A Ginástica Holística surgiu na Europa, no início do século, numa época em que inúmeros pesquisadores se dedicavam intensamente ao estudo do movimento. 

Foi criada pela médica e fisioterapeuta Lily Ehrenfried (Berlim, 1896 - Paris 1994), que chegou à França em 1933 e lá desenvolveu e aplicou os ensinamentos recebidos em Berlim de Elsa Gindler.

Por meio de sensibilização e tomada de consciência, a Ginástica Holística conduz o aluno à melhor utilização do seu potencial perceptivo, sensorial e motor, levando-o a uma atitude corporal harmônica. 

Agindo simultaneamente sobre a respiração, o equilíbrio e o tônus muscular, contribui para melhorar todas as funções do indivíduo na sua unidade psicossomática. 

Os movimentos propostos levam sempre em conta as estruturas anatômicas, fisiológicas e biomecânicas. 

Os exercícios solicitam o corpo na sua globalidade e não se restringem ao reforço muscular localizado.

Os alunos experimentam gestos complexos e pouco usuais, que solicitam a imaginação, o potencial lúdico e, conseqüentemente, exigem respostas neuromusculares renovadas. 

As aulas se realizam individualmente ou em pequenos grupos. Numa entrevista preliminar, o terapeuta procura definir as necessidades, expectativas e possibilidades do aluno. 

Cada aula, coletiva ou individual, é elaborada com base nesta avaliação e na evolução do aluno. O terapeuta não mostra os movimentos, apenas descreve-os, com precisão, oralmente.

Sem modelo a seguir, o aluno é levado a adaptar-se às suas possibilidades naquele momento e realiza os movimentos de acordo com a sua percepção, na busca contínua de uma melhor mobilidade.

O ritmo lento dos movimentos é entrecortado por tempos de pausa. Estes momentos de repouso favorecem a tomada de consciência e a análise das sensações individuais. 

Ao longo de cada sessão são abordados o relaxamento ativo, a boa colocação ósteo-articular e a tonificação muscular. 

As transformações do aparelho locomotor se estendem aos órgãos internos, a partir do efeito normalizador da nova atitude corporal e da respiração sobre todas as grandes funções do organismo.

A prática da Ginástica Holística respeita o ritmo e a liberdade de cada aluno. Valoriza a qualidade do movimento e não a repetição mecânica.

Alivia as tensões e torna os gestos mais fluidos. Faz com que cada parte do corpo encontre seu lugar, tornando o conjunto mais harmônico. 

Equilibra a postura. Permite ao aluno apropriar-se dos movimentos realizados nas aulas para integrá-los ao gesto cotidiano e ganhar, assim, maior autonomia. 

Conduz a mudanças progressivas, profundas e duráveis na atitude corporal.

A Ginástica Holística é uma atividade complementar que atende a diversas áreas, como Reumatologia, Ortopedia e Neurologia. 

É indicada na gravidez e no pós-parto, para que o corpo possa se adaptar às diversas alterações de respiração e peso. 

É recomendada às crianças, como uma proposta preventiva e lúdica, para que se desenvolvam integralmente e com prazer. 

É benéfica para os que se dedicam a práticas artísticas que exigem precisão, flexibilidade e harmonia, como o canto, a dança, a música. 

É essencial a todos que desejam "ficar em forma" por meio de um trabalho corporal individualizado e rigoroso que respeita o ritmo, os limites, e desenvolve o potencial de cada um.

Os profissionais de Ginástica Holística vêm das áreas de Saúde, Arte ou Educação. 

Além do diploma de nível superior, foram formados pela Dra. Ehrenfried ou pela sua sucessora, Marie-Josèphe Gujichard. 

Atualmente, mais de uma centena de profissionais exercem essa atividade pelo mundo. 

Estão reunidos em uma associação internacional - AEDE (Association des Elèves du Docteur Ehrenfried et des Praticiens en Gymnastique Holistique) - que tem como finalidade garantir a perenidade e a qualidade do método, assim como a difusão de informações entre seus membros e o público em geral. 

No Brasil, os profissionais de Ginástica Holística pertencem à Associação Brasileira de Ginástica Holística - ABGH.