Blind Kid, o Herói do Agreste, a primeira rádionovela totalmente (e apenas) digitalizada! - 23/04/2007
Capítulo IX e X
"Brincar, Sorrir e Sonhar, são coisas sérias!"
Editor: Luís Campos - Blind Joker
Edição Especial de Bang-Bang
Salvador - Bahia – Brasil
A Revista Cego a vista, em parceria com a Rádio LC51 FDP, a Rádio Criativa de Portugal e o Jornal Bizu de Salvador, orgulhosamente apresentam:
“Blind Kid, o Herói do Agreste, a primeira rádionovela totalmente (e apenas) digitalizada!”
Está entrando no ar, na terra, no mar. Na sua maninha!
A minha, a sua, a nossa... A da mãe!
Rádio LC51 FDP (Freqüência Desmiolada Paranormal)
O som do seu radinho de pilha! Rádio LC51 FDP 24.69 HPs de Impotência!
Rádio LC51 FDP
A voz da Bahia que o Brasil... Desconhece!
Vinte e quatro horas... Fora do ar!
A Rádio LC51 FDP tem a honra de apresentar para o mundo, sua quarta e mais brilhante rádionovela:
Blind Kid, o Herói do Agreste...
Mais valente que Pepe Legal... Mais charmoso que Lucky Luke... Mais temido que Kactus Kid... Mais rápido que o Xerife Ricochete... Mais inteligente que Rin TinTin... E mais cego que uma toupeira!
Capítulo IX
Narrador - Assim que o Blind Kid, o Xerife Ed Mundy e seus amigos deixaram a estação férrea e seguiram em direção à casa do Prefeito de Vox City, Joseph Tonyborgs, pra ver se ele descolava uma graninha para pagar as despesas da turma que esse herói abestado chamou para assistir, de graça, o show da cantora lírica, Kacy Mary, uns caras suspeitos saltavam do quinto vagão. Como Debby e Milly continuavam por ali, puderam reconhecer todos eles e ficaram apreensivas quanto à estréia da Kacy Mary que cantará (Eu espero!) neste capítulo.
Milly - Oh, Debby! Quanta gente mal-encarada!
Debby - Conheço a todos! São pistoleiros, foras-da-lei violentos e cruéis. Veja Milly! Aqueles dois ali são os irmãos James, o Jesse e o Frank. Logo atrás deles estão o Butch Cassidy, Sundance Kid e o Billy the Kid!
Milly - Vem descendo mais alguns, Debby...
Debby - É o Pat Garrett, o Quantrill, o Jim Lane, os Irmãos Dalton, Emmet, Bob e Gratt Dalton, Bloody Bill Anderson e os Irmãos Younger, o Cole, Robert, Jim e John Younger...
Milly - Que será que esses bandidos vieram fazer em Vox City, Debby?
Debby - Ora, Milly! Vieram fazer o que todo bandido faz... Assaltar trens e diligências, roubar bancos, jogar, beber, matar... São facínoras da pior espécie... A escória do Velho Oeste!
Milly - Puxa Debby... Você fala bonito!
Debby - Tem que ser Milly... Eu sou jornalista, né?
Milly - Eles vieram a Vox City para assistirem ao show da Kacy Mary, Debby?
Debby - Não, Milly... Para colocar um pouco de ação nessa novelinha!
Milly - Como será que eles souberam do show da Kacy Mary, Debby?
Debby - Eu divulguei o show no Vox News Journal na semana passada, Milly!
Milly - Acho que Vox City dessa vez vai pegar fogo, Debby!
Debby - Também acho Milly... E o pior é que não há um extintor sequer no cenário, Milly!
Milly - Ei, Debby... Mais forasteiros descendo do terceiro vagão!
Debby - Caramba! É o Lucky Luke, o Xerife Ricochete e seu ajudante Blau Blau, o Kactus Kid, Pepe Legal e Babalu e os caras da Polícia Desmontada...
Milly - É, Debby... O show da Kacy Mary vai ser um sucesso!
Debby - Certamente! Acho bom darmos uma mãozinha à Odel Yta!
Milly - Se é! A essa altura ela já xingou minha mãe mil vezes!
Debby - Ela não faria isso, Milly... Odel é uma dama!
Milly - Dama? Quem não a conhece é que a compra, Debby!
Narrador - As futriqueiras aí em cima decidem ir ajudar a pobre da Odel Yta e chegam ao Tal Saloon. Odel está às voltas com a arrumação das cadeiras no salão principal, visto que o dos fundos destina-se aos jogos de azar... Ou de sorte!
Odel Yta - Por onde você andava Milly?
Milly - Eu não andava por lugar nenhum... Eu estava na estação... Paradinha, não foi Debby?
Debby - Foi, Milly! Diga aí, Odel... Em que posso ajudar?
Odel - Bem... Que tal ajeitar as cortinas do palco?
Debby - Farei isso, amiga!
Odel - Milly, não fique aí parada... Vá pra cozinha prepara os tira-gostos... E rápido! Faltam poucas linhas para a apresentação da Kacy Mary!
Debby - E por falar nela, Odel... Onde ela e a mãe estão?
Odel - Estão no camarim vermelho descansando!
Debby - Elas já comeram Odel?
Odel - Kacy comeu uma banana com mel, uvas, tomou um chá de cipó caboclo e chupou alguns Halls!
Debby - E a mãe dela comeu alguma coisa?
Odel - Ela está um pouco tensa com a apresentação e apenas comeu dois frangos, um pernil, um lombo e bebeu três litros de Vox Cola!
Debby - Aqui está tudo nos conformes, Odel!
Odel - Também já acabei de arrumar essas mil cadeiras, Debby...
Debby - Mil cadeiras? Como coube tanta cadeira neste salão, Odel?
Odel - Ora, Debby... Esqueceu que isso aqui é uma novela? Em novela tudo pode acontecer, até mesmo colocar-se mil cadeiras num salão de cem metros quadrados! Hahhahahhahahha!
Debby - Hhahahhahahahhah! É mesmo, Odel! Bem! Vou me arrumar para o show! Até mais algumas linhas, Odel!
Odel - Até, Debby e grata pela força! Também vou trocar de roupa!
Narrador - Debby vai para casa e Odel sobe para seu quarto. A noite cai em Vox City. Uma enorme lua prateia com seus raios as casas e o fulgor das estrelas salpica o chão de luz...
Autor - Que lindo Narrador! Tão poético!
Narrador - Gostou Chefinho? Quando me inspiro, me inspiro!
Autor - Está um pouco fresco, mas não ficou ruim!
Narrador - Grato Chefinho! Quer que eu faça mais?
Autor - Não, não! Já está de bom tamanho! Volte ao script!
Narrador - Está bom, Chefinho! Por volta das oito da noite já não cabia mais ninguém no Tal Saloon... Tinha gente vazando pelo ladrão! Todo aquele pessoal convidado pelo Blind, às custas do amigo Ed e do erário público, estava ali. A população inteira veio assistir ao show. Também o resto da cambada que chegou no trem das duas não iria perder a apresentação da famosa solista de Ópera Tosca, a rouca Kacy Mary. Sentados na primeira fila estavam o Blind Kid, o Xerife Ed Mundy, O Prefeito Joseph Tonyborgs, a jornalista Debby, a proprietária do Talk Saloon, Odel Yta, Milly, Coronel Glauck Ferys, o Capitão Evans Gell e outras personalidades importantes de Vox City. No palco, atrás das cortinas, Kacy Mary meditava sentada numa almofada e sua mãe, Miss Flower, diante do piano, estudava a partitura da primeira música que a filhinha cantaria. Após meditar cerca de vinte minutos, Kacy Mary abriu a cortina discretamente e deu uma olhadinha na platéia. Ao ver o Blind Kid, como prometera, na primeira fila, suspirou apaixonada. Voltou-se para a mãe e disse-lhe:
Kacy Mary - Mamã... Faltam só vinte e duas linhas para começar o show! Está tudo certo com a Senhora?
Miss Flower - Tudo certo, filhinha!
Kacy Mary - Ótimo Mamã! Então darei o sinal para a Odel Yta!
Narrador - Kacy Mary chegou até o canto da cortina e fez o sinal combinado com a proprietária do saloon. Odel Yta pediu licença aos amigos, levantou-se e subiu no palco.
Odel Yta - Respeitável público! Senhoras e Senhores! O Talk Saloon tem a honra de trazer, pela primeira vez, à Vox City, a mais estupenda, fabulosa, maravilhosa solista que já cantou numa novelinha... Com vocês... Kacy Mary!
Narrador - A cortina é aberta e, à bela visão de Kacy Mary, o público explode em assovios, gritos e palmas.
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIIIII PLAC PLAC PLAC
Kacy Mary - Obrigada... Obrigada... Obrigada! Estou lisonjeada por cantar para um público tão seleto e bonito... Principalmente um rapaz muito galante... O Blind Kid!
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Odel Yta - Meu Deus! Ela é muito sirigaita!
Milly - Que cantada explícita... Embora eu não saiba o que significa explicíta!
Kacy Mary - Vocês não imaginam o prazer que é estar aqui hoje! Quero dedicar a primeira música para alguém muito especial que está sentado bem aqui na minha frente... O Blind Kid!
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Kacy Mary - Bem... Vamos cantar... Eu não ganho para ficar calada! Mamã... Pode atacar!
Narrador - Miss Flower toca as primeiras notas e acordes e Kacy Mary solta sua voz rouca:
Kacy Mary - Aaa ave Mariii iia, ine puranga rete... Yane Yara u iku ne iruma, yumumeu katu ine amuita kunha pyry I... yumumeu katu ne memyra Jesus.
Saaan ta Mariiii iia, Tupana manha... re yurure yane puxiwera rese, kuhyry I ya manu rame. Yawe-te!
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Kacy Mary - Obrigada... Obrigada... Obrigada!
Ed Mundy - Em que língua ela cantou, Blind?
Blind Kid - Isso é tupi, amigo Ed!
Kacy Mary - Agora vou dedicar essa canção ao Blind Kid... Vamos, Mamã! Saluton, Maria, graco-plena... La Sinjoro estas kun vi... benata vi estas inter la virinoj... kaj benata estas la frukto de via sino, Jesuo. Sankta Maria, Dipatrino, pregu por ni pekuloj nun kaj en la horo de nia morto. Amen!
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Ed Mundy - E agora, Blind? Que idioma é esse?
Blind Kid - Ela cantou em esperanto, Ed!
Ed - Ela só vai cantar essa mesma música, Blind?
Blind - É que a mãe dela só aprendeu a tocar a Ave-Maria, Ed!
Ed - Humm! Tá difícil!
Kacy Mary - E agora, para fechar o show, cantarei a mais linda canção do nosso repertório, né, Mamã?... A dedico ao Blind Kid! Aaaa ve Maríííí ía... grátia plena, Dóminus tecum. Benedícta tu in muliéribus, et benedíctus fructus ventris tui, Iesus. Sancta María, Mater Dei, ora pro nobis peccatóribus, nunc, et in hora mortis nostræ!
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Kacy Mary - Obrigada... Obrigada... Obrigada! Gostaria de agradecer a presença de todos, especialmente à do Blind!
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Kacy Mary - Venha, Mamã! O público deseja aplaudi-la, não é pessoal?
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Miss Flower - Obrigada... Prometo que no próximo show já saberei tocar outra música! Obrigada!
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Kacy Mary - Obrigada, Blind Kid... Espero que possamos conversar um pouco antes da minha partida! Boa-noite a todos!
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Ed Mundy - Olha aí, Blind! Eu não disse?
Blind - Mais tarde vou convidá-la para passear na margem do Red River!
Ed - Boa idéia, Blind!
Narrador - Assim que a cortina fechou, Odel Yta subiu no palco e falou ao povo.
Odel Yta - Senhoras e Senhores! Se vocês ajudarem a retirar as cadeiras e colocá-las lá fora, teremos um baile ao som do violão e da voz da nossa contratada, Suu Zi,! A água de coco é por conta da casa!
Público - PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII UUUUUUUUU PLAC PLAC PLAC FIUIIIIII
Narrador - Enquanto o público retirava as cadeiras, Odel entrou no palco e dirigiu-se ao camarim vermelho.
Odel Yta - Olá, Kacy Mary... grande show! Miss Flower, nunca ouvi alguém tocar uma música tão bem!
Miss Flower - Eu sei disso, Odel! Pra tocar assim, eu treino todos os dias... E cada dia estou melhor!
Kacy Mary - Menos, Mamã, menos! Odel vai haver um baile aqui?
Odel - Claro... Assim que o povo arrumar o salão!
Kacy Mary - Você disse que a água de coco seria grátis para todos, mas antes do show eu pedi uma água de coco e Milly disse que não tinha...
Odel - E não tem... Por isso é que é de graça!
Kacy Mary - Ah! Bem, vou chupar um Menthos para refrescar a garganta! Quer Mamã? Aceita Odel?
Narrador - Enquanto aguardamos as respostas dessas duas, vamos pôr um fim neste capítulo, esperando alguma ação no próximo!
Capítulo X
Narrador - Após cerca de meia hora o salão do Talk Saloon estava sem uma cadeira sequer e alguns casais já volteavam, aos acordes da viola de Suu Zy. Blind Kid e o Xerife Ed Mundy conversavam com seus famosos amigos do Velho Oeste, enquanto Kacy Mary e Miss Flower papeavam com Odel Yta, Debby Bora e Milly no camarim vermelho.
Debby - E amanhã à noite, Kacy, o que cantará para nós?
Kacy - Não posso dizer Debby... É surpresa, né Mamã?
Miss Flower - Sim, filhinha! Passarei todo o dia treinando uma nova música!
Kacy Mary - Mamã, eu vou até o salão para dançar! Quer ir também?
Miss Flower - Não, filhinha! Vou subir para dormir... Amanhã pretendo acordar cedo!
Kacy Mary - Boa-noite, Mamã! Tenha bons sonhos!
Miss Flower - Boa-noite, filhinha! Boa-noite, Debby... Boa-noite, Odel... Boa-noite, Milly!
Debby, Milly e Odel - Boa-noite, Miss Flower!
Narrador - Miss Flower subiu para seu quarto e as quatro moças foram para o salão. Vários casais dançavam e elas sentaram-se num dos cantos do palco, próximo ao balcão e ficaram conversando. Blind Kid, ao vê-las, pediu licença aos amigos e foi ao encontro delas...
Blind Kid - Concede-me a honra dessa dança, Kacy?
Kacy - Oh, Blind! Claro que sim! Com licença, meninas!
Narrador - Blind Kid pegou Kacy Mary pela mão e a conduziu ao centro do salão, a envolveu pela cintura e começaram a dançar...
Kacy Mary - Oh, Blind, você dança muito bem!
Blind Kid - Obrigado, Kacy! Sinto não poder dizer o mesmo!
Kacy Mary - Bobagem! Faça como eu... Minta!
Blind Kid - Estou só brincando, Kacy! Aliás, essa piada é bem antiga!
Kacy Mary - Eu sei Blind! Eu também já a conhecia! Hahhahahhaha!
Blind Kid - Que tal dar um passeio na beira do Red River?
Kacy Mary - Eu adoraria... Ainda mais com essa lua cheia!
Blind Kid - Então vamos!
Narrador - Blind pegou na mão de Kacy e eles saíram do saloon...
Narrador - Enquanto os dois pombinhos vão apreciar a lua cheia da margem do Red River, daremos uma olhadinha no covil do famigerado facínora Humber Too e seus não menos famigerados comparsas...
Ty Agoo - Chefe, quer um gole dessa LC51?
Humber Too - Mas Ty Agoo, não tem outra cachaça por aqui?
Ty Agoo - Além de um garrafão marcado com "Xis Xis Xis", só encontrei essa, Chefe!
Humber Too - Essa garrafa ganhei da Chefe Moy Kanna, Meryl Dza, numa partida de "bafo".
Dady Vã - É, Chefe! A gente ainda podemos tomá-la de outra vez!
Joseph Vã - Nós podemos mano, nós podemos!
Dady Vã - E não foi isso que eu disse?
Joseph Vã - Foi... Bonitinho da carroça!
Dady Vã - Brigado, mano!
Humber Too - Bem, rapazes, vão preparar os cavalos para irmos ao esconderijo do El Calderon pegar alguns rifles com ele!
Ty Agoo - Chefe, como faremos para pegar as armas com o El Calderon?
Humber Too - Faremos um escambo com El Calderon!
Ty Agoo - E o que trocaremos com o mexicano, Chefe?
Humber Too - Tenho alguns números do "Bill Blind" e do "Super-Blind" que ele não tem... Ele vai ficar doidinho para ter essas revistinhas!
Joseph Vã - Ele também coleciona essas revistas bobas, Chefe?
Humber Too - Não só coleciona como não perde um capítulo da novela do Bill Blind... Este magnífico ceguinho!
Dady Vã - O cara é bom mesmo, Chefe... E come todo mundo!
Ty Agoo - Também é o único nessas novelinhas que come alguma coisa!
Autor - Qual é o problema, Senhor Ty Agoo?
Ty Agoo - Fome... Comida... Estômago roncando, Senhor Autor, sacou?
Autor - Vocês todos recebem um tíquete refeição, meu caro!
Ty Agoo - Isso é verdade... Um tíquete por dia e trabalhamos quase vinte e quatro horas... E sem hora extra!
Autor - Isso é só um pormenor... Não vamos entrar no mérito!
Ty Agoo - Pormenor? Esse é o xis do problema, Senhor Autor!
Joseph Vã - Esqueceu de falar do valor dos tais tíquetes, Ty Agoo?
Ty Agoo - É mesmo, Joseph... Ele nos dá um tíquete de três ralods por dia e um "PF" custa quatro ralods e cinquenta Merrecas!
Dady Vã - A gente tem que juntar os "pratos feitos" e repartir entre todos!
Joseph Vã - Dá duro nele, Ty Agoo!
Autor - Isso é um motim, é?
Humber Too - Eu não queria me meter na discussão, mas acho que os rapazes têm razão, Senhor Autor!
Autor - Até tu, Humber Too, me apunhalas pelas costas? Esqueceu que não passou no teste de interpretação e se não fosse sua irmã gostosinha eu não o colocava em minha novelinha?
Humber Too - Não precisa jogar isso em minha cara, né? E tem mais... Ela nem era virgem mesmo!
Autor - Detalhes, detalhes! Não estou jogando na cara, apenas querendo sua gratidão!
Humber Too - Gratidão é o nome do meu sobrinho, seu filho, Senhor Autor!
Autor - Não traga a público nossos problemas familiares... Roupa suja se lava em casa!
Humber Too - Em casa de sogra, né Senhor Autor?
Autor - Eu saio da casa de sua mãe assim que acabar essa novelinha!
Humber Too - Isso você diz há algumas novelinhas atrás!
Autor - Estou ficando cheio desse papo... E quando encho, sai de baixo!
Humber Too - Podemos continuar com a novela, Senhor Autor?
Autor - Não foi eu quem começou!
Ty Agoo - Deixe esse Autor de meia pataca pra lá, Chefe e continuemos com os planos para encontrarmos o El Calderon!
Autor - Ei, Senhor Ty Agoo! Está pensando o quê?
Ty Agoo - Prefiro não dizer... Não quero ofender sua genitora!
Humber Too - Calma Ty... Voltemos à novela!
Ty Agoo - Como o considero muito, Chefe, vou atendê-lo!
Humber Too - Trocaremos as revistas do Bill Blind e do Super-Blind pelas armas e munição que precisamos para assaltar o Brass Hill Bank de Vox City!
Joseph Vã - Você acha que ele vai aceitar Chefe?
Humber Too - Achar é pouco, Joseph! Tenho certeza que ele vai adorar!
Narrador - Humber Too pegou as revistas e as colocou no alforje que sempre trazia ao ombro, além da sua velha pianola. Montaram em seus cavalos e iniciaram a viagem às Montanhas Caolhas, esconderijo do perigoso El Calderon. Após algumas horas de cavalgada, Humber Tôo interpelou seus comparsas...
Humber Too - Bem rapazes, o que temos para comer?
Dady Vã - Muito pouca coisa, Chefe!
Joseph Vã - Temos aqui essas duas bananas, Chefe!
Ty Agoo - Guarde isso, abestado... Isso são bananas de dinamite!
Joseph Vã - Não grite comigo, Ty... Mamãe nunca gritava comigo! Ela sempre explicava as coisas!
Ty Agoo - É por isso que você ficou assim!
Joseph Vã - Assim como?
Humber Too - Parem com isso, rapazes... Se a mãe de vocês seguisse meu conselho, não estaria presa no quartel dos Vox Powers Rangers!
Dady Vã - Mas nós vai tirar ela de lá, né, Paizinho?
Joseph Vã - Vamos, mano, vamos!
Dady Vã - E não foi isso que eu disse Paizinho?
Humber Too - Não me chame assim, Dady! Eu já disse para me chamarem de "Chefe"... Entendeu Dady, "Chefe"! Nada de paizinho, papai ou pai! Se você repetir isso mais uma vez, vai ficar sem seus pirulitos... E também escondo seus bonecos do super-Blind e do Bill Blind!
Dady Vã - Nunca mais eu repito isso, pai... Chefe!
Humber Too - Bem, rapazes, o sol já está se pondo! Vamos apear na margem deste rio, comer esses biscoitos recheados e dormir... amanhã será um longo dia!
Dady Vã - Preciso tomar banho, Chefe?
Humber Too - Há quantos dias você não toma um banho, Dady?
Dady Vã - Hummm... Treze dias, eu acho Chefe!
Humber Too - Ah! Então basta lavar as orelhas!
Narrador - Após essa lauta refeição, Humber Too e seus comparsas papearam um pouco e foram dormir. Quando o galo anunciou às cinco horas da manhã, eles acordaram e se prepararam para a grande jornada. (Eu dava tudo pra saber como esse galo chegou até aí! Rê rê rê!).
Autor - Disse alguma coisa, Narrador cretino?
Narrador - Não, Chefinho... Apenas pensei alto!
Autor - Já disse que você não ganha para pensar... Volte ao trabalho!
Narrador - Como eu dizia... Os caras acordaram ao canto do galo e se preparam para partir...
Humber Too - Já selaram as montarias, rapazes?
Ty Agoo - Tudo pronto, Chefe!
Humber Too - Então partamos rapazes... Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!
Narrador - Depois desta linda frase, finalmente eles partiram... (Ufa! Eu já estava cansado com tanta frescura!). Após cavalgarem algumas horas, se aproximam das Montanhas Caolhas, esconderijo do bandido mexicano El Calderon e seus asseclas, que dominavam as fronteiras de River City e San Pablo City, espalhando o terror entre os rancheiros da região, as caravanas de colonizadores e, vez por outra, atacando o trem para roubar armas da 7ª Cavalaria. Tanto o Coronel Glauck Ferys, Comandante desta Companhia, sediada no Forte Gulliver, quanto o Capitão Evans Gell, Comandante dos Vox Powers Rangers, cujo quartel ficava ao lado do Forte Playmobil, só esperavam uma oportunidade para colocar estes bandidos para ver o sol nascer quadrado... Assim que o bando do Humber Too adentrou o caminho do canyon que dava acesso às Montanhas Caolhas, foi surpreendido por uma voz que por trás de uma enorme pedra, gritou-lhes:
Voz - Aonde pensam que vão?
Narrador - Surpresos Humber Too e seus comparsas brecaram seus corcéis, riscando o chão com as ferraduras de suas montarias...
Humber Too - Diabos! Quero falar com El Calderon... Temos negócios a tratar!
Voz - Que tipo de negócio?
Humber Too - Viemos buscar algumas armas...
Voz - Buscar? Por acaso vocês deixaram alguma arma com El Calderon?
Humber Too - Me expressei mal. Quis dizer que viemos negociar algumas armas com El Calderon!
Voz - Por acaso ele sabe dessa visitinha?
Humber Too - Não!... Também gostamos de fazer surpresas! Assim, preferi não telefonar antes!
Ty Agoo - Rarararararara!
Dady Vã - Rererererere!
Joseph Vã - Ririririririririri!
Voz - A que palhaço devo anunciar?
Humber Too - diga que o velho Humber Too quer vê-lo!
Voz - O velho Humber Too, o quê?
Humber Too - O que, o quê?
Voz - Eu perguntei primeiro!
Humber Too - Humber Too é meu nome, imbecil!
Ty Agoo - Rarararararara!
Dady Vã - Rererererere!
Joseph Vã - Ririririririririri!
Voz - Não vi onde está a graça!
Humber Too - Isto não interessa... Vá avisar El Calderon que Humber Too está aqui. E vê se não demora!
Voz - Queiram aguardar um pouco, por favor!
Humber Too - Hummmm... Está ficando educadinho! Muito bem!
Narrador - A voz, digo, o bandido, foi para trás de uma outra rocha e o bando de Humber Too ficou à espera, aproveitando para admirar a bela paisagem que se descortinava diante dos seus olhos! Que poético, Chefinho!
Autor - Quando eu quero, dou minhas cacetadas poéticas, abestado!
Narrador - Calma Chefinho... Eu só elogiei...
Autor - Não me interessam seus elogios... Vá trabalhar vagabundo!
Os conceitos e opiniões emitidos em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.