Universo Escolar
 

WWW - A Rede e o Desenvolvimentodo Conhecimento - 06/03/2007
Professor e Rede

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Como num passe de mágica, tudo ficou acessível, o mundo perdeu as fronteiras, não havia mais segredos, as informações estavam todas à mostra... o mundo se ligava através de uma teia, uma grande rede virtual.

Passada a euforia da novidade e da descoberta, os vários nichos começam a se formar, nesta, e para esta grande rede. 

O comércio virtual é estabelecido, os contatos são mantidos, mas, principalmente, a infinidade de informações parece ser o grande e poderoso "olho central" da teia virtual. 

É sobre esse espectro de possibilidades que a pedagogia sai procurando seu espaço. O onde e o como utilizar a rede parece ser a grande incógnita.

Com uma visão tecnicista e com uma perspectiva multidisciplinar, a rede passa a ser então utilizada no ambiente escolar. 

As pesquisas são, agora, ricamente bombardeadas por centenas de informações, a sala de aula rompe as barreiras do tempo e do espaço, o professor passa a ser um condutor de excursões virtuais a museus, parques, países etc. 

Os trabalhos dos alunos passam a ter muito mais dados e informações. Estes são muito mais ricos, precisos, atuais e com diferentes perspectivas e visões. 

Os alunos aparentam estar muito mais motivados. A sala de aula já não possui apenas quatro paredes, seu tutor não é mais o todo poderoso professor que detém todo o conhecimento. A escola, finalmente, possui múltiplas possibilidades.

A pedagogia adota a internet como uma nova "ferramenta instrucional". A ilusão do apelo visual, gera, nos alunos, uma suposta motivação. Com isso, a escola sente-se segura, satisfeita e com a sensação de missão cumprida ao utilizar a nova didática "Hight Tech".

Resta, portanto, desvendar as conseqüências desta "nova forma de aprendizagem", buscando responder algumas questões: 

Como assegurar a aprendizagem em um contexto riquíssimo em informações, transformando-as em conhecimento? 

Como utilizar-se das possibilidades de não linearidade da rede, de tal forma que esta peculiaridade não fragmente o processo de aprendizagem? 

Como garantir uma real motivação, intrínseca, para os processos de desenvolvimento de novos esquemas? 

Como utilizar-se da grande teia como fonte impulsionadora do processo de metacognição? 

Como gerar a sociabilização, a consciência crítica, a responsabilidade e a cidadania em um ambiente friamente virtual?

Estas e tantas outras questões deverão ser "centros de reflexão" dos educadores, buscando contextualizar as possibilidades da rede numa dinâmica de trabalho com Projetos de Pesquisa.

Isso possibilita a articulação da grande teia aos mecanismos procedimentais da sua utilização, gerando, assim, atitudes analíticas e reflexivas no sujeito aprendiz, de maneira a não transformá-lo em um "caçador de informações" virtuais.

A riqueza da rede é real e não virtual. Mas suas possibilidades para o desenvolvimento do conhecimento são questionáveis, quando se admite uma pedagogia simplista e passiva que, com certeza, irá gerar cidadãos tão etéreos quanto o mundo virtual.

Nilbo Ribeiro Nogueira - Futurekids do Brasil

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3 COMENTÁRIOS

1 Alysson Henrique - jaboatão PE
muito bom o artigo... me ajudou muito em redaçõs e, até mesmo, no meu senso crítico.
21/03/2010 10:09:05


2 silvio grama - Porto seguro
A tecnologia ja substituiu o livro didático, e a cada dia teremos que nos adequar a ela. A busca pelo conhecimento agora é virtual. Cabe a nós professores sabermos como poderemos transformar este" banco de dados" em conhecimento significativo para aqueles alunos aprendiz. A busca agora é ressignificar as informações obtidas na rede. O conhecimento não se dá apenas por ter uma informação em mãos mas, sim na transformação da informação em subsidios para novas etapas de desenvolvimeto intelectual e científico.
17/11/2007 11:18:05


3 creusa - bauru
Ao ler o artigo, refleti sobre a atual situação vivenciada na escola, posso relatar o seguinte, fica a informação na mera trasmissão sem o efetivo conhecimento, quando o professor é individualista, faz o que faz, sem prazer, sem perspectiva de um resultado positivo, sem acreditar no outro e ainda na sua própria competência. O artigo é excelente, e que alcance o maior número possivél de leitores, vale até um dica, para que se abra uma discussão entorno das indagações.
03/06/2007 17:38:04


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