Universo Escolar
Sílvio Ferreira Leite Educador

Comportamento - 06/03/2007
As diferenças e semelhanças entre os homens

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O homem nunca soube conviver com as diferenças. Sua primeira reação é rejeitar aquilo que não reconhece em si mesmo. 

A História está cheia de exemplos dessa intolerância.


Por causa do preconceito e do racismo, bilhões de pessoas já sofreram e morreram. 

Os colonizadores europeus, por exemplo, se apropriavam da terra e dos recursos de outros países da África, Ásia, América e Austrália. 

Dominavam os nativos e se impunham pela força. Aprisionaram milhões de africanos e os venderam como mão-de-obra barata, uma escravidão que só foi abolida no século XIX. 

Mesmo recentemente, os negros sul-africanos eram dominados, sob o apartheid, por brancos descendentes dos colonizadores europeus. 

E durante as décadas de 30 e 40, os nazistas alemães perseguiram e assassinaram seis milhões de judeus nos campos de concentração. 

Depois da divisão da Iugoslávia, milhares foram mortos em conflitos raciais e há milhões de refugiados. 

Em Ruanda, na África, um milhão de pessoas morreram na luta racial pelo poder. Na Bósnia e em outros países, a "limpeza étnica" é responsável pela morte de milhares de pessoas. 

Hoje, o racismo é mais discutido do que no passado. Mas ainda é um problema grave, que afeta toda a sociedade.

A História nos ajuda a aprender com os erros do passado. 

Infelizmente, isso nem sempre acontece. Todos nós vivemos hoje em sociedades mistas, compostas de diferentes raças, culturas e crenças.

Já chegamos a seis bilhões de pessoas no mundo, em mais de 200 países. Essa diversidade enriquece nossas vidas e muitos acreditam que ela existe para ser compartilhada. 

Alguns, no entanto, a utilizam como desculpa para tratar determinadas pessoas como se fossem inferiores.

Os racistas não vêem as pessoas como indivíduos, mas como membros de um grupo contra o qual têm preconceito. 

Eles generalizam essas pessoas com o mesmo estereótipo, geralmente muito negativo. É como dizer que todos os meninos jogam futebol ou que todas as meninas brincam com bonecas.

Os diferentes preconceitos

O tipo mais óbvio de preconceito ocorre quando alguém é discriminado por causa da cor da pele. Mas esse não é o único. 

Existe discriminação de sexo, religião, cultura, idade, classe social, deficiência física. 

Geralmente o racismo se baseia na ignorância e no medo de tudo o que é desconhecido. 

Em vez de querer conhecer outras culturas, os racistas preferem odiar ou desprezar os que são diferentes. Eles enfatizam as diferenças e não as semelhanças.

O que podemos fazer para enfrentar o racismo?

Não há uma solução fácil para o problema. O primeiro passo é reconhecer que ele existe, muitas vezes evidente, outras vezes velado, disfarçado de brincadeiras e piadas. 

Em seguida, combatê-lo, pois nenhum tipo de preconceito é aceitável, mesmo que pareça inofensivo.

É a impunidade que dá coragem ao racista. Portanto, quem sofre algum tipo de discriminação não deve ficar quieto. Ignorar a situação faz com que ela se repita. 

O silêncio não é a melhor resposta e sim a denúncia, pois existem leis severas que devem ser aplicadas aos infratores.

Trabalhar em grupo é sempre mais eficiente. Nas escolas, jovens e adultos podem se unir para discutir as semelhanças e diferenças entre os homens. 

Os debates vão revelar que todos temos muita coisa em comum. Também os pais devem compreender que suas palavras e ações influenciam os filhos. 

Geralmente, as crianças imitam o comportamento dos adultos. Ninguém nasce racista. As pessoas aprendem a ter esse comportamento. 

Se a família e os amigos são preconceituosos, a criança cresce acreditando que esse é um procedimento normal e aceitável. 

O melhor é começar em casa. Com a nossa ajuda, as crianças poderão formar a nova humanidade capaz de reger com sabedoria os destinos da Terra.

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