismo, mas desde que ela fez um ano fui tentar falar para meu irmão e minha cunhada que eles precisavam levar a criança no médico pois com 1 aninho ela já deveria estar falando alguma coisa, porém ficarão durante algum tempo sem falar comigo pois disseram que eu havia falado que a criança estava doida e eu nunca disse isso, mas como já havia cuidado de criança sabia que tinha alguma coisa errado com a minha sobrinha.Depois que a criança completou 5 anos e não começou a falar e ter dificuldade para andar foi que buscaram o médico porém diagnosticada com autismo. Mas infelizmente o preconceito dos próprios pais atrapalha pois minha sobrinha não faz nenhum tipo de terapia e nem fisioterapia, muito menos frequenta escola, já tentamos de tudo mas minha cunhada sempre inventa algo e não leva mais a criança ao lugar onde ela precisar está, ou seja, escola, psicólogo e fisioterapia. Até mesmo natação e escola que minha mãe consegui colocar a criança ela só foi levada nas primeiras semanas.
11/04/2012 15:32:20
4 graziane ferreira - joaoa pessoa
sou estudante de graduação em enfermagem gostaria de poder receber artigos relacionados ao tema pois pretendo apresentar em minha tese no final do meu curso a inclusão social de crianças em escolas regular em vez de especiais,espero q vcs me envie um abraçao
grazi
03/07/2011 14:21:50
5 danielle lima kina - manaus am
ola...tenho um filho de 4 anos diagnosticado com autismo...ele nao fala mais interage bem com as pessoas...se bate quando esta animado...e aprende com facilidade apesar de nao falar e bastante inteligente.gostaria que me ajudassem....por favor entrem em contato comigo....grata
24/08/2009 20:42:28
6 nadia nice - manaus
o autismo e realmente muito dificil de ser identificado e faz com que o preconceito aumente em torno de pessoas que ja sofrem com o relacionamento com o mundo exterior.
27/01/2009 21:07:19
7 Cátia - rio de janeiro
Nossa como gostei, trabalho em uma empresa onde o meu chefe tem um filho autista, ele não faz comentários algum sobre o assunto e lendo o escrito acima aprendi um pouquinho do assunto, parabenssss
25/06/2008 15:54:15
8 beatriz - franca
eu gostei muitovc estão de parabens
03/03/2008 19:42:57
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