O “pão” sagrado de Jesus - 13/12/2006
Como se alimentavam os hebreus no tempo de Cristo
Os relatos bíblicos quase sempre nos colocam à mesa com Jesus e seus apóstolos. Há, inclusive, toda uma sacramentalização das refeições. A principal referência para essa veneração cristã pela reunião das pessoas em uma mesa, em torno de uma ceia (como o que acontece anualmente no Natal), tem como principal imagem a clássica pintura de Leonardo Da Vinci que retrata o encontro final de Cristo com os apóstolos.
A divisão do pão e do vinho celebrizou-se mundialmente como o momento divino em que os homens reúnem-se para comemorar a amizade, selar os laços que os aproximam, confraternizar e partilhar idéias. A partir de então a mesa, modesta ou farta, especialmente em países de grande tradição católica como o Brasil ou a Itália, passou a representar justamente o momento em que as pessoas comungam tendo a partilha do “pão” e do “vinho” como símbolos máximos dessa proximidade de princípios que os reúne como irmãos.
E por que o “Pão” e o “Vinho” ganharam tanto destaque nessa mesa cristã? Quais outros alimentos e bebidas compunham a dieta dos hebreus no tempo de Jesus? Como eram as preparações culinárias daqueles tempos remotos?
Inicialmente é importante destacar que o Pão e o Vinho são representantes simbólicos de toda a produção e trabalho humano relacionado aos alimentos. Foram escolhidos por motivos diversos, entre os quais poderíamos destacar:
a) A proeminência do trigo na região da Ásia Menor, Norte da África e Europa Mediterrânea como a principal base alimentar.
b) A popularização das técnicas de produção do pão entre os habitantes daquela época.
O pão e o vinho, o azeite e o sal e o leite e as carnes de ovinos e caprinos compunham a dieta básica dos hebreus. A proeminência do pão e do vinho associa-se a religiosidade e a associação desses alimentos com Deus.
c) A durabilidade do trigo, cereal mais utilizado para a produção desses pães, que o habilitava a estar presente nos farnéis de viagem dos viajantes que atravessavam as trilhas que separavam as vilas e cidades de então.
d) A durabilidade e o sabor inebriante e sedutor do vinho.
e) A associação do vinho e do pão a religiosidade também aconteceu pelo fato de ambos sintetizarem a idéia de elaboração, produção e realização humana que distanciava esses alimentos daqueles que eram consumidos pelos animais.
No entanto o cardápio dos hebreus não se restringia somente a esses itens sacralizados. Incluía também frutas como o figo, a romã, as tâmaras, a maçã e a própria uva; contava com carnes, especialmente de ovinos e caprinos (carneiros, ovelhas, cabras e bodes); reforçava-se com o leite retirado dos animais pastoreados naquela região, especialmente das cabras; temperava-se principalmente a partir das azeitonas e do azeite de oliva; e sustentava-se nos cereais como a cevada, a aveia, o centeio e o onipresente trigo.
As hortas também eram comuns entre os hebreus. Delas se retiravam legumes de uso freqüente nas produções culinárias da época, como a fava, as lentilhas, as cebolas, o alho-poró e a abóbora. É relevante lembrar que alguns alimentos eram obtidos a partir da coleta que se realizava nas florestas de regiões próximas aos núcleos urbanos de então e que, dessas incursões em busca de comida surgiam iguarias deliciosas como as amêndoas, as avelãs, mandrágoras e pistaches.
A criação de ovinos e caprinos, associada ao consumo de carnes obtidas a partir da caça e da pesca, compunha as bases alimentares de proteína dos hebreus.
Certos alimentos eram utilizados para várias preparações. Esse é, por exemplo, o caso das uvas. Além do vinho, essas frutas também davam origem a bebidas não alcoólicas, ou seja a sucos, e a secagem das mesmas originava as uvas secas (ou passas), muito populares naquela época. Se não bastasse isso ainda podiam ser utilizadas para a produção de pães especiais, geléias ou doces.
O consumo de carne, um dos mais constantes e importantes itens das ceias de natal da atualidade, era mais discreto. Assim como os peixes, alimentos mais comuns em cidades litorâneas ou próximas aos grandes rios, a utilização dos mesmos em refeições restringia-se as festas e as celebrações religiosas.
Era permitido aos hebreus comer peixes providos de escamas e nadadeiras, aves e pássaros declarados puros de acordo com a lei daquele povo e até mesmo gafanhotos. As referidas leis procuravam distinguir os animais e estabelecer entre eles aqueles que eram puros daqueles que eram imundos ou infectos (não relacionando, é claro, essa idéia aos conceitos de higiene oriundos da ciência contemporânea).
Diga-se de passagem que qualquer animal abatido pelos homens do tempo de Cristo e dos apóstolos só poderia ser consumido se fossem seguidas certas regras ou rituais. Nesse sentido era obrigatório que esses animais fossem degolados e sangrados previamente para que seu sangue não fosse ingerido por humanos. A utilização de animais que fossem encontrados mortos ou que tivessem sido abatidos de outra maneira impedia seu consumo pelos hebreus.
Ovos não eram comuns na Ásia Menor. Não havia galinheiros e, por conta disso, a obtenção dos mesmos dependia da sorte. O povo teria que achar ovos em ninhos para poder então fazer uso dos mesmos em suas refeições. Por outro lado, a utilização do mel era muito comum e regular. Tratava-se no caso, do adoçante de uso geral, obtido a partir de buscas em bosques, árvores ou rochedos (mel selvagem) ou então se utilizava o mel vegetal, produzido a partir de frutas e plantas.
A reunião à mesa é tradição herdada dos tempos de Jesus Cristo e relaciona-se a idéia de confraternização, amizade, apreço, consideração e amor aos que se encontram presentes na refeição.
Além do azeite, presença regularíssima nas produções culinárias da época, as cozinheiras da época também utilizavam como condimentos o cominho, a alcaparra, diferentes espécies de pimentas e o coriandro. A todos esses temperos adicionava-se ainda o sal. Ressalte-se ainda que o sal era também considerado sagrado e relacionava-se a religiosidade, fazendo parte de sacrifícios sendo reiteradas vezes mencionado na Bíblia.
Entre as bebidas o principal destaque é para o vinho. Considerado como o símbolo do mistério da vida, da proximidade entre os homens e Deus, da alegria e também do amor, o vinho era usado em celebrações solenes, religiosas, festas particulares e também estava presente nas mesas cotidianas. Seu valor era tão grande que era até mesmo utilizado como medicamento. Apesar das restrições dos hebreus aos excessos com a bebida que viessem a provocar o embebedamento, o que se condenava não era a bebida, mas sim o comportamento indevido das pessoas.
Além do todo-poderoso vinho, os hebreus consumiam leite, água e variações menos alcoólicas do vinho ou ainda o suco dessa fruta. Também eram comuns nas mesas daquele povo e naquela época a presença dos licores (shekhar). As mais comuns variedades de licores associavam-se as frutas típicas encontradas nos mercados locais, como as tâmaras, os figos, as romãs ou ainda a produção de licores de mel. Não há registros de produção de cervejas à base de trigo ou cevada entre os hebreus.
As refeições eram tradicionalmente duas ao longo do dia. A primeira acontecia ao meio do dia e a outra no período da noite. Esses encontros se davam ao redor de mesas e cadeiras baixas, posteriormente substituídas pelo uso de divãs. Ao consumir carnes os hebreus a acompanhavam de molhos e a pegavam com pães. O uso das mãos era a prática usual, não se utilizavam talheres. Não era apropriado pelos costumes locais que essas refeições se prolongassem além do necessário e ao final desses encontros era aconselhável que se agradecesse a Deus pela graça do alimento que os ali presentes haviam degustado.
1 Fobias Fobos - Porto Alegre
Jesus meu ídolo e herói, homem inteligente, o primeiro ecologista do mundo, pregava contra o desperdício e suas consequências, entre as quais a miséria. Homem puro foi morto pelos mesmos que Ele queria como irmãos. Exemplo para o mundo todo. Sou cristão e todas as quintafeiras santas minha refeiçao é pão, agua, vinho e um peixe eles eram pescadores apenas temperado com sal e azeite, tal como a sua última refeição. Choro de emoção neste dia pela sua bondade, fé e grandeza da sua alma, que ainda hoje não é compreendida. Vejo que hoje a maioria das pessoas tem até vergonha de se identificar com Cristo. Ainda é preciso ensinar as suas verdades para o mundo.
26/12/2012 15:00:09
2 elias lucas dos santos - AGUDO RS
Muito bom relembrar os costumes de um povo antigo mas au mesmo tempo fico triste de não dver nem um pouco disso em nosso presente. um otimo ano novo a todos!
21/12/2012 21:42:38
3 Herásclito Braga - São Paulo SP
Gostaria de saber mais sobre o consumo dos ovos, de que maneira é feito, se eram apenas cozidos esse consumo ou se já existia a fritura deles e etc....
23/07/2012 17:27:04
4 keyla silva - paraiso do tocantins
eu nao gostei muito porqque nao ficou bem detalhado... mas da pra entender.
30/03/2012 14:11:56
5 Cesario - São Paulo
Ilmo.Sr.
O sr. saberia dizer como era feito e assado o pão na época de Jesus , se souber poderia me enviar via email .
11/03/2012 12:35:36
6 Sônia Machado Candido - Rio de Janeiro
Parabéns pela forma clara e culta de explicar os hábitos e costumes dos Hebreus, bem como o por que o pão e o vinho ganharam destaque através desta cultura e na qual se mantém até os dias atuais. Lendo seu texto percebi/entendi que ambos são o que melhor poderiam representar proféticamente e simbólicamenteo corpo de Cristo.
Tanto o pão quanto o vinho têm algo em comum: o elemento que compõe a matéria prima de ambos tem que ser triturado antes de dar luz ao seu produto final, o que profeticamente aponta para o castigo de Cristo no Calvário que nos trouxe a paz. Como Ele, carregamos nossa cruz, morremos para as vaidades da vida e para nossas imoralidades. Como Ele, andamos em singeleza de coração e santidade de vida. Somos o grão de trigo que necessita morrer para poder dar seu fruto Jo 12:24. Somos a uva que necessita ser espremida para poder dar o vinho que alegra a alma e faz o rosto brilhar Salmo 104:15.
Texto escrito, em todos os seus sentidos, com excelência. Mas infelizmente poucos conseguem alcançar e tecem comentários que seria mais saudável se abster de fazêlos e permanecer no anonimato. São os MSN Muito Sem Noção.
Pato novo não dá mergulho fundo.
Parabéns Doutor e Mestre.
Sônia Machado Candido
Mestre em Psicologia Clínica, Pósgraduada em Psicanálise e Psicologia Organizacional, Administradora, Pastora e Capelã.
11/12/2011 14:48:23
7 claudianne - pb
gostei muito do texto porém muitas palavras erradas......mas mesmo assim valeu.
30/03/2011 08:03:44
8 oi - sao paulo
muito bom, mas não é isso que eu preciso...
desculpa
16/04/2009 21:38:09
9 Alexandra - Porto
Gostei do texto.
mas para mim ha umas coisas bem interessantes nesse quadro ai. Ja agora esse quadro nao e o original. no original as cores do manto de jesus cristo sao exatamente inversas ao de quem esta do seu lado direito. a sua esposa maria madalena. O apostolo Pedro contempla Maria madalena com raiva e nao sei se ja repararam que ha uma mao com uma adaga que nao pertence a nenhum dos presentes. a serio contem as maos. uma fantastica prova da genialidade de leonardo da vinci.
04/02/2009 13:12:36
10 Aparecida Costa - São Luis-Ma
Gostei muito do texto foi bem elaborado e bem explicativo me ajudou muito valeu apena
30/08/2007 17:11:19
11 Monalisa - Campina Grande
Gostei bastante deste site, minhas amigas quando o viram se possuírão. Repriendi o demônio na hora..
Valeu!!!!!!!!!
26/05/2007 15:04:05
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