Lições estudadas, lições aprendidas! - 27/06/2007
Elisete Oliveira Santos Baruel e Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado
As tarefas escolares sempre foram motivos de discussão entre todos os atores envolvidos na função de educar e formar crianças. Não existe consenso a respeito da sua validade e importância, visto suas implicações para educadores, pais e alunos. Neste artigo, porém, vamos nos dedicar ao olhar do educador, aquele que normalmente defende sua aplicação e por isso considerações merecem ser apresentadas para uma reflexão.
Tema quase tão antigo quanto à própria escola, a lição de casa se tornou, nos últimos anos um fardo pesado demais e, por isso mesmo, indesejado e desdenhado pelos estudantes e até por alguns professores. Assim mesmo temos que considerar que sua existência é necessária. O suporte de atividades que são desenvolvidas em casa, como complementação de explicações e trabalhos realizados em sala de aula não pode ser desprezado por ninguém.
Sabemos que as crianças, adolescentes e até mesmo os jovens precisam de algum tempo para o desenvolvimento de atividades que dê aos mesmos satisfação e prazer depois das aulas. Praticar esportes, reunir-se com amigos, escutar música, assistir televisão, conectar-se a internet, jogar games no computador, ler ou simplesmente descansar após o desfecho do dia escolar é e deve ser permitido. O que se espera é que depois desse tempo utilizado para a satisfação pessoal, os estudantes se organizem para que pouco tempo consigam fazer a lição de casa – lendo os materiais sugeridos pelos professores, realizando exercícios propostos, pesquisando recursos adicionais aos temas de aula, desenvolvendo atividades complementares ou ainda fazendo trabalhos em grupo. (João Luís Almeida Machado, Editor do Portal Planeta Educação)
Continuando nas indagações provocativas: quem realmente propõe as “tarefas de casa” no contexto escolar? Será que realmente esse papel é de total responsabilidade do professor? Em primeiro lugar porque elas parecem ser uma espécie de instrumento sagrado nas escolas, oficialmente incorporado. Em segundo lugar, levando-se em consideração que a tarefa escolar é uma extensão daquilo que é feito em sala de aula, será que ela vem orientando ou desorientando as crianças no que diz respeito à aquisição de novos conhecimentos?
É notório nas escolas, principalmente nas reuniões com professores, posições no mínimo contrastantes em relação às tarefas de casa: há aqueles que acreditam existir uma sobrecarga exagerada de tarefas, o que dificultaria que as crianças cumprissem todas as atividades de enriquecimento escolar fora da sala de aula. Outros, ao contrário, na tentativa de evitar o que chamam de “ociosidade” da criança, defendem o aumento quantitativo dessas tarefas.
Os professores, frente a essas posições, sentem-se desorientados quanto à quantidade de atividades que devem propor, quais critérios devem contemplar, bem como quanto ao tipo de atividades que devem solicitar. É nesse cenário, permeado de tensões que esse artigo se inscreve, revelando quais são as funções e as imagens das tarefas presentes naqueles que compõem o cenário escolar: professores, coordenadores ou supervisores, diretores, alunos e pais. Indagações que funcionam como alavanca para descobrir até que ponto as tarefas escolares assumem ou não papel significativo dentro da escola.
Primeiramente é preciso que as tarefas ou deveres não sejam apenas repetições de conteúdos aprendidos em sala de aula. Os alunos devem ser instigados a ir além das informações dadas na escola. As proposições de atividades para casa devem ser interdisciplinares e formatadas como pequenos e rápidos projetos. O que quero dizer com isso? Use arte, linguagem, mídias diferenciadas (como o cinema, a música ou gráficos e tabelas), textos de outras disciplinas, jogos e situações da vida real para ilustrar as atividades ou como fontes de consulta.
Abuse das novas tecnologias como suporte para pesquisas (mas preste sempre atenção no que lhe é entregue para não levar gato por lebre, ou seja, nunca aceite o “copiar e colar”). Indique livros e artigos de jornais e revistas como subsídios a serem lidos e incorporados as tarefas. Peça pesquisas de campo e entrevistas. As lições de casa têm que ser desafiantes e ousadas, devem dar trabalho e levar a construção do conhecimento.
O formato final das tarefas também não pode ser o de sempre. As tarefas podem virar cartas, e-mails, jornais, rádio-novelas, histórias em quadrinhos, músicas, filmes, dramatizações, roteiros, jogos de tabuleiro, apresentações em PowerPoint, tabelas de Excel e tantas outras produções que continuar sempre pedindo respostas a questionários é realmente um desperdício de tempo e de potencial criativo.
Valorizar as produções e dar destaque a quem se esforçou para trazer os melhores e mais criativos trabalhos também é parte do trabalho dos educadores. Ao invés de somente criticar e reclamar de quem não fez a tarefa, valorize aqueles que se interessaram e foram atrás. Quanto aos que não fizeram, notifique as famílias, demonstre que para você a realização dos deveres ou tarefas era parte importante do aprendizado, converse com os alunos sobre a questão, informe a coordenação e a direção... (João Luís Almeida Machado, Editor do Portal Planeta Educação)
Concluindo,seguimos comalgumas dicas para o professor orientar o trabalho com alunos e pais, com relação às tarefas escolares.
Dicas e Orientações para os Alunos
Organização e Execução das Tarefas
Na escola, na sala de aula...
Como aproveitar melhor as aulas
Orientações para os Pais
É fundamental que a família acompanhe seus filhos quanto ao cumprimento dos deveres e obrigações, em alguns momentos eles precisarão do auxílio dos pais na execução da tarefa e é necessário que essa ajuda seja dada (mas não podemos esquecer que ajudar não significa fazer por eles).
Sabemos que hoje a grande maioria dos pais trabalha e só irão ter contato com os filhos no final do dia, mas apesar do cansaço e algumas vezes do aborrecimento no trabalho, nós pais precisamos acompanhar de perto a vida escolar de nossos filhos, procurando saber como foi o dia na escola e verificando se os mesmos fizeram todas as atividades propostas pelos professores.
Elisete Oliveira Santos Baruel
Pedagoga e Relações Institucionais do Portal Planeta Educação; Especialização Pedagógica na Área da Aprendizagem (USP); Extensão Universitária do Programa de Filosofia para Crianças (UNITAU); Cursando MBA em Gestão em Educação e Novas Modalidades de Ensino.
Sheila Cristina de Almeida e Silva Machado
Graduada em Pedagogia; Especializada em Orientação Educacional; Pós - Graduada em Psicopedagogia; Atua como Orientadora Educacional no Instituto de Educação Renascença.
1 sueli - Bauru
Muito bom este artigo, estou realizando uma pesquisa sobre tarefa escolar,gostaria de saber se você tem algum video que aborde a importancia da tarefa de leitura para o educando e como trazer este tema para sala de aula.
18/04/2011 05:01:05
2 Rubia Luiza Adam Girardi - Timbó
Muito relevante. Utilizamos em nossa Reunião Pedagógica este texto para refletirmos sobre a TAREFA. Obrigada.
15/04/2009 14:25:20
3 Roberto Fernando Redivo - Presidente Bernardes
Excelente abordagem, ratificando palestra ocorrida junto ao Colégio Delta de nosso município sitema Anglo de Ensino, principalmete no que toca a atuação dos pais, fortalecendo a atuação de nossos professores. Como professor coordenador irei divulgar o conteúdo.
19/03/2009 11:44:22
4 Meire Cristina dos Santos Dangió - Bauru
Considero o artigo execelente, pois de uma maneira clara e objetiva aborda um tema tão polêmico que é a tarefa escolar. Este artigo contribuiu para o meu trabalho junto aos professsores no curso de formação que coordeno (Programa Letra e Vida), pois ampliou consideravelmente aspectos interessantes sobre a lição de casa. Valeu!!!
29/06/2007 16:04:24
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